Livro ‘Seja Minha’ por Chris Prado

Livro 'Seja Minha' por Chris Prado
Um convite ao prazer e ao amor
Luna é uma jovem que passou por uma adolescência complicada. Criada sob educação religiosa rígida, ela só desejava desfrutar de mais liberdade. Essa liberdade, porém, não aconteceu como ela esperava e, com o tempo, se mostrou uma verdadeira prisão da alma e do corpo. Assim, sem dinheiro ou perspectivas, e com uma bebê para criar, sua única opção foi se tornar uma garota de programa e trabalhar como stripper em uma boate. Sua profissão é cruel e sua vida não é fácil ou doce, mas ela faz isso pela filha, e o destino, às vezes, guarda surpresas interessantes. Thomas é um empresário ascendente do ramo alimentício...
Formato: eBook Kindle  Número de páginas: 484 páginas  Idioma: Português  ASIN: B08FZM472Z

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Leia trecho do livro

Livro 'Seja Minha' por Chris Prado

Olá leitores e leitoras queridas!

Voltei com mais uma história para vocês! Espero que gostem!

Apesar desse romance ser um spin-off de Obras do Amor – Barriga de aluguel, trata-se de uma história independente que pode ser lida separadamente.

Aqui, vamos conhecer Luna, uma jovem que ganha a vida como uma stripper e garota de programa, e Thomas, um empresário divorciado e bem-sucedido que cai de paraquedas na vida dela.

Devo alertar que o tema abordado no início da história é delicado e pode despertar gatilhos em leitoras(es) mais sensíveis, pois retrata a vida de Luna antes de ela virar uma prostituta e como ela seguiu por esse caminho.

Assim, há algumas cenas pontuais em que episódios de violência fisica e sexual são relatadas. Porém, quero esclarecer que nenhuma destas cenas foram romantizadas, bem como procurei não deixá-las muito longas ou pesadas.

Contudo, se ainda assim você se sentir mal ou incomodada(o) com as situações vividas pela personagem, peço para que descontinue a leitura ou pule o trecho da cena no capítulo.

Infelizmente, a violência contra mulheres, o julgamento e o preconceito estão presentes em nossa sociedade e não devemos fechar nossos olhos para isso. Se você sofre de abusos ou se conhece alguém que sofra, ligue 180. Não se omita, não se cale. Procure ajuda.

E já que estamos falando sobre temas sensíveis, aproveito para informar que há um caso de doença grave (câncer) em um personagem secundário. Portanto, se este assunto te provocar gatilhos, não recomendo a leitura.

Mas calma, meus lindos e lindas, que nem tudo é tragédia.

Apesar de ter seu lado dramático, esta história também vai falar de amor, paixão, confiança e de quebra de estigmas.

Luna é uma personagem que, reprimida pelos pais, faz escolhas ruins enquanto jovem. Suas decisões a levam por caminhos complicados. Entretanto, ela não desiste. Luna batalha pela sua filha, amadurece durante sua jornada e nunca deixa de sonhar.

Já Thomas… Ah, esse é um personagem delicioso. Depois de passar anos casado e monogâmico, ele se vê livre após o divórcio e descobre os prazeres da vida. Mas ele também tem seus problemas pessoais, por conta do distanciamento de seus filhos.

Assim, as histórias de ambos correm em paralelo no início do livro, até que seus caminhos se cruzam na boate onde Luna trabalha. A partir daí, já informo que teremos muitos momentos calientes entre nossos protagonistas.

Ou seja, esta história é só para maiores de idade.

Sobre as cenas picantes, já esclareço que o sexo está presente apenas para apimentar o romance entre o casal, não para ser o foco.

Enfim, chega de enrolação e vamos ao que interessa, não é? Pois Luna e Thomas te esperam ansiosos e cheios de paixão.

Seja muito bem-vinda(o) a mais uma história e tenha uma ótima leitura!

Livro 'Seja Minha' por Chris Prado
Livro 'Seja Minha' por Chris Prado

— Luciane! Sai dessa cama! — Escutei minha mãe gritar da cozinha pela décima vez.

Coloquei o travesseiro sobre a minha cabeça e bufei. Bosta! Por que eu tinha que ter nascido com pais tão chatos e intrometidos?

Eu já estava cansada daquilo… Minha vontade era de pegar uma mala, enfiar minhas coisas dentro e fugir. O problema é que eu não tinha para onde ir.

Com 17 anos e cursando o último ano do Ensino Médio, minha vida em casa era um inferno do qual eu queria me libertar urgentemente.

Meus pais, mega religiosos, nunca me permitiam nada. Prendiam-me em casa sem celular e sem internet, os programas de TV eram escolhidos por eles e eu só podia sair de casa para ir à escola ou à igreja.

