Livro ‘Salvando a Mona Lisa’ por Gerri Chanel

A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

No final de agosto de 1939, quando a guerra ameaçava eclodir na Europa, os curadores do Louvre guardaram o quadro mais famoso do mundo em um estojo especial forrado com veludo vermelho e o enviaram ao Vale do Loire, cerca de duzentos quilômetros ao sul de Paris. Assim começou a maior retirada de obras de arte e antiguidades da história. À medida que os alemães se aproximavam da capital em 1940, os franceses se apressavam para despachar as obras-primas cada vez mais ao sul, vez após vez durante a guerra, cruzando todo o sudoeste da França. Durante a ocupação alemã, a equipe do Louvre lutou para manter tesouros inestimáveis longe das mãos de Hitler e de seus capangas e para manter seguro o palácio do Louvre, muitas vezes arriscando seus empregos e suas vidas para proteger a herança artística do país. Salvando a Mona Lisa é a história arrebatadora e cheia de suspense dessa batalha…

Editora: Vestígio; 1ª edição (31 maio 2019); Páginas: 352 páginas; ISBN-10: 8554126319; ISBN-13 : 978-8554126315; ASIN: B07QQ2DFHV

Clique na imagem para ler o livro

Biografia do autor: É uma jornalista premiada com o Independent Publisher Book Award for History. Morou na França por cinco anos, onde começou sua pesquisa para Salvando Mona Lisa. Hoje, divide seu tempo entre Paris e Nova York.

Leia trecho do livro

Acima de tudo, a França foi obrigada a salvar os valores espirituais que eram parte integral de sua alma e cultura. Livrar do perigo suas obras de arte, seus arquivos e bibliotecas foi, de fato, um dos primeiros reflexos de defesa do nosso país.
— ROSE VALLAND, Le Front de l’Art

Podemos perder lutas sem perder a honra; não lutar é o que nos faz perder a honra.
—JACQUES JAUJARD, Feuilles

MUSEU DO LOUVRE

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

PRIMEIROS DEPÓSITOS DE ARMAZENAMENTO DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista
Principais locais de armazenamento durante a Segunda Guerra Mundial, e a divisão da França de junho de 1940 a novembro de 1942.

ITINERÁRIO DA MONA LISA

Setembro de 1938 De Paris para Chambord
Setembro 1938 De Chambord para Paris
Agosto 1939 De Paris para Chambord
Novembro 1939 De Chambord para Louvigny
Junho 1940 De Louvigny para Abadia de Loc-Dieu (Martiel)
Outubro 1940 Da Loc-Dieu para Montauban
Março 1943 De Montauban para o Castelo de Montal (Saint-Jean-Lespinasse)
Junho 1945 De Montal para Paris

INDIVÍDUOS E ORGANIZAÇÕES EM DESTAQUE

INDIVÍDUOS Papéis durante a Segunda Guerra Mundial

FRANCESES

Marcel Aubert – Curador do Departamento de Esculturas do Louvre.
Germain Bazin – Curador assistente do Departamento de Pinturas do Louvre, subordinado a René Huyghe, chefe do depósito de arte no castelo de Sourches.
Joseph Billiet – Diretor assistente do sistema Museus Nacionais (Musées Nationaux), subordinado a Jacques Jaujard, diretor.
Jacqueline Bouchot-Saupique – Historiadora de arte e professora da École du Louvre, também foi assistente de Jacques Jaujard durante a guerra.
Abel Bonnard – Designado Ministro da Educação Nacional em abril de 1942, em substituição a Jérôme Carcopino. A Administração de Belas-Artes francesa ficou sob sua responsabilidade.
Jérôme Carcopino – Ministro da Educação Nacional de 1941 a 1942, foi substituído por Abel Bonnard.

Etc… Continua!

PRÓLOGO

O Louvre vasta anuais maioria vão é o museu prestar de seus mais homenagem quase visitado 10 milhões a do Mona mundo. de Lisa, visitantes Quando Vênus a de Milo, Vitória de Samotrácia e uma série de outras obras primas de tirar o fôlego, eles acreditam que as coleções sempre estiveram calma e majestosamente em exposição. Mas nada poderia estar mais distante da verdade do que isso, pois o Louvre fica em uma cidade que já vivenciou muitas guerras.

