Novo livro de poemas de um dos artistas mais inventivos da atualidade. “aqui jaz/ o presente// eterno porque eterna// mente fugaz”, escreve Arnaldo Antunes. Em seu novo livro, o compositor e poeta mistura poemas, poemas visuais e fotografias para falar sobre o tempo ― o presente e também o passado: “não tenho saudades/ do que vivi// porque tudo/ está aqui”. O isolamento, o noticiário e a política são eixos centrais desses versos que, com humor e sensibilidade, impressionam por sua atualidade e contundência. Para Noemi Jaffe: “Naquele que talvez tenha sido o ano mais difícil de nossas vidas, ano de pandemia e de esboço de ditadura, Algo antigo repercute a solidão de cada um ‘isolado/ por um exército de desertos’, cada um como uma ‘multidão amputada’. Mas é ‘enfiando a adaga do sentido na palavra’ que cada uma dessas multidões recupera e refaz seus sentidos possíveis, prontos para o que foi, é e virá a ser.”.
Editora: Companhia das Letras; 1ª edição (12 fevereiro 2021); Páginas: 224 páginas; ISBN-10: 6559210170; ISBN-13: 978-6559210176; ASIN: B08SR9R385
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Biografia do autor: Arnaldo Antunes nasceu em 1960 em São Paulo. Poeta, compositor, músico e artista visual, ele é um dos criadores e ex-membro da banda Titãs e recebeu o Grammy com o grupo Tribalistas, além de muitos outros prêmios ao longo de sua carreira. Entre seus livros estão “Agora aqui ninguém precisa de si” (2015) e “Como é que chama o nome disso” (2006), entre outros. Instagram @arnaldo_antunes
Resenha de “Algo Antigo” por Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes, renomado poeta, compositor e músico brasileiro, apresenta em “Algo Antigo” um mergulho poético profundo e intimista. Publicado em 2020, este livro reafirma a versatilidade de Antunes ao explorar temas universais e atemporais com uma linguagem singular e inventiva.
Sobre a Obra
“Algo Antigo” é uma coletânea de poemas que se destacam pela forma como Antunes manipula a linguagem, criando jogos de palavras e explorando as sonoridades e significados ocultos nas entrelinhas. O autor, conhecido por sua habilidade de mesclar elementos de música e poesia, oferece aqui uma experiência de leitura que é ao mesmo tempo visual e auditiva.
Temas e Estilo
Os poemas de “Algo Antigo” abordam temas como memória, passagem do tempo, natureza e a essência das coisas simples e cotidianas. Antunes utiliza uma linguagem que é ao mesmo tempo acessível e profunda, capaz de ressoar com leitores de diferentes bagagens e experiências. Sua poesia é marcada pela economia de palavras e pela força das imagens, que evocam sensações e sentimentos complexos de maneira sutil e impactante.
Um dos pontos fortes do livro é a capacidade de Antunes de capturar a beleza naquilo que é antigo, mostrando como o passado e as memórias podem ser fontes de inspiração e reflexão. Através de versos que variam entre o minimalismo e a abundância lírica, o poeta constrói um mosaico de emoções e pensamentos que convidam o leitor a uma contemplação introspectiva.
Estrutura e Linguagem
A estrutura dos poemas em “Algo Antigo” varia, com Antunes experimentando diferentes formas e estilos, desde o verso livre até composições mais tradicionais. A musicalidade dos seus versos é uma característica marcante, refletindo sua trajetória como músico e compositor. Isso confere uma fluidez à leitura, onde cada poema parece ter um ritmo próprio, quase como uma canção.
A linguagem utilizada por Antunes é rica em metáforas e simbolismos, mas sempre mantendo uma clareza que torna seus poemas acessíveis sem perder a profundidade. Ele consegue transformar o ordinário em extraordinário, revelando novas camadas de significado nas coisas mais simples.
Conclusão
“Algo Antigo” é um testemunho do talento multifacetado de Arnaldo Antunes. Sua habilidade em transitar entre diferentes formas de arte e expressões se reflete em uma obra que é ao mesmo tempo inovadora e respeitosa às tradições poéticas. Para os admiradores de poesia e para aqueles que apreciam uma leitura que provoca reflexão e emoção, este livro é uma adição valiosa e inspiradora.
Com “Algo Antigo”, Arnaldo Antunes não apenas reafirma sua relevância no cenário literário brasileiro, mas também convida seus leitores a embarcar em uma jornada introspectiva através da beleza da poesia. É uma leitura que ressoa e perdura, deixando impressões