Livro ‘Introdução à linguagem silenciosa’ por Ricardo Ventura

Baixar PDF 'Introdução à linguagem silenciosa' por Ricardo Ventura
Você sabia que apenas 7% da nossa comunicação não acontece através das palavras? Grande parte de tudo que é comunicado durante uma conversa está nas entrelinhas. Naquilo que não é dito. Seja através de expressões faciais, comportamentos, movimentos de corpo, tom de voz, escolha do ambiente, postura, construção da narrativa. Tudo isso é o que nós chamamos de Linguagem Silenciosa. Essa linguagem silenciosa fala tão alto que é impossível não a reconhecer. Talvez você veja isso de uma forma intuitiva, sem conhecer o que está acontecendo. Sabe quando você desconfia de alguém que mal conhece? Ou tem a impressão de que tem algo muito errado acontecendo com alguém que você ama?...
Editora: Eu Posso!; 1ª edição (11 março 2021)  ISBN-10: 659915641X  ISBN-13: 978-6599156410  Páginas: 49 páginas  ASIN: B08YRXW9ZW

Clique na imagem para ler o livro

Sobre o autor: Psicanalista e Cientista Comportamental, especialista em Linguagem Silenciosa, Ricardo Ventura foi o primeiro brasileiro a publicar livros sobre PNL aplicada. Ventura é fundador do canal “Não Minta Pra Mim”, no YouTube com mais de meio milhão de inscritos, onde analisa políticos, celebridades e casos controversos de relevância pública. Palestrante, atuou em programas de TV como Profissão Repórter, Super POP, Sabrina Sato, Leda Nagle e Kátia Fonseca. Palestrou no TED Talks e diversos países como Japão, Portugal, Alemanha e EUA. Treinou figuras renomadas, prefeitos, políticos, empresários, pastores, atletas olímpicos. Formado em administração de empresas, pós em psicologia e master em PNL, atingiu a liberdade financeira aos 39 anos e tem como paixão e missão propagar seu conhecimento. Sem medo de críticas, seu prazer é desafiar e estimular pessoas a construírem suas próprias opiniões. Já analisou casos como o estupro de Mariana Ferrer, a demissão de Sergio Moro, o caso Bel para meninas, a separação de Gusttavo lima, o caso de assédio de Tadashi Kadomoto, a comunicação de Suzane Von Richthofen e muitos outros com 100% de assertividade.

Leia trecho do livro

INTRODUÇÃO

Braços cruzados. Olhar tenso. Movimento dos olhos. Posição da boca. Todas essas características estão presente em diversas conversas. Mesmo quando sua boca não diz nada, elas estão lá. Isso é o que nós chamamos de linguagem corporal.

Caso você nunca tenha ouvido falar sobre, talvez pareça novidade e até um pouco estranho, mas é verdade O NOSSO CORPO FALA! Diariamente, toda hora e todo minuto. Ele fala, realmente, em frações de segundo que podem revelar muita coisa.

Quer um exemplo? Sabe quando você está triste e quer esconder isso? Por mais que você se esforce, é difícil não dobrar a boca para baixo e juntar as sobrancelhas no centro. Isso é o seu corpo falando.

Conhecendo um pouco mais sobre esse assunto, um novo mundo se abre e você poderá entender um pouco mais sobre as pessoas. Você poderá descobrir o que seu filho, funcionário, cliente ou qualquer pessoa ao seu redor está passando no momento. E você será capaz de descobrir mentiras. Como? É muito simples…

A linguagem corporal é uma forma de comunicação não verbal, onde o corpo se comunica por meio de gestos, expressões faciais, movimento dos olhos, proximidade entre locutor e interlocutor e posturas. Tudo isso é o nosso subconsciente tentando transmitir uma mensagem. E, quando estamos mentindo, o subconsciente nos mostra sinais.

Há diversos estudos que contribuem para a linguagem corporal, como: Cinesiologia (ciência que analisa o movimento do corpo humano), Paralinguagem (Programação Neurolinguística, conhecida como PNL), a Neurociência, a Psicologia, a Proxêmica e a Oratória.

Tudo isso porque se comunicar através do corpo prece- de a linguagem verbal. Falar com o físico é mais antigo do que as palavras.

O surgimento da linguagem verbal há mais de 40 mil anos e da escrita, há 4 mil, só foram possíveis com o desenvolvimento de uma complexa estrutura cerebral denominada de Neocórtex.

Como seres humanos, podemos escolher palavras, criar imagens, fazer abstrações e mentir utilizando essa estrutura. Porém o sistema Embico, responsável pelos sentimentos, envia impulsos elétricos ao corpo, gerando expressões e movimentos.

Porém, a linguagem corporal pode se manifestar sendo estimulada, também, pela parte mais antiga e primitiva do cérebro: o sistema reptiliano.

Essa estrutura, localizada no talo cerebral, controla as funções corporais e regula nossas necessidades de sobrevivência, como batimentos cardíacos, respiração, digestão e reprodução.

Por essa complexa estrutura que é nosso cérebro, o corpo demonstra várias formas de comunicação, como olhares, gestos, posições e pequenos movimentos faciais.