Às 5 da tarde do dia 25 de agosto de 1939, nove dias antes de a França declarar guerra à Alemanha, o Louvre fechou as portas para os visitantes. Momentos depois, um pequeno exército de funcionários do museu e voluntários começou a trabalhar dia e noite para desmontar, embalar e encaixotar algumas das peças de arte e antiguidades mais preciosas do mundo enquanto providenciavam a maior evacuação de museu da história. Três dias depois, às 6 horas da manhã, comboios de caminhões começaram a se afastar levando os itens foram marcados com um sistema de círculos: dois círculos vermelhos para aqueles com prioridade máxima de remoção, verdes para os mais significativos em meio ao restante e amarelos para as obras de prioridade inferior. Dos muitos milhares de tesouros, apenas um tinha três círculos vermelhos, a pintura sobre a qual um biógrafo de Leonardo da Vinci disse: “Se fosse decretado que todas as pinturas na Europa, com exceção de uma, devessem ser destruídas, sabemos qual delas seria salva”.

A Mona Lisa saiu no primeiro comboio, acomodada em um estojo de álamo com o interior acolchoado com veludo vermelho, feito sob medida, que em seguida foi cuidadosamente posto em um caixote. Durante os seus cinco anos de exílio, ela seria transportada seis vezes, todas envolvendo muita ansiedade. Nos depósitos do interior do país, ela geralmente dormia ao lado da cama de curadores que tinham a dolorosa ciência de sua enorme responsabilidade para com uma das mais famosas e valiosas obras de arte do mundo todo.

Mais de 3.600 pinturas seriam resgatadas do Louvre, além de muitos milhares de desenhos, gravuras, esculturas, antiguidades e objetos de arte, assim como os arquivos do museu e boa parte de sua biblioteca. Os passos iniciais da operação se desdobrariam em grande parte como um balé bem ensaiado, graças a quase uma década de planejamento intensivo. Mas uma contra os líderes do governo da França de Vichy. Durante seis anos, os diretores do Louvre e seus funcionários arriscariam o emprego e, em muitos casos, a vida, para proteger as obras de arte e o palácio do Louvre não apenas do apetite pessoal dos líderes alemães, mas também de bombardeios, incêndios, enchentes, roubos e da perversidade das represálias militares alemãs. Esta é a história deles.

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

PARTE 1

DE GUERRA A GUERRA

Do segundo semestre de 1187 a meados de 1938

UM

PROTEÇÃO DE PARIS, PROTEÇÃO DA ARTE

O Louvre egípcio Yusuf ibn deve que Ayyub, a jamais sua existência também pôs os conhecido pés à proeza na França: militar como de um sultão Salah ad-Din Saladino. Em outubro de 1187, ele conquistou Jerusalém. Semanas depois, o papa convocou os reis da Europa e aristocratas menores para embarcarem na Terceira Cruzada e retomar Jerusalém de Saladino. Ambos os monarcas sabiam que a luta poderia significar anos de ausência de seus territórios, um ponto particularmente sensível para o rei Filipe Augusto da França, que vinha lutando contra a Inglaterra por um território próximo de Paris havia muito tempo. Durante os longos preparativos para a cruzada, Filipe refletiu sobre como poderia obter vantagem em relação à Inglaterra quando a Cruzada terminasse e eles inevitavelmente retomassem a batalha.

Uma semana antes de partir para a guerra em junho de 1190, Filipe ordenou que os burgueses de Paris construíssem, durante sua ausência, um muro alto e forte que rodeasse a área desenvolvida da cidade ao norte do Rio Sena. Filipe percebeu, contudo, que haveria um ponto fraco na defesa onde a ponta oeste do muro encontrava-se com o rio, que percorre a cidade horizontalmente e depois segue para a Normandia, a direção pela qual os ingleses provavelmente atacariam. A solução? Construir uma fortaleza onde o muro se encontrava com o rio e cercá-la com um fosso. Filipe deu a essa fortaleza o nome de Louvre.

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

No final dos anos 1300, a função defensiva do Louvre tornou-se obsoleta devido ao novo muro de Carlos V ao redor da Paris em franca expansão. O rei transformou a fortaleza em uma residência real maior e mais clara, de janelas primorosamente esculpidas e cumeeiras com decorações floreadas. Após Carlos V, o castelo incorreu em um longo período de negligência abruptamente interrompido durante o reinado de Francisco I, que assumiu o trono em 1515. Francisco colocou em prática um plano para transformá-lo em um suntuoso palácio renascentista. Começou demolindo o gigantesco torreão de Filipe Augusto e abrindo espaço para um pátio central destinado a acolher festas renascentistas. O pátio e as construções ao redor seriam alargados mais tarde e renomeados de Cour Carrée (pátio quadrado); eles testemunhariam alguns dos eventos mais dramáticos no museu durante a Segunda Guerra Mundial.

