Livro ‘O Túnel’ por Ernesto Sabato

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De cunho existencialista, romance de estreia de Ernesto Sabato, um dos mestres da literatura argentina e ganhador do prêmio Cervantes, é narrado por assassino confesso. Pode-se que dizer que O túnel é um romance policial pelo avesso. O crime e seu autor são revelados na primeira frase do livro pelo protagonista e assassino, o pintor Juan Pablo Castel. Segue-se um relato angustiado das circunstâncias e engrenagens íntimas que o levaram a matar a mulher pela qual se apaixonou, María Iribarne. Não há detetives, mas uma autoinvestigação que tangencia a loucura, embora recoberta por uma racionalidade aparentemente rigorosa. A Castel falta habilidade para se comunicar e sobram niilismo e repulsa pela humanidade. Sua insatisfação o leva a desejar reter a presença e a atenção de María, o que se revela impossível. A relação entre os dois se alterna entre momentos de ternura e muitas situações de atrito…

Editora: ‎Carambaia; 1ª edição (8 agosto 2023); Páginas: ‎167 páginas; ISBN-13: 978-6554610254; ASIN: B0CBL31L7M

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Biografia do autor: Ernesto Roque Sabato nasceu em Rojas, em 1911, filho de imigrantes italianos de classe média. Completou o doutorado em física na Universidad Nacional de La Plata em 1937, aos 26 anos. Depois de estudos no Laboratoire Curie, em Paris – quando se aproximou do círculo surrealista –, e no Massachusetts Institute of Technology, passou a dar aulas na universidade de La Plata. Artigos que escreveu contra o governo de Juan Domingos Perón lhe custaram a demissão. Pouco tempo depois, Sabato abandonou a carreira na física, decepcionado com a racionalidade científica. Outro desencanto viria com o comunismo, do qual se afastou diante dos crimes de Josef Stálin. Em sua longa vida, Sabato exerceu vários ofícios e papéis. Já septuagenário, recebeu o pedido do presidente Raúl Alfonsín para chefiar as investigações sobre as graves violações dos direitos humanos durante a sangrenta ditadura militar argentina (1976-1983). Sabato presidiu, ao longo de 280 dias entre 1983 e 1984, a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep). Esse trabalho, conhecido como “relatório Sabato”, resultou no livro Nunca más (1984), que enumera as mortes e desaparecimentos de um total entre 10 mil e 30 mil pessoas, além de 340 centros de triagem e tortura. Em 1945 saiu Uno y el universo, uma série de aforismos e observações pessoais sobre questões políticas, sociais e filosóficas. Antes e depois da publicação de O túnel, Sabato continuou escrevendo livros de ensaios, incluindo o estudo El otro rosto del peronismo. Somente em 1961 veio à luz o segundo romance do autor, Sobre heróis e tumbas, no qual retoma o estudo psicológico de O túnel sobre um pano de fundo histórico. Em 1974 Sabato publicou o terceiro e último romance, Abaddón, o Exterminador. Entre outros volumes de não ficção, o escritor lançou em 1968 Tres aproximaciones a la literatura de nuestro tiempo, ensaios sobre Jorge Luis Borges, Alain Robbe-Grillet e Jean-Paul Sartre. Sabato recebeu o prêmio Cervantes, o mais relevante da língua espanhola, em 1984, mesmo ano em que saiu na Espanha o relatório Nunca mais. Em 1999, lançou seu livro de memórias Antes do fim e, em 2000, veio a público seu último livro, La resistencia, primeiro na internet e depois em papel. O escritor, que foi também um pintor respeitado, morreu em Santos Lugares, nas imediações de Buenos Aires, a poucos meses de completar 100 anos.


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