Um CEO cafajeste e pai solo. Uma jovem batalhadora. Ele precisa de uma noiva de mentira… Ela é sua melhor opção. Camila Collins acorda de ressaca ao lado de seu chefe, Michael Turner, após uma festa da empresa, com vagas lembranças de terem trocado promessas de noivado. Michael, um herdeiro milionário e mulherengo, luta pela guarda de sua filha após a morte da mãe da criança. O escândalo da noite pode comprometer seu caso, a menos que ele consiga convencer Camila a fingir ser sua noiva. O que deveria ser uma simples mentira para proteger a reputação de Michael se complica quando o destino intervém e o amor inesperado surge, ameaçando mudar tudo entre eles.
Data da publicação: 29 maio 2023; Páginas: 602 páginas; ASIN: B0C6LF8Q5P
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Biografia do autor: Luciane Rangel é uma autora brasileira que iniciou sua carreira escrevendo fantasia e romances YA, e atualmente se dedica também a romances clichês para o público adulto. Publicou seu primeiro livro em 2010 e, desde então, já lançou mais de 40 títulos, incluindo e-books e livros físicos pela Qualis Editora. Bacharel em Direito, vive em Cabo Frio – RJ, e é apaixonada por cultura japonesa, artigos de papelaria, cultura geek, origamis, animais, Sailor Moon e livros. Instagram @luciane_rangel
Resumo: Camila acorda ao lado de seu chefe, Michael, após uma noite de bebedeira. Para não prejudicar a guarda de sua filha, ele propõe fingirem um noivado. O que era uma farsa vira algo mais com o surgimento do amor.
Trecho do livro
Era para ser só uma noite de bebedeira, mas eu acabei na cama com meu chefe – e noiva dele.
Miguel Marino era o típico homem que poderia ter a mulher que quisesse: lindo, poderoso, herdeiro milionário de uma empresa de arquitetura renomada, sexy como o inferno. Só que eu não era o tipo de mulher a me entregar a sexo casual. Pelo contrário, eu era virgem. Isso até acordar de ressaca, depois de uma festa, nua ao lado do meu chefe, com uma vaga lembrança de que até trocamos promessas de noivado.
O que eu não sabia sobre Miguel era que ele tinha uma bebezinha e que estava lutando pela guarda dela. O fato de termos sido filmados juntos, bêbados e indo para um quarto de hotel, poderia arruinar sua causa e dar a vitória de bandeja aos avós da menina.
Tudo o que ele precisava fazer para ganhar a ação era sustentar a imagem de um homem sério e responsável. Por isso, me fez uma proposta: fingir ser sua noiva por um tempo, até que as coisas se resolvessem.
Era para ser uma mentirinha de nada, algo inofensivo, mas não contávamos que o destino daria suas cartas e que o amor entraria em jogo, pronto para partir nossos corações ou curá-los para sempre.
Você alguma vez já parou em algum momento de sua vida e se perguntou: “Como é que eu vim parar aqui”?
Eu tinha sentido isso três vezes no decorrer das últimas horas. A primeira, foi quando eu cheguei naquela noite em uma das festas da empresa.
Eu simplesmente não compreendia a necessidade de obrigar pessoas que, em sua maioria, não tinham qualquer afinidade umas com as outras, a participarem de um evento como aquele.
Se já é algo desagradável em empresas pequenas, nas grandes se torna insuportável. Aquele monte de gente desconhecida, música chata, comida ruim e chefes de setores fazendo seus discursos já bêbados e completamente descartáveis.
Porém, eu sabia bem o que eu estava fazendo ali. Daquela vez, era mais do que uma simples obrigação para manter o meu emprego. Haveria o anúncio de algumas promoções, e eu tive a ilusão de que meu nome estaria naquela lista.
Mal cheguei ali e descobri que estava completamente enganada.
