Livro ‘Onde é Que Eu Estou?’ por Heloisa Buarque de Hollanda

PDF Excerpt 'Onde é Que Eu Estou?' por Heloisa Buarque de Hollanda
Heloisa Buarque de Hollanda 8.0
Em 60 anos de carreira e 80 de vida, Heloisa Buarque de Hollanda já deixou importantes marcas na cultura brasileira: revelou importantes poetas, discutiu o pensamento feminista de forma pioneira, chamou a atenção para a pulsante produção cultural das periferias, questionou e atualizou o papel da universidade e do intelectual no Brasil. Ensinou, debateu, filmou, escreveu, editou, desafiou, mudou, criou, escutou. Sempre atenta ao novo e ao outro, a escuta talvez seja sua característica mais marcante: é o que fica claro na entrevista que abre esta edição. O livro reúne também uma série de textos de sua autoria, escritos em diferentes momentos de seu percurso intelectual. Neles, Heloisa debate os temas e personagens de sua eleição e paixão...
Editora: ‎Bazar do Tempo; 1ª edição (1 julho 2019)  Páginas: ‎240 páginas  ISBN-10: 8569924577  ISBN-13: 978-8569924579  ASIN: B07WHL1V4Z

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Sobre o autor: HELOISA BUARQUE DE HOLLANDA é formada em Letras Clássicas pela PUC-Rio, mestre e doutora em Literatura Brasileira pela UFRJ, com pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, Estados Unidos. É professora emérita da Escola de Comunicação da UFRJ, dedicada aos estudos culturais, com ênfase nas teorias críticas da cultura, tendo ainda importante atuação como crítica literária, ensaísta, antologista e editora. É autora de livros como Macunaíma, da literatura ao cinema (1978), Impressões de viagem (1992), e organizadora de obras como 26 poetas hoje (1976), Y nosotras latino americanas? Estudos de raça e gênero (1992), e Explosão feminista (2018). Na Bazar do Tempo é responsável pela organização da coleção Pensamento Feminista, que reúne em quatro volumes um vasto repertório de perspectivas e teorias dos feminismos e estudos de gênero, com textos de mais de sessenta autoras, brasileiras e estrangeiras. 

Leia trecho do livro

ANA CECILIA IMPELLIZIERI MARTI
EDUARDO JARDIM
EDITORES

A FESTA

Este livro comemora os oitenta anos de vida de Heloisa Buarque de Hollanda, ou simplesmente Helô. Festeja também seus mais de cinquenta anos de atividade profissional, principalmente como professora universitária, e mais de quarenta de ativismo cultural, ao se tomar a publicação de 26 poetas hoje, de 1976, como marco inicial.

Dois traços se destacam na múltipla atuação de Helô, comentados em passagens deste livro. O primeiro é uma sensibilidade agudíssima para o que está por vir. Heloisa percebe no horizonte a formação de movimentos culturais que apenas mais tarde ganham forma e aparecem para nós. O segundo consiste em que suas iniciativas apresentam sempre o movimento de recolher nos contextos culturais periféricos a energia que torna mais intensa a dinâmica cultural. Isso aconteceu nos campos da literatura, especialmente na poesia, dos novos movimentos surgidos nas comunidades próximas da universidade em que dá aula, e do movimento feminista mais recente, apenas para citar alguns.

O compromisso com a renovação do ambiente cultural assegurada pela incorporação da contribuição cultural periférica é uma característica de todo modernismo e do modernismo brasileiro em particular. A obra de Heloisa Buarque de Hollanda se inscreve, assim, nessa mesma linhagem. Não à toa, ela se interessou pela figura de Mário de Andrade e, em ensaio precioso, se debruçou sobre a leitura contemporânea de Macunaíma feita pelo cineasta Joaquim Pedro de Andrade. Também não foi à toa que se aproximou de personalidades como Rachel de Queiroz e Darcy Ribeiro, que acolheram e revitalizaram as propostas modernistas.

Outras características ainda possibilitam reconhecer na trajetória de Helô uma direção modernista. Ela tem a garra dos combativos vanguardistas. Seu apreço pelo trabalho em equipe lembra os encontros nos cafés dos surrealistas em Paris ou os salões paulistas dos anos 1920. Também uma certa impaciência com os rituais acadêmicos demonstra um espírito de ruptura típico das vanguardas.

Em um espírito de festa, temos aqui os convidados que assumem a organização da obra: André Botelho ( AB ), Cristiane Costa ( CC ), Eduardo Coelho ( EC ) e Ilana Strozenberg ( IS ). Foram eles que conduziram a entrevista que abre o livro e que comentam, como em uma conversa entre amigos, alguns dos temas que se destacam nessa avaliação retrospectiva. Também foram eles que selecionaram, juntamente com Heloisa, os artigos aqui reunidos, buscando dar conta das áreas de atuação da nossa homenageada: poesia, cultura marginal, feminismo, mundo digital, estudos culturais. No posfácio de André Botelho – que tem se dedicado a uma exploração mais teórica das atividades de Heloisa – essa trajetória é analisada de forma detalhada e muito atenta.