Francisco também foi patrono de arte e apadrinhou um italiano chamado Leonardo da Vinci. Quando o patrono anterior de Da Vinci morreu, em março de 1516, Francisco convidou o artista à França e ofereceu-lhe o cargo de Primeiro Pintor, Engenheiro e Arquiteto do Rei. Da Vinci, de 64 anos, fez a viagem de três meses da Itália até lá, de mula, acompanhado de seus dois assistentes, levando seus cadernos e pelo menos três de suas pinturas: A Virgem e o Menino com Santa Ana, São João Batista e Mona Lisa. As três obras foram, legalmente, parar nas mãos de Francisco após a morte de Da Vinci, três anos depois. A coleção de pinturas do rei era pequena – menos de cem, talvez –, porém tinha um grande prestígio. O castelo de Fontainebleau, que então abrigava a maioria das obras, tornou-se um notório centro cultural que recebia célebres visitantes oriundos de várias partes da Europa. Essa pequena mas prestigiosa coleção, formou a semente que germinaria e se transformaria no Museu do Louvre. Nos 250 anos posteriores ao reinado de Francisco, o Palácio do Louvre cresceu exponencialmente. No início dos anos 1600, suas pegadas estenderam-se no sentido oeste quando Henrique IV construiu uma galeria de 500 metros ao longo do Sena – que acabou batizada de Grande Galeria – para ligar o Louvre ao vizinho Palácio das Tulherias. Com o custo de metade do orçamento anual do reinado, a galeria tinha sido concebida pela ex-rainha, Catarina de Médici – que morreu bem antes da finalização da obra – simplesmente para que pudesse transitar entre os dois palácios sem ter de enfrentar o mau tempo e os olhares curiosos. O sucessor de Henrique, Luís XIII, fez, entre outras construções, o Pavilhão do Relógio, que estendeu o Cour Carrée. No final de agosto de 1944, a administração francesa do museu se reuniria no Cour Carrée em frente ao Pavilhão do Relógio para içar a bandeira francesa no alto do telhado quando acreditaram – erroneamente – que o museu e seus funcionários não corriam mais perigo.

Com Luís XIV, o palácio estendeu-se para o leste. Luís também foi responsável por um crescimento exponencial nas coleções de arte reais. Contudo, muitas peças, como a Mona Lisa, foram armazenadas ou expostas em Versalhes, pois haviam sido retiradas de Fontainebleau por Luís muito tempo antes. Seria necessária uma revolução para que fosse criado o Museu do Louvre e para se levar a Mona Lisa para Paris. O museu, aberto ao público em 1793, exibia apenas uma fração dos itens das antigas coleções reais, a Mona Lisa permanecia em Versalhes. Pouco do que se exibia no novo museu era da coleção original de Francisco I, e a maioria dos itens expostos e muitos dos que em breve se juntariam a eles vieram de aquisições reais posteriores e de itens apreendidos durante a Revolução, de famílias aristocráticas que tinham fugido da França. Duas dessas peças foram as esculturas Escravos, de mais de dois metros, de autoria de Michelangelo. Em 1794, outras peças de arte e antiguidades começaram a chegar, saqueadas da Bélgica pelas tropas Revolucionárias da França.

Porém, o espólio da ex-aristocracia francesa e belga perderia importância em comparação com a pilhagem feita por Napoleão Bonaparte através da Europa, que teve início em 1796, e boa parte dela foi levada para o Louvre. Uma grande porção do saque veio da Alemanha e da Áustria. Embora algumas tragédias posteriores tenham permitido que a França retivesse legalmente alguns desses itens, Adolf Hitler e seus especialistas em arte começariam a conspirar nos anos 1930 para reavê-los.

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

O rio de espólios de Napoleão correu para Paris durante mais de uma década. Uma de suas grandes aquisições chegou ao Louvre em 1797: Casamento em Caná, de Veronese, uma representação do século XVI da história do Novo Testamento da festa de casamento na Galileia, em que Jesus transformou água em vinho. A gigantesca obra de aproximadamente 10 metros de comprimento por 7 de altura, que tinha ficado exibida no presbitério do monastério de San Giorgio Maggiore, em Veneza, durante 235 anos, foi cortada ao meio pelas tropas de Napoleão para que fosse mais fácil levá-la à França.