Albert Mehrabian, pioneiro em pesquisas sobre linguagem corporal, descobriu 1950, através de estudos, que a mensagem na comunicação interpessoal é transferida na seguinte proporção:

• 7% verbal (somente palavras)
• 38% vocal (tom de voz, velocidade, ritmo, volume e entonação
• 55% não verbal (gestos, expressões faciais, postura e mais informações expressas sem palavras).

Ou seja, a maior parte da nossa comunicação não está nas palavras, mas em detalhes que o nosso corpo transmite.

O antropólogo Ray Birdwhistel, outro pioneiro no estudo da comunicação não verbal, fez um estudo semelhante e chegou à conclusão que as palavras correspondem por menos de 35% das mensagens transmitidas em uma conversa frente-a-frente. O restante, em torno de 65%, é feito de maneira não verbal.

Isso fica mais claro ainda se observarmos a biologia humana. Todos nascemos sabendo identificar algumas expressões faciais, gestos e posturas. Ao longo da vida, aprendemos outras formas. Porém, devido à linguagem corporal não fazer parte do sistema educacional tradicional e ainda ser pouco estudada e difundida atualmente, uma grande variedade de gestos passam despercebidos.

Este não é um assunto nem mesmo tratado nas aulas de ciência. E olha que a comunicação é um dos principais motivos do homo sapiens ter evoluído muito mais que outros animais e ter sobrevivido por tantos anos. Não é por menos que está presente em cada momento das nossas vidas.

Todas essas conclusões são resultado de algo iniciado há muito tempo, quando Charles Darwin começou seus primeiros estudos científicos sobre linguagem corporal.

Eles foram publicados no livro “As expressões das emoções em homens e animais”, onde Darwin defendia que os mamíferos demonstravam suas emoções por meio de expressões faciais. Fato que foi comprovado anos depois por Paul Ekman, como você verá no decorrer deste ebook.

Para entender melhor o que Darwin está dizendo, basta lembrarmos observarmos o comportamento de diversos mamíferos. Os machos frequentemente cortejam as fêmeas, mudam postura, fazem danças e até mesmo caretas. Tudo isso é um processo de comunicação sem uma única fala.

Mas não é somente a biologia que estuda esses comportamentos. Vale lembrar que, além do fator biológico, a linguagem corporal pode ser usada por meio de código, gestos culturais, gestos de suporte ou complemento e leitura das reais intenções e sentidos do orador.

A linguagem corporal pode ser utilizada como código por determinados grupos. Militares e policiais, por exemplo, possuem alguns códigos de gestos para transmitirem informações como acelerar, agrupar, parar ou bater em retirada. Isso facilita o trabalho em grupo, além do resultado mais eficiente.

Culturalmente um povo pode adotar gestos característicos que identifiquem. Assim como podem existir vários significados diferentes para um mesmo gesto em diversas culturas.

Um exemplo: o punho fechado com o polegar levantado na maioria dos países é interpretado como sinal de “positivo”. Na Itália é considerado um gesto obsceno. O sinal de “ok” americano, no quando feito abaixo do cotovelo no Brasil também ganha um outro significado. Por isso, é bom evitar gestos em viagens internacionais hehe.

A linguagem corporal também pode reforçar e enfatizar a o que está sendo dito, além de complementar ou concluir raciocínios. Há muitos cursos de oratória que ensinam gestos e expressões capazes de dar suporte aos discursos e melhorar a comunicação. No Criando Palestras e Apresentações, minha formação Premium para palestrantes, por exemplo, eu ensino muito sobre como usar seu corpo como recurso para transmitir uma ideia.

Mas, voltando aos estudos e as ideias de Darwin. Muitos especialistas puderam perceber por meio dos gestos e expressões faciais se o que a pessoa está dizendo condiz exatamente com seus sentimentos e reais intenções.

Mas, antes de continuarmos e você sair por aí analisando todas as pessoas ao seu redor, preste muita atenção, no que vou explicar agora. Muitos dos sinais de que o corpo está mentindo são universais e funcionam em qualquer cultura, mas não estamos falando de um cálculo matemático em que 2 + 2=4. Estamos estudando uma das máquinas mais completas e complexas do mundo. A mente humana.

Portanto alguns dos sinais aqui apresentados, em determinados contextos, podem ter significados completamente diferentes, como te mostrarei no decorrer deste livro. Por isso, é essencial que a Análise Não Verbal seja feita dentro de um contexto. Lembre-se sempre dessa palavra CONTEXTO!

A maioria desses sinais que o corpo demonstra acontece em frações de segundos. As microexpressões, que vou te apresentar mais à frente, por exemplo, são extremamente rápidas. E aqui que mora o grande perigo da Análise Não Verbal.

Muitas pessoas, tentando analisar esses rápidos sinais separadamente, enxergam microexpressões de medo e ansiedade como sinais de mentira, por exemplo, o que incorre em muitos erros de interpretação e julgamento.

De forma geral, a linguagem corporal foi uma das primeiras formas de comunicação humana e continua sendo uma das mais fortes e expressivas. Ela vem sendo utilizada há milhões de anos e está relacionada principalmente ao sistema límbico (mesencéfalo), a segunda estrutura mais primitiva do cérebro.


Tags: