Em O Tigre Branco, o protagonista Balram Halwai narra de maneira irônica e divertida sua jornada inusitada para subir na vida e se tornar alguém importante: assassinando seu patrão. Em cartas dirigidas ao primeiro-ministro chinês, Balram oferece uma visão crítica e perspicaz da sociedade indiana e do mundo contemporâneo, justificando seu crime como um “ato de empreendedorismo”. O romance de estreia do jovem autor indiano Aravind Adiga, vencedor do Man Booker Prize 2008, surpreende o leitor a cada passo. O Tigre Branco foi aclamado pelos jurados como um livro de imenso valor literário e extremamente original, por apresentar aspectos da Índia frequentemente ignorados e por seus personagens que revelam um lado humano desconcertante.
Editora: HarperCollins; 1ª edição (15 fevereiro 2021); Páginas: 336 páginas; ISBN-10: 6555110996; ISBN-13: 978-6555110999
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Biografia do autor: Aravind Adiga, nascido em Madras em 1974, é um autor global que viveu na Índia, Austrália, Estados Unidos e Grã-Bretanha. Jornalista, foi correspondente da revista Time e contribuiu para a The New Yorker e o Sunday Times. Seu romance de estreia, O Tigre Branco, ganhou o Man Booker Prize 2008. Atualmente reside em Mumbai, Índia.
Resenha:
“O Tigre Branco” de Aravind Adiga é uma obra literária impactante que mergulha nas profundezas da Índia contemporânea, expondo suas contradições, desigualdades sociais e a busca por ascensão em um sistema corrupto. Através da narrativa em primeira pessoa de Balram Halwai, um jovem de origem humilde que se torna motorista de uma família rica, o autor apresenta uma crítica mordaz à sociedade indiana e ao sistema de castas.
A história é contada em forma de cartas que Balram escreve ao primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, compartilhando sua trajetória de “escuridão” para “luz”. Com uma linguagem crua e direta, ele descreve sua infância pobre, a exploração que sofreu como empregado e sua astúcia para se libertar das amarras sociais. Balram se apresenta como um “tigre branco”, uma raridade na Índia, alguém que desafia as normas e busca seu próprio caminho, mesmo que isso signifique recorrer a métodos questionáveis.
Adiga explora temas como a corrupção endêmica, a exploração dos pobres pelos ricos, a falta de oportunidades e a busca por identidade em um país em constante transformação. A narrativa é ágil, envolvente e repleta de humor negro, mantendo o leitor preso do início ao fim.
No entanto, a obra também gera controvérsias. Alguns críticos apontam que a representação da Índia é estereotipada e negativa, focando apenas nos aspectos mais sombrios da sociedade. Além disso, a moralidade ambígua do protagonista e suas ações questionáveis podem incomodar alguns leitores.
Apesar das controvérsias, “O Tigre Branco” é um livro provocativo e instigante, que nos leva a refletir sobre questões sociais e políticas relevantes. A obra conquistou o prestigioso prêmio Man Booker Prize em 2008 e se tornou um sucesso de vendas internacional, consolidando Aravind Adiga como uma das vozes mais importantes da literatura indiana contemporânea.