Todas as etapas da construção deste livro, assim como a própria escolha da equipe, tiveram como motor o desejo de homenagear Helô, seguindo suas práticas: encontros, conversas, provocações, apostas e muito afeto.

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Você se considera paulista ou carioca?
Carioca. Mentira, paulistíssima, nascida em Ribeirão Preto, de onde vim para o Rio aos quatro anos. Paulista porque sou compulsiva, workaholic e doentiamente organizada. Carioca porque sou praieira, ando meio desarrumada, acho o humor fundamental e a maior expressão da inteligência.

Já se perguntou alguma vez quem seria Heloisa se tivesse ficado em Ribeirão Preto?
Seria felicíssima, estaria com um marido perfeito, oito filhos lindos, uma maravilha. Ou não… a chance de ter fugido no meio da noite para o Rio também é alta.

Já que estamos falando da sua infância, vamos falar sobre uma pessoa muito importante da sua vida: seu pai. Como era a sua relação com o seu pai?
Totalmente sexual. Fora esse detalhe, ele tinha uma exigência em cima de mim muito pesada. Se eu tirasse 9,5 numa prova, ele me perguntava imediatamente: “Onde foi que você errou?” Era uma pressão enorme. Tinha que trabalhar, tinha que estudar. Com treze anos eu comecei a trabalhar e ele disse: “Agora vá à luta.”

Fazia o que com treze anos?
Eu dava aula particular de recuperação escolar, dava aula de inglês (sendo que eu mesma não falava bem inglês), o que pintasse. E a pessoa aprendia? Aprendia, porque eu sou boa professora, mesmo sem saber nada.

Mas ele disse para você ser a sucessora dele?
Não disse, mas eu fui. A carreira dele na Medicina no Fundão inundava nossa casa. Ele foi diretor do Instituto de Puericultura da UFRJ . A primeira providência que ele tomou foi levar uma mesa e duas cadeiras lindas de casa para lá. O Instituto de Puericultura era a vida dele, não muito diferente da minha…

E ele não queria que você fizesse medicina?
Talvez, mas o que eu “ouvi” foi que ele queria que eu fosse da UFRJ . Não era uma coisa com a qual eu sonhasse, mas acabei lá. Minha revolta foi pequena, fui fazer grego, escolha que não sei justificar até hoje. Em 1963, fui para os Estados Unidos com o Luiz [Buarque de Hollanda], meu primeiro marido, que foi fazer mestrado em Harvard. Aí comecei a me inscrever em cursos de grego e trabalhar como assistente de pesquisa no Instituto de Estudos Latino-Americanos e lá me apaixonei pela política e pela urgência da realidade. Acabou aí minha carreira com o grego. Era uma época incrível, Janis Joplin cantava em Cambridge, Kennedy morreu durante esse período, Fidel Castro, Vietnã… Saiu o grego, entrou o Brasil, a América Latina, mais fortes ainda porque vistos de longe.

E a relação de seu pai com os alunos, você lembra disso?
Lembro muito bem. Não só ele levava minha casa para a UFRJ , como a trazia para dentro de casa. A biblioteca dele era um clube. Infernal. Sempre cheia de alunos, assistentes, ele trabalhava pela casa toda, desarrumava tudo.

O fato dele ter essa biblioteca, esse amor pela biblioteca, não pode ter influenciado você também?
Meu pai era meio provinciano, ele hiperdimensionava a importância daquela biblioteca. Eu não tenho biblioteca, não gosto. Tenho uma estante com os livros com os quais estou trabalhando, mais alguns de referência e outros de poesia. Não fico com um livro depois que acabei de ler, eu passo adiante.

E sua mãe, sua irmã?
Engraçado essa pergunta juntando as duas. Elas eram muito parecidas, ao contrário de mim, que embarquei na viagem do meu pai. Minha mãe era linda, dona de casa e apaixonada pelo meu pai. Bem mais do que pelas filhas. Minha irmã é também linda, muitas vezes sinto que ela me traz minha mãe de volta, estamos sempre por perto e é uma relação meio silenciosa e intensa como era com a minha mãe.

Há um momento aí de inversão quando você vira mãe.Isso mudou alguma coisa na sua carreira, na sua vida intelectual? Como você conseguiu conciliar as duas coisas?
Acho que foi fácil. Ter aquelas crianças em volta 1 só me deu alegria e mais energia no trabalho. Nós estamos no Brasil, regime escravocrata, eu tinha empregada boa para que eu pudesse sair sem aflições maiores. Quanto a trabalhar em casa, barulho e bagunça, não sei porque, não me atrapalham em nada. Além disso, estávamos nos anos 1960/70, as crianças iam juntas com a mãe para toda parte, até para festas, isso era comum. Tempos hippies… Lúcia Canedo, minha amiga e aluna na época, lembra muito do meu filho caçula, Pedro, assistindo minhas aulas, quer dizer, quando não tinha apoio, levava para aula, tudo certo.