Mais tarde no mesmo ano, a Mona Lisa finalmente deixou Versalhes a caminho do Louvre. Vários anos depois, a pintura foi o Cervo (também conhecida como Diana de Versalhes), que havia sido um presente do papa Paulo IV para Henrique II. Durante seus dias de glória, Napoleão empreendeu reformas importantes tanto no interior quanto no exterior do palácio. Também teve uma visão grandiosa para o seu desenvolvimento, que incluía, entre outras características, compridas novas alas na Rue de Rivoli para finalmente conectar o Palácio das Tulherias ao Louvre. No entanto, o plano permaneceu inativo porque em 1815, derrotado em Waterloo, os dias de glória de Napoleão chegaram ao fim. Quando caiu do poder, mais de quatro mil pinturas, esculturas, objetos de arte e antiguidades oriundas de pilhagens retornaram aos legítimos proprietários. Permaneceram apenas as obras que foram legalizadas nos termos dos tratados negociados ao fim das hostilidades. De todas as pinturas que Napoleão havia pegado, apenas cento e poucas permaneceriam na França, entre elas O Casamento em Caná, de Veronese, que acabou sendo considerada frágil demais para viajar. No lugar dela, o monastério do qual tinha saído aceitou uma pintura grande de Le Brun. Em 1939, a obra-prima de Veronese seria levada embora do Louvre com mais cuidado do que o empenhado pelas tropas de Napoleão: curadores a enrolariam cautelosamente – e intacta – dentro de uma coluna de carvalho.

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

Quando Napoleão caiu, o mesmo aconteceu com o primeiro diretor do museu, Vivant Denon. O sucessor de Denon deu início ao reabastecimento do museu. Uma das mais importantes aquisições dos anos 1820 foi uma estátua grega antiga de Afrodite, a deusa grega do amor e da beleza, chamada de Vênus pelos romanos. A Vênus de Milo, de pouco mais de 2 metros, foi descoberta em 1820, enterrada em um campo entre outras ruínas antigas na ilha grega de Milos. Outras obras adquiridas no mesmo período incluíam o sarcófago de granito rosa de Ramsés III e o gigante A balsa da Medusa, de Géricault, uma representação do naufrágio de uma fragata francesa na costa do Senegal em 1816 com mais de 150 homens a bordo. Durante a grande evacuação de 1939, a pintura quase foi destruída.

Galeria, na parte leste e na ala da Colunata do Cour Carrée. Foi a primeira vez que as obras de arte do Louvre correram risco significativo, e, espantosamente, ninguém jamais havia pensado em uma forma de protegê-las. Após avaliar a instável cena ao longo da doca por uma janela da Grande Galeria, o secretário-geral do museu, Vicomte de Cailleux, de 93 anos, instruiu os guardas do museu a começarem a tirar as pinturas das paredes imediatamente. Era prática dos museus na época expor pinturas do chão ao teto, exigindo que os guardas trabalhassem noite adentro e durante a manhã, subindo e descendo escadas para esvaziar as paredes lotadas. Pouco depois, grupos de pessoas entraram à força no palácio em busca de tropas reais. Em seguida, irromperam museu adentro, dando tiros em fechaduras para entrarem em salas fechadas. Em meio à agitação, Vicomte de Cailleux colocou alguns pequenos cartazes na entrada do Louvre com a curta e simples solicitação aos insurgentes: “Respeitem a propriedade nacional”.

E com pouquíssimas exceções, eles respeitaram. Apenas alguns itens foram mutilados, simplesmente porque representavam a monarquia. Da mesma forma, a pilhagem foi mínima, dado o tamanho da multidão, a magnitude dos tesouros e o fato de que a maior parte deles ficou praticamente desguardada depois que a Guarda Suíça foi enviada à esquerda do palácio para proteger outras edificações parisienses.

Julho de 1830 tinha sido um mês violento para o Louvre e o ano terminou igualmente violento. Na noite de 21 de dezembro, milhares de insurgentes pressionaram novamente as portas do palácio após tomarem conhecimento de que os ministros de Carlos X, depois de serem levados a julgamento, tinham escapado da pena de morte. Um grande número de guardas ficou a postos no Cour Carrée. Quando as multidões enfurecidas chegaram, as portas, dessa vez, permaneceram bem fechadas.

