Livro ‘O CEO, A Virgem e o Velho Maluco Que Quer Um Neto’ por Aretha V. Guedes

Baixar PDF O CEO, A Virgem e o Velho Maluco Que Quer Um Neto - Livro de Aretha V. Guedes
Débora teve uma vida boa até o seu pai ser preso por estelionato e perder os seus bens. Com o nome da família jogado no lixo, ela precisa se virar para ajudar a mãe, que luta contra a leucemia, a cuidar da irmã mais nova. Como pagar a escola? Colocar comida na mesa? Bancar os medicamentos da mãe? A solução para os seus problemas surge no formato de um velho maluco que faz uma proposta indecente. Ele quer um neto e ver o filho casado com uma boa garota e ela é a melhor opção: educada, filha do melhor amigo dele e... virgem! Deb deve trabalhar para um babaca notório e seduzi-lo, mas não tem ideia de como fazer isso. Julian Velasquez é o CEO de uma empresa bilionária e não tem tempo para romance...
ASIN: B08ZFZ1RS4  Número de páginas: 523 páginas  Data da publicação: 17 março 2021

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Aretha V. Guedes é casada, tem um filho e formada em Ciências biológicas e Odontologia. Começou a escrever em 2015 o romance Elle — música, amor e amizade, o primeiro da Série Jack Rock, que foi destaque em Romance no Wattpad. Com milhões de leituras na Amazon, é autora de diversos títulos como O CEO, a virgem e o velho maluco que quer um neto, Meu ex-melhor amigo, Filha da máfia, Um bebê para o Natal, A promessa do sheik, Alfa e ômega, Reich – entre vampiros e deuses, Obstinada, Khalil — o segundo herdeiro do sheik, Amor em desafio, entre outros. Além de bestseller e de ter figurado na lista de mais vendidos da Veja com o box da trilogia Elle, também foi vencedora de dois prêmios internacionais Wattys e do concurso Luvbook/Ler Editorial, com o livro Amigos para Sempre. É autora das editoras Qualis, Mavlis e Grupo Editorial Porta

Trecho do livro

Prólogo

Eu estava no fundo do poço.

Era tipo a Samara, só que ela conseguia sair para matar a galera. Enquanto eu só ficava na lama mesmo. Não que tivesse alguma maldição, era só um caso grave de problemas familiares.

Pensando bem, a minha história não era a do Chamado, estava mais para Desventuras em séries. Tudo começou cerca de um ano atrás, quando meu pai foi preso por estelionato e a nossa vida perfeita desmoronou. Perdemos a casa, os carros, o dinheiro, tudo confiscado pela justiça. Minhas roupas e joias foram vendidas para alugar uma casinha apertada que dividia com minha mãe e irmã mais nova. Só me restou um pouco de dignidade.

Isso, no entanto, estava prestes a mudar caso aceitasse a proposta a mim dada.

Nesse momento, o senhor Velasquez, um velho amigo do meu pai — e, por velho, eu queria dizer três vezes a minha idade — me encarava como se eu fosse um cavalo premiado. Eu não estava mais no fundo do poço, era pior, encontrava-me queimando no núcleo da Terra.

— Você é virgem mesmo, Débora? — teve a cara de pau de perguntar. Por acaso, deveria falar da minha intimidade com um velho enxerido? O que aquilo tinha a ver com uma proposta de emprego? Só contratava mulheres que não fossem “rodadas”? Que absurdo! Ele me olhou impaciente: — É?

Respirei fundo diante da pergunta carregada de ceticismo. A sobrancelha grisalha se levantou, desafiando-me a mentir. Quando Heitor Velasquez me convidou para um café, dizendo que tinha uma solução para ajudar minha família, pensei que seria a luz no fim do túnel, não que tentaria acender a luz vermelha da putaria em cima da minha cabeça. Jamais imaginei que ouviria um questionamento daquele tipo!

A menos que…

Não! De jeito nenhum!

Eu me belisquei achando que era algum delírio. Sem dúvidas, se tratava de um pesadelo bizarro. Heitor não podia estar prestes a propor o que achei que diria. Deus do céu, esse tipo de coisa deveria acontecer apenas nos livros e filmes. Aquela conversa era tão surreal que eu me peguei rindo. Um sugar daddy nunca tinha passado por minha cabeça e, se tivesse feito, seria um Richard Gere, Brad Pitt ou George Clooney, não um Ian Mckellen.

Mesmo assim, não aceitaria. Nunca tive a intenção de precificar minha virgindade, não era um prêmio a ser leiloado, era um momento que eu pretendia compartilhar com o amor da minha vida. Ou, ao menos, com uma pessoa em quem confiasse plenamente.

— Por que a pergunta? — questionei ríspida. Na minha infância, a diversão do filho dele era infernizar a minha vida por puro deleite. Dez anos mais velho, Julian era o adolescente chato que ria das minhas tranças e zoava as bonecas que eu amava brincar. Eu não deixava barato, mostrava a língua quando mamãe não estava olhando e lhe dava soquinhos de punho fechado, o que só fazia o idiota gargalhar mais da minha tentativa de vingança.

Quando ele entrou na universidade, o via só de vez em quando. Senti alívio por muito tempo, até eu passar a ver garotos com outros olhos. E, porra… Julian era lindo de se olhar. Pena que ele não ligava mais para mim, casou-se cedo com a namorada. Juntos, eles eram um casal digno de revista. Estonteantes e muito felizes.

Heitor, sem pressa alguma, bebericou um gole de café e o canto da boca se levantou com sarcasmo. Havia algo afiado em seu semblante que me fazia tremer. Uma astúcia de um empresário com anos de experiência. Ou era só um toque de loucura, não tinha certeza.

— Soube que sua mãe está muito doente. — Ele esticou a mão para alcançar a minha, porém, a afastei, colocando-a embaixo da mesa. — Leucemia é uma doença muito grave, ela não deveria ficar à mercê da saúde pública. Posso dar um jeito nisso.

Por um momento, me permiti ficar alegre. Costumava confiar em Heitor, um amigo tão próximo do meu pai que eu o chamava de tio e cheguei a ser tratada como uma sobrinha por ele e sua falecida esposa, dona Sofia. Dar o melhor tratamento para a mamãe era o que eu mais desejava, o motivo para fechar os olhos e fazer uma prece a Deus todas as noites.

Claro, a sensação boa foi breve. Meu cérebro estava fazendo uma ligação da doença de mamãe com a minha virgindade e a conclusão não era nada boa. Um gosto amargo de decepção se espalhou por minha boca, supostamente, o senhor Velasquez era um dos últimos homens decentes que eu conhecia. Bati as unhas contra a mesa, presa entre terminar de ouvir o que ele tinha a dizer e poupar o tempo de nós dois para dar um tapa em sua cara logo.

Queria um trabalho digno e que pagasse bem, mas estava claro que aquilo não iria acontecer. Jovem e inexperiente, o que poderia fazer? Uma tristeza me dominou, tinha a doce ilusão de que quando me entregasse, seria por amor. Alguém que me atraísse e por quem estivesse apaixonada. O senhor Velasquez era elegante e emanava uma aura de poder, mas eu só tinha dezenove anos e ele uns setenta ou mais.

E eu o considerava meu tio!

— Sim, ela está. Seu estado só tem piorado. — Iria chorar, não tinha dúvidas de que meu rosto estava avermelhado, podia sentir as lágrimas ameaçando caírem. Observei as outras pessoas na cafeteria em uma tentativa fracassada de me acalmar. A garçonete, que parecia ter notado a angústia estampada no meu rosto, deu um sorriso reconfortante. Retribuí o gesto, eu trabalhava meio período em uma lanchonete no centro, talvez perguntasse se tinha vaga ali, que era um lugar mais sofisticado. As gorjetas deviam ser melhores e os homens mais respeitosos.

— O que aconteceu com a sua família foi terrível, Débora. Meu amigo não merecia aquilo. — Fiquei surpresa ao perceber que havia um tom de pesar verdadeiro em sua voz. — É por isso que tenho uma proposta para você, mas preciso que assine esse contrato de confidencialidade primeiro.

Ele fez o papel deslizar pela mesa até mim e dei uma lida por cima, nada do que fosse discutido entre nós depois naquele dia em diante poderia ser repetido em qualquer outro lugar ou citado em uma conversa, por meio escrito ou falado.

Se esse velho estava pensando que vai dar uma de Christian Grey pra cima de mim, ele se enganou e muito! Esqueça O chamado e Desventuras em série, aquilo ali estava mais para Proposta indecente, minha mãe em fã da atriz, vi com elas todos os filmes antigos e, sem dúvidas, eu precisaria comer muito feijão com arroz para chegar aos pés da Demi Moore.

Como se eu fosse contar para alguém que o Gandalf de cabelo curto e sem barba tinha perguntado sobre a minha virgindade!

— E se eu não quiser assinar?

— Vou pedir que mantenha discrição sobre este dia, em nome da amizade que tenho com seu pai.

Pensei em comentar que questionar se eu já tinha feito sexo ou não era um desrespeito, contudo, assinei. Porque a curiosidade me consumiria e eu queria saber as suas reais intenções antes de negar. E se aquela fosse a resposta aos meus pedidos para ajudar minha mãe?

— Pensei que ainda estivesse de luto por sua falecida esposa.

Ok, aquilo foi meio duro, porém, fiquei estupefata ao perceber que ele era um predador de jovens. Heitor me olhou sério, sem qualquer traço de humor em suas feições.

— Quê? Ficou doida, menina? Tenho idade para ser o seu avô! Não é nada disso que está pensando. Há um trabalho que só você pode fazer. Estou velho e cansado de ver meu filho desperdiçando o nosso dinheiro com vagabundas que só querem sugar do império que construí! Quero que seja a mãe do meu neto.

Ah?

Eu tinha ouvido errado, só podia ser isso! O filho dele? Terror da minha infância, sonho molhado da adolescência e um Super-Homem dos negócios? CEO de uma rede de clínicas particulares, hospitais, supermercados, fast-food e uma porrada de empresas, além de playboy nas horas vagas? Nos últimos anos, só via Julian nas coluna de fofoca com uma mulher diferente nos eventos sociais, cada uma mais impressionante do que a outra desde que o casamento perfeito tinha chegado ao inevitável fim.

Tadinho, o tio era biruta…

O senhor Velasquez devia estar senil, se achava que eu poderia competir com uma delas e engravidar do bonitão. Além do mais, era muito nova para ser mãe.

Ele só podia estar brincando, sem dúvidas tinha uma explicação plausível para aquilo.

— Como é que é? — Meu nervosismo chegou a um ponto descontrolado e se transformou em gargalhada, como há muito tempo não fazia. Lágrimas se formaram no canto das minhas pálpebras de tanto que ri. — É alguma pegadinha, né? Até que foi engraçada essa história maluca de barriga de aluguel. — Inspirei fundo para me controlar. — Olha, foi divertido, mas o assunto da minha mãe é sério. O senhor não deveria brincar assim! Qual é o emprego de verdade?

— Quem falou em barriga de aluguel? O assunto é sério para nós dois, Deb. Realmente quero que seduza o meu filho, o bebê é uma consequência.

Engoli em seco, o humor desaparecendo por completo. Não parecia mais uma brincadeira de mal gosto vinda de um velho sem noção. Bom, ele ainda era zero noção, se planejava um golpe da barriga no próprio filho.

— Por quê?

Ele pendeu a cabeça para o lado e me lançou mais um daqueles olhares maquiavélicos repletos de sabedoria:

— Não se preocupe, menina, vou explicar os meus termos.


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