O segundo questionamento tinha vindo com relação à minha própria vida profissional. Eu era uma arquiteta formada, com pós-graduação e mestrado, tinha sido uma das melhores alunas da minha turma e sabia bem o quanto era boa no que fazia. Quando entrei naquela empresa para assumir um cargo de assistente, achei que seria apenas o primeiro degrau da minha escalada rumo ao sucesso.
Dois anos e sete meses depois… eu ainda me mantinha na mesmíssima posição. Enquanto isso, meu superior direto, Antônio, havia sido recém-promovido a um cargo mais alto usando para isso os meus projetos. Levando o crédito pelo meu trabalho.
Aquela festa, aliás, era também para comemorar isso.
E eu tinha comprado o vestido mais bonito que meu salário poderia pagar, acreditando que fosse eu a levar aquela promoção. Foram o gasto e a ilusão mais odiosos da minha vida.
Quando o ouvi junto a um grupo de executivos se gabando de sua nova posição foi que eu peguei a primeira taça de champanhe de um garçom que passava por mim na hora. Foi a primeira e ainda tímida dose de álcool da noite.
A festa acontecia no saguão de um hotel mega luxuoso, com uma decoração tropical. Além de uma pista de dança, mesas e do bar, o espaço era preenchido com estandes semelhantes a quiosques de praia, vendendo coisas tipo água de coco, espetinhos de camarão e todo o tipo de artesanato.
Eu é que não pretendia gastar um mísero centavo ali. Já tinha gastado demais com aquele vestido, e agora queria apenas aproveitar o bufê liberado e o open bar para tentar recuperar um pouco do prejuízo e afogar as mágoas.
O bufê era de altíssima qualidade, o que me fazia pensar na afronta que era todo aquele gasto com algo tão inútil quanto uma festa de empresa. Eu só pretendia ficar por ali por meia hora, só o tempo de ser vista por todos, e então eu iria embora, para a minha casa, onde o meu gato me esperava para passar a noite juntinho comigo.
Nota: meu gato de verdade. Nada de homens na minha vida. Eles eram sinônimo de problema. E de problemas já me bastavam os que aquela empresa dos infernos me proporcionavam.
Eu já estava me preparando para ir embora, quando o babaca do Antônio chamou para si a atenção de todos, iniciando um discurso sobre sua promoção. E daí, uma parte muito masoquista de mim decidiu ficar para se torturar com aquilo, enquanto eu pensava em de quantas formas eu poderia matar aquele idiota.
Foi então que eu decidi que o champanhe já não me bastava e que eu precisava de algo mais forte. Fui para o bar e iniciei realmente a minha noite de grandes equívocos.
Logo em seguida, minha atenção – e a de todos ali – foi puxada para a grande atração do evento. O tal Miguel Marino, dono da Marino Arquitetura, onde eu trabalhava. Era a primeira vez que o via pessoalmente – embora já trabalhasse há mais de dois anos em sua empresa e ele tivesse assumido os negócios há alguns meses. Ele tinha o seu próprio andar da empresa, exclusivo para ele, com seu próprio grupo seleto de bajuladores particulares, e não costumava se misturar com os outros empregados, como eu.
Ele era bem diferente da imagem que eu tinha dele. Bem, ao menos confirmei uma coisa que todos diziam a seu respeito: ele tinha uma pinta e tanto de playboy. Em meio segundo, já havia três mulheres lindas ao seu redor, bajulando-o. E um copo de bebida parecia ter surgido em sua mão em um passe de mágica. Porém, apesar dos comentários a respeito de sua beleza também serem bem constantes, eu juro que não fazia ideia de que fosse tanto assim.
Meu chefe era uma perdição em forma de gente.
Mas isso, é claro, não alterava em nada o grande fracasso que era a minha vida. Isso ficou ainda mais evidente quando Miguel Marino se aproximou daquele plagiador de merda do Antônio e o cumprimentou.
Aqueles parabéns eram para ter sido para mim. Junto com a promoção do cargo.
Não me restava mais nada a ser feito além de encher a cara para afogar aqueles problemas.