Quais as datas em que os filhos foram nascendo?
Eles nasceram em 1963, 64 e 65. Foi uma escolha. Meu projeto era ter seis filhos.

Você acha que o seu divórcio teve a ver com o feminismo, toda essa turbulência dos anos 1960/70?
Meu divórcio não teve nada a ver com o feminismo, mas com a turbulência dos anos 1960/70, certamente teve. Era muito sonho, muita festa, muita praia, muita psicanálise, muito lsd, muito “o pessoal é político” ao som de “o que quero é botar fogo no apartamento”. O ethos do momento era irresistível. Não tem nada a ver com o feminismo… O Luiz achava tudo isso maravilhoso, era uma pessoa bem legal, bem bacana, mas era de outro tipo sanguíneo.

A tua separação foi depois da festa do “ano que não acabou”?
Foi, foi logo depois. Aquele era um momento de euforia coletiva, o réveillon de 1968 foi a cereja do bolo; praticamente todos os casais se separaram ao mesmo tempo. Era uma coisa estranha. Psicanálise cinco vezes por semana (classe média, é óbvio…), aquela aflição de mudar tudo, e se acreditava que mudando a vida a gente estaria também mudando o mundo. O engraçado é que só as mulheres mudaram, os homens não mudaram. Quem tomava essas iniciativas eram as mulheres, os homens preferiam mudar o mundo sem mudar a vida.

Em que ano foi o casamento com o João Carlos Horta?
Foi em 1972, se não me engano, eu tinha uns 35 anos. A relação com o João mudou minha vida, mudei de turma totalmente, comecei a fazer fotografia, fiz dois ou três documentários… fazia o que passava pela frente, com uma vontade enorme e livre de inventar. Abriu de vez o espectro da professora de grego…

Quando foi o casamento oficial?
O oficial foi quando eu fiz 60 anos depois de quase três décadas juntos.

Nesse período dos anos 1960 e 1970, como era a sua relação com as drogas?

Eu fazia o que todo mundo fazia. Essas experiências eram mais grupais do que individuais. As drogas da época eram basicamente álcool, lsd e maconha. Cocaína ainda era raro. lsd era a mais “intelectual” das drogas pelo acesso que parecia dar a novas formas e níveis de percepção. Seu fascínio era por aí. Por isso seu uso na psicanálise. Teve uma vez que eu tomei um lsd e fui dar minha 2 aula na Escola de Comunicação. Eu estava falando, quando passou pela porta o Abel Silva, que era meu colega, ficou ouvindo um pouco e disse: “Helô, estão te chamando na secretaria.” Aí eu saí da aula, e ele disse: “Você vai para casa agora, deixa que eu explico para os alunos que você teve um chamado urgente.” Imagina o que eu não estava falando para essas pessoas.

E ele nem te contou depois?
Eu acho que ele contou, mas eu não me lembro… lsd você tomava, também, como dever, era – se é que se pode dizer isso – um tipo de engajamento.

Como era a Helô de 1968?
Ela era igual a todas as Marias da época. Aquele era um momento muito, muito intenso. Hoje as adolescentes querem ser modelos ou atrizes, naquela época queriam ser guerrilheiras. Eu era muito parecida com as minhas amigas, não tinha nada de especial. Em todos os sentidos, o político, o profissional, era uma hora que a bandeira era mudar o mundo, mudar a vida. Talvez no cotidiano a meta de mudar o mundo fosse até mais fácil do que mudar a vida. Porque o seu pai não queria que você mudasse a sua vida, a sua mãe não queria, o seu marido não queria, ninguém queria, bem difícil. Eu já era casada, o que ainda piorava a situação. O resultado foi uma vontade imensa de dar um salto existencial. O que era muito difícil, principalmente para as mulheres. Os homens não entenderam esse recado. Eu acho que eles nem tentaram, eles continuaram iguais só que mais politizados, mas eu não vi um – fora alguns artistas como o Caetano – que tivesse intenção de mexer no item comportamento. As mulheres em bloco ficaram fascinadas com isso, inclusive porque eram perdedoras. Fecha os olhos e lembra das mulheres de vestido rodado na década de 1950, sorridentes, de salto alto, abrindo uma geladeira. Parece que a urgência de mudança era prioritariamente feminina. Aí fazíamos viagens subjetivas incríveis, experiências terapêuticas estranhas, recorríamos a várias formas de apoio para uma mudança de paradigma comportamental. O que era exaustivo. Você tinha que fazer um esforço enorme para dar “errado”. Nessa altura eu já tinha dado “certo” na vida e na profissão. Eu já tinha casado com um marido que meu pai adorava, estudado e estava trabalhando exatamente naquilo que o meu pai queria que eu fizesse.