Quando um professor dava algum trabalho para fazer, eu nunca podia ir à casa das minhas amigas. Ou elas vinham em casa ou tinha que fazê-lo na escola. Para uma adolescente, isso era terrível e, com o tempo, fui ficando sem amigas. Afinal, quem se interessaria em manter amizade com alguém tão sem graça e limitada como eu?

E não era só isso. Se eu pegasse algum livro na biblioteca, minha mãe precisava dar uma olhada antes para se certificar de que não haveria nada imoral ali. Normalmente, ela me tomava o livro e me entregava a bíblia para ler. Não foram poucas as vezes que eu tive vontade de tacar a bendita pela janela quando ela fazia aquilo.

Não que eu não acreditasse em Deus ou no que estava escrito na bíblia, mas era para onde eu acabava canalizando minha irritação. A verdade é que não entendia por que as coisas tinham que ser tão a ferro e fogo em casa. Não era assim com outros adolescentes que eu conhecia da igreja.

Ah, merda! Eu queria poder ficar na cama o dia inteiro…

Como se adivinhasse os meus pensamentos, Davi, meu irmão caçula de apenas 8 anos, entrou no quarto como um furacão.

— A mãe disse que se você não se levantar, vai se atrasar pro culto.

— Sai daqui, peste! — exclamei ainda com o travesseiro na cara.

— Chata! — ele gritou e bateu a porta.

Éramos em quatro filhos na família. Além de mim, eu tinha dois irmãos mais novos, Denis e Davi, e uma irmã mais velha, Dayane, que já havia saído de casa há dois anos e era a única que me ouvia.

Ela sempre me aconselhava a ter paciência, pois, um dia, eu teria a minha liberdade e poderia cuidar do meu próprio nariz. Mal sabia ela que a minha tão almejada liberdade se tornaria, dali a alguns anos, outra prisão…

Professora, Day tinha um emprego fixo em outra cidade e era casada com um segurança de loja que não passava de um idiota. Sim, idiota! Pena que ela não enxergava isso.

Há alguns meses, quando eles vieram nos visitar no dia das mães, o infeliz tentou me beijar escondido e eu dei uma joelhada nas bolas dele. Ninguém acreditou em mim quando contei, principalmente porque ele e minha irmã haviam se conhecido na igreja e meus pais achavam que ele era perfeito para ela.

No fim, levei bronca da minha mãe, que me acusou de estar fazendo intriga, e minha irmã me virou a cara por semanas, acreditando que eu havia mentido.

Foi uma época muito difícil, porque eu e Day sempre fomos muito unidas, nos falávamos quase todos os dias pelo telefone e, quando ela se afastou, fiquei sem ninguém para conversar, o que me entristeceu demais. Talvez, por isso, acabei me enveredando por caminhos complicados.

Sempre tentei ser uma filha exemplar; tirava boas notas, era obediente e meus poucos amigos eram todos da igreja. Porém, por conta dos meus pais nunca me deixarem sair com eles, eu acabava não interagindo muito no grupo e me sentia um pouco excluída.

Somente com o afastamento da minha irmã, que me dei conta do quanto eu estava sozinha e presa naquele círculo casa-igreja e igreja-casa.

Frustrada e sentindo uma enorme necessidade de ter com quem conversar, tentei me aproximar mais das meninas da escola, mas fui rejeitada, claro. Afinal, eu era a esquisita da turma que não falava com ninguém e que não tinha sequer um celular.

Eu não sabia como ser aceita e isso me angustiava.

Um dia, encontrei um batom vermelho-alaranjado perdido no banheiro do pátio e pensei que se começasse a agir mais como as outras garotas e fosse como elas, talvez eu pudesse fazer amizades. Então, não tive dúvidas, passei o batom na boca e guardei-o comigo, mesmo sabendo que estava agindo errado ao me apropriar de algo que não era meu.

O efeito foi imediato, pois recebi vários olhares de estranhamento quando voltei para sala, inclusive da professora. Eu podia ter me sentido intimidada, mas, no fundo, me senti orgulhosa. Finalmente eu estava sendo notada.

Tomei o cuidado de retirar o batom da boca antes de ir para casa e, assim, iniciou minha redescoberta do Ensino Médio, cujos dois primeiros anos haviam sido totalmente sem graça.

Eu esperava que a vida finalmente me sorrisse, mas, infelizmente, minha mãe tinha a terrível mania de fuçar em minha mochila de vez em quando, para saber se eu não estava trazendo algo inapropriado para casa. E, apesar de eu ter escondido o batom em um zíper interno, ela o encontrou e deu um escândalo, seguido de uma surra de chinelo.

— Sua infeliz! — ela gritava enquanto me batia. — Toma vergonha nessa cara! Quer ser uma biscate igual àquelas meninas da escola?

Nunca havia apanhado tanto da minha mãe. Chorei e implorei para que parasse, mas ela só se acalmou com a chegada do meu pai que, irritado, me mandou ficar de castigo no quarto.


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