A partir do terceiro ou quarto drink – é, eu sempre fui fraca para bebidas – havia um borrão em minha memória que apenas se reiniciava na manhã seguinte quando eu acordei.
Deitada de bruços na cama, logo que abri os olhos observei um quarto grande, com um frigobar e uma TV enorme. Definitivamente, eu não estava na minha casa.
Na primeira tentativa que fiz para me levantar, a minha cabeça doeu e eu precisei voltar a fechar os olhos e aguardar mais alguns instantes para tentar novamente. Então, eu me sentei, apoiando os pés no chão, repetindo a mim mesma aquela pergunta do início.
Como diabos eu tinha ido parar ali?
Levei uma das mãos à cabeça, encontrando meus cabelos amontoados como um ninho de pardal. Sonolenta, desci a mão pelo pescoço, até chegar ao ombro. Chamou-me a atenção o fato
de sentir diretamente a minha pele. Sem alças de roupas ou sutiãs. Baixei os olhos devagar, com medo do que eu iria encontrar, mas minhas suspeitas foram confirmadas. Eu estava completamente nua.
Encontrei minhas roupas completamente espalhadas pelo chão. Uma peça em cada canto do quarto – o vestido, a calcinha, o sutiã, a meia-calça, os sapatos – como se tivessem sido arremessadas com muita fúria.
— Que porra é essa? — resmunguei, sonolenta demais para conseguir processar o que teria acontecido.
Flashs invadiram a minha mente. Eu estava feliz, sorrindo, praticamente gargalhando e… beijando um cara?
Lembrei-me de abrir a porta daquele quarto e entrar, acompanhada por alguém. Ambos rindo, nos divertindo. E fui eu mesma que tirei os meus sapatos.
Será que o restante das roupas também?
Se tudo aquilo já estava me deixando assustada o suficiente, de repente veio o completo terror ao ouvir alguém resmungando algo atrás de mim, ao mesmo tempo em que eu sentia um movimento sobre o colchão.
Levantei-me em um pulo, girando o corpo.
Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus! Eu realmente não estava sozinha!
Havia um homem deitado na cama, parecendo despertar nesse momento. Ele estava coberto da cintura para baixo, mas seu peitoral estava à mostra, o que me dava muitas dicas de que, assim como eu, ele também estaria completamente nu.
Apesar de ser a primeira vez em meus quase vinte e cinco anos de vida que eu acordava sem roupas dividindo a mesma cama com um homem, eu sabia que existia apenas uma explicação possível para aquilo.
Tentei puxar pela memória e minha cabeça voltou a doer. Que merda, eu não me lembrava de mais nada. Como eu poderia não lembrar da minha primeira vez?
Certo, eu tinha preservado aquela porcaria de virgindade durante quase vinte e cinco anos, com o pensamento de estar me guardando para um momento especial ao lado de um homem especial, tudo para, após uma noite de bebedeira, simplesmente dar para um total desconhecido?
Um desconhecido bem gostosão, mas, ainda assim, um desconhecido.
Ele esfregou os olhos, parecendo enfim identificar a minha presença ali. Então, ele disse algo:
— Desculpa, mas eu não lembro o seu nome… — Certo… aquela estava longe de ser a coisa mais romântica que eu poderia sonhar ouvir do cara que havia tirado a minha virgindade.
O que a minha avó diria se me visse naquele momento?
— Que lugar é esse? — ele completou.
Ele cerrou os olhos, visivelmente sendo afetado por uma dor. Na certa, também na cabeça. Era só o que me faltava: minha primeira vez tinha sido completamente bêbada com um cara igualmente bêbado, que parecia se lembrar tanto da noite anterior quanto eu.
Eu não iria dizer o meu nome para um desconhecido – ainda que eu tivesse dado para ele. Comecei a, de forma aflita, recolher minhas peças de roupa do chão. Foi então que o olhei melhor e mal pude acreditar no que constatava.
Ele não era um total desconhecido.
Era o meu chefe!