Qual foi a principal consequência da Passeata dos Cem Mil imediatamente após a sua realização, em 1968, tanto para o país quanto para você mesma?
Para mim foi um pique de adrenalina com um gosto intenso de vitória. Para o governo, a evidência de uma zona de risco expressa dramaticamente por uma multidão convicta de seus direitos e demandas sociais e políticas. Para outros mais atentos, uma perspectiva real da proximidade de um vazio cultural e político.

E hoje? A passeata ainda representa algo para o Brasil? E para você?
Para o Brasil acho que representa a imagem viva de uma juventude empenhada na mudança social e na democracia radical. Para mim, uma sensação de que a lógica voluntarista é uma caixinha de surpresas e que nem sempre funciona.

E qual é a importância da psicanálise para você?
Naquela época [anos 1960/70], eu tenho a impressão que era até meio ruim, não vi ninguém melhorar com psicanálise. Parecia que fazer análise era um fato cultural. E havia dois psicanalistas no Rio de Janeiro que faziam análise com lsd para ter a visão de outras camadas do inconsciente, da percepção. A psicanálise era vivida como a porta da percepção, um caminho para a transformação. Não era vivida como uma terapia.

E hoje?
Voltei a fazer análise recentemente quando me separei, há quatro anos. Mas foi completamente diferente. Eu estava sofrendo, confusa, paralisada e procurei ajuda científica. E me dei bem. Estou ótima.

Foi no momento da sua primeira separação que você foi trabalhar no Jornal Brasil?
Fui trabalhar em todos os lugares. Como minha separação foi conflituosa, e os meus filhos durante um tempo não recebiam pensão, eu fiz revisão para jornal, escrevi para jornal, dei aula para todo lado. Fazia o que pintasse. O que foi muito bom, perdi o medo. Senti, na carne, que acontecesse o que fosse, conseguiria segurar a onda.

Qual foi o momento em que você entendeu que gostaria de seguir uma carreira na universidade?
Eu voltei de Harvard [no fim de 1964] e não tinha muita saída. O que uma profissional de grego faz? Ou você dá aula, ou você não faz nada. Aí, chegando no Brasil, fui procurar o Afrânio Coutinho, 3 e disse para ele: “Professor, quero trabalhar com o senhor de graça, pode ser?” Ele deixou e lá estou até hoje ganhando só um pouquinho a mais do que naquela época… Fiz concursos, mestrado e doutorado com ele. O Afrânio era uma pessoa que dava muito espaço para seus assistentes e orientandos. Afrânio tinha um humor, tinha ginga, era um autêntico baiano. Não era o Antonio Candido. Antonio Candido era uma autoridade, era uma pessoa que eu temia e respeitava. Já o Afrânio não, era leve, tinha estudado e dado aula nos Estados Unidos e tinha uma produção enorme, mas ele não se colocava como autoridade.

E essa experiência foi fundamental para você, não foi?
Para mim foi maravilhoso, porque ele me deixou inventar o que eu quisesse. Ele dava força, achava engraçado, me acostumou mal e me deu a visão de que a universidade era um espaço de invenção. Eu dava cursos fora da curva, como um sobre os autores da contracultura oferecido no espaço da butique Frágil, uma butique meio hippie, meio artística na Farme de Amoedo, que tinha virado um point dessa geração. Então as aulas eram bem atípicas, falando da contracultura dentro da contracultura e o Afrânio achava engraçado. Aí não parei mais, na minha cabeça, tudo era permitido na universidade.

Você já tinha largado o grego?
Sim, já estava em literatura brasileira, comecei a dar aula. Trabalhava com José de Alencar (uma paixão!), Lima Barreto e Mário de Andrade, depois ficou só Mário de Andrade, depois abandonei a ficção. Afrânio era fascinante. Ele era de direita, conservador, mas quando a polícia queria entrar na faculdade, ele ia pra porta e dizia: “Daqui não passa!” E ele tinha uma autoridade de acento oligárquico para fazer isso, porque a polícia ia embora. Ele havia sido colega do meu pai na Faculdade de Medicina da Bahia, mas não sabia de quem eu era filha. Só soube no dia da defesa de meu doutorado. Eu omiti isso não me lembro bem por quê.

E a sua relação com o Alceu Amoroso Lima é dessa época?
Não. Alceu foi tema de um curso que dei. Na minha maré experimental na Faculdade de Letras dei três cursos que viraram documentários. Sobre dr. Alceu, Joaquim Cardozo, Raul Bopp. Dr. Alceu era uma figura excepcional.

Fim da Amostra…


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