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

Em fevereiro de 1848, o Duque de Orleães foi desempossado em mais uma revolução. Ao redor do Louvre a cena das multidões lançando-se através das Tulherias era uma sinistra reminiscência a julho de 1830. Alguns dos insurgentes conseguiram chegar novamente ao adjacente Louvre, onde obras de arte empilhadas ao lado das paredes da Grande Galeria estavam sendo preparadas para uma exposição. Ao longo do parquete em frente às pilhas de pinturas, os curadores tinham escrito às pressas com giz a seguinte mensagem: “Respect à la propriété nationale et au bien des Artistes”: Respeite a propriedade nacional e os interesses dos artistas. Algo impressionante aconteceu: não tocaram em nenhuma das obras de arte desguardadas, algumas grandes obras primas, com exceção de uma obra alemã menor.

Mais tarde naquele ano, o sobrinho de Napoleão, Luís Napoleão Bonaparte, tornou-se o primeiro líder francês eleito. Em 1852, após dar um golpe, tornou-se imperador Napoleão III. Sob seu comando, o Louvre novamente explodiu de tamanho, incluindo longas novas alas que finalmente conectaram o Louvre a Tulherias como Napoleão Bonaparte havia vislumbrado. Várias galerias receberam decoração elaborada, inclusive uma pintura gigantesca, Apolo matando Píton, concebida e executada por Delacroix para a área central do teto da luxuosa Galeria Apolo.

O Louvre também fez algumas aquisições espetaculares nessa época, como, em 1852, Diana saindo do banho, de Boucher, uma pintura da deusa da caça romana, a qual Joachim von Ribbentrop, o ministro de Relações Exteriores de Hitler, mais tarde viria a cobiçar. Dois anos depois, chegaria a escultura de calcário pintada, O escriba sentado, de mais de 50 centímetros de altura, um presente do governo egípcio.

Em 1863, o governo adquiriu a escultura de mais 2,5 metros, Vitória de Samotrácia, que representa Nike, a deusa grega da vitória, e ficava na proa de um navio que também tinha mais de 2,5 metros de altura. A obra de dois mil anos recebeu o nome da ilha na qual foi descoberta em 1863. Após remontarem os 118 pedaços da estátua, que não incluía a proa do navio, a qual foi escavada e adquirida mais de uma década depois, o Louvre exibiu a Vitória de Samotrácia na Salle des Caryatides, do Cour Carrée, em 1866. Mais tarde, operários a removeriam para o alto da escadaria Daru, pela qual ela desceria em 1939.

Até 1870, o Louvre incrementou pacificamente suas coleções, e então houve um novo período de guerra, após a escalada das tensões entre a Prússia e a França. No dia 18 de julho de 1870, Napoleão III declarou guerra à Prússia, e logo em seguida vários estados germânicos rapidamente se juntaram à Prússia. Era lógico concluir que, se os exércitos germânicos tomassem a cidade, eles saqueariam o Louvre assim como os exércitos de Napoleão tinham feito na Prússia. No dia 30 de agosto, o governo rapidamente decidiu remover os itens mais preciosos para instalações militares na distante cidade portuária de Brest, bem no nordeste do país, no Canal da Mancha. Dali, poderiam ser rapidamente despachados para a Inglaterra, caso necessário. A evacuação do Louvre em 1870 foi a primeira vez em que esse tipo de medida foi tomado.

Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

Fim da Amostra!

Outras Imagens do Livro:

'Salvando a Mona Lisa' de Gerri Chanel - No final de agosto de 1939, quando a guerra ameaçava eclodir na Europa, os curadores do Louvre guardaram o quadro mais famoso do mundo em um estojo especial forrado com veludo vermelho e o enviaram ao Vale do Loire, cerca de duzentos quilômetros ao sul de Paris... Livros Online, Baixar PDF, Grátis, Frases de Gerri Chanel, Download, Resumos Análises e Criticas...
'Salvando a Mona Lisa' de Gerri Chanel - No final de agosto de 1939, quando a guerra ameaçava eclodir na Europa, os curadores do Louvre guardaram o quadro mais famoso do mundo em um estojo especial forrado com veludo vermelho e o enviaram ao Vale do Loire, cerca de duzentos quilômetros ao sul de Paris... Livros Online, Baixar PDF, Grátis, Frases de Gerri Chanel, Download, Resumos Análises e Criticas...
Livro 'Salvando a Mona Lisa' por Gerri Chanel - A extraordinária batalha para proteger o Louvre e seus tesouros da invasão nazista

Tags: , ,