Uma Babá virgem de presente para o CEO – Livro por Thalita Martinez

Uma Babá virgem de presente para o CEO - Livro por Thalita Martinez

Trecho do livro

Para as leitoras que amam um clichê…

— Em um dia qualquer, um menino de cinco aninhos, enquanto brincava com sua irmã, por um acaso descobriu os seus super poderes.

Eu não faço ideia se os meus filhos vão dormir com essa história que estou inventando em tempo real, mas vejo que estão bastante entretidos. Pelo menos isso.

Melissa está com os olhinhos bem abertos enquanto abraça um urso que é quase do seu tamanho. Já o Matheus, que está sentado à minha frente, levanta um pouco a sobrancelha, me observa atentamente e por conta disso, eu já sei que lá vem alguma pergunta.

— Qual o super poder, papai?

Como sempre. ele é muito curioso. Gosta de questionar e tem o raciocínio rápido. Isso é muito bom.

— O de fazer a sua irmã parar de chorar e se sentir muito amada. Ele descobriu que quando a abraça e a protege, ela sorri. Assim, o mundo da pequenina fica mais feliz.

Mel parece analisar cada palavra.

— Assim como o Theteus faz cumigo?

Ela também é inteligente. Puxou a mim, com certeza.

— Sim, minha filha. E juntos, os dois descobriram um poder ainda maior. Só os irmãos que vivem unidos podem ter. E o resultado desta mágica é: Nenhum dos dois nunca vão se sentir sozinho. Vocês percebem que jamais poderão ficar afastados ou brigados?

Minha princesinha, já sonolenta, confirma balançando a cabeça, enquanto Matheus parece ficar mais pensativo.

— Entendi, papai. Eu vou sempre proteger a minha irmã. Prometo.

Boceja. De mãos dadas com meu menino, o encaminho para a sua cama, no seu quarto que fica anexo ao da irmã, ajeito o seu lençol para o cobrir e após apagar a luz, me retiro.

Sou filho único, viúvo. Não convivo muito com a família da mãe das crianças e como não tenho certeza do que pode acontecer em minha vida, sempre converso com eles ou conto histórias enaltecendo a união entre irmãos.

Eles precisam ser unidos, só assim sempre ficarei em paz.

— Vai sair, Sr. Pedro? Antônia, a babá dos meus filhos, se aproxima.

— Sim, vou encontrar um amigo. Devo voltar antes do amanhecer. Qualquer coisa me ligue. Você sabe, meus filhos são prioridade.

Ela assente, então eu me afasto e depois de buscar a chave do meu carro que estava no escritório, vou encontrar o Cadu, amigo de longa data que precisa urgentemente se divertir um pouco.

***

Como esperado, já na boate La Perdida, Cadu e eu conseguimos colocar os assuntos em dia.

Em seguida, entre uma bebida e outra, permito-me me afastar por algumas horas da função de ser um dos CEO’s mais influentes de Buenos Aires e após me despedir de Cadu, encontro nos braços de uma mulher desconhecida, uma distração.

E assim eu sigo vivendo há mais de três anos, desde a morte da mãe dos meus filhos.

Fodendo sem compromisso mulheres que buscam apenas o prazer.

Sem acreditar que o amor existe.

Enfim, saciando os meus desejos em bocetas novas sem jamais criar vínculos.

Pois não sou louco de trazer para o mundo dos meus filhos uma mulher desconhecida.

***

Por volta das quatro horas da manhã, após me despedir da Renata, saio de uma cobertura que tenho em um apart hotel, local onde posso viver algumas liberdades e ouvindo a música Bad Liar- Imagine Dragona, de uma das minhas bandas favoritas. A cada quarteirão que avanço, fico a pensar nos meus dias.

Quando era mais jovem, segui uma vida cheia de acertos, me casei cedo e acreditava fielmente que passaria toda a minha existência em um enlace único.

Porém, fui surpreendido e aqui estou, procurando prazer em noites regadas a muita luxúria.

Quando estou a dois quarteirões de casa, recebo urna ligação e como reconheço o número da minha residência, com um comando de voz, rapidamente atendo.

— Senhor, me desculpa te ligar. Não se preocupe, os seus filhos estão bem, mas algo aconteceu na minha família e eu vou precisar viajar. Por favor, não demore.

Consigo sentir a aflição da babá dos meus filhos, é quase como se fosse palpável.

— Antônia, em no máximo cinco minutos estarei em casa. Tente manter a calma, seja o que for, ficará tudo bem.

Encerro a chamada e acelero um pouco.

Bem, seja o que for, eu posso lidar. Antônia sempre tem seus dias de folga e eu consigo dar conta dos meus filhos, dessa vez não será diferente.

***

Ao estacionar, de imediato avanço o caminhar para adentrar em casa. Contudo, o que vejo ao chegar em minha sala, me deixa paralisado.

Antônia está ao lado de duas malas de tamanho considerável e com os olhos transbordando.

O que aconteceu?

Ela tenta se recompor.

— Meu pai teve um problema de coração, senhor. E a minha mãe já está muito idosa para cuidar dele. Eu preciso tomar a frente desta situação. Enxuga os olhos com a mão.

— Pior que eu nem parti e já estou morrendo de saudades dos seus filhos, mas precisarei me ausentar por algum tempo. O senhor pode suspender o meu contrato, pois assim não ficarei desempregada ou se não pudermos entrar em um acordo, eu entendo se for necessário à minha demissão.

Abaixa a cabeça, enquanto eu, desde já, fico sem rumo. A Antônia sempre foi uma boa profissional, está conosco desde que Matheus nasceu, os meus filhos a amam.

Como ficarei sem ela da noite para o dia?

Pior, não posso jamais ser egoísta e pensar só em mim. Como ela vai se sustentar sem um salário?

— Pode ficar tranquila, Antônia. Não vou suspender o seu salário, em todo dia acertado para o recebimento, o valor estará em sua conta. Sei que agora, muito mais que antes, você precisará se sustentar. No mais, tudo se ajeitará. Contratarei alguém por alguns meses. O importante agora é a saúde do seu pai.

Vejo que ela fica muito emocionada com o que eu disse e pegando-me de surpresa, me abraça.

— Muito obrigada, Sr. Pedro. Vou ser sincera. eu não sei o que faria se o senhor suspendesse meu salário.

Olha discretamente para o relógio.

— Não precisa agradecer. Você sabe, para os meus filhos e para mim, você é da família.

Agradecida, promete me manter informado sobre o estado de saúde do pai e depois que um Uber chega, a ajudo com sua bagagem e ela se vai.

Me deixando com a missão de dar conta das crianças praticamente sozinho.

A Glória, minha cozinheira, passou dos sessenta anos, já não consegue ter fôlego com os pequenos. Eles não se cansam nunca, enquanto ela, já tem muitas obrigações.

Enfim, pelo o que percebo, ao amanhecer, precisarei mais uma vez entrar em contato com a agência BabySister Affection e marcar algumas entrevistas.

Que Deus me ajude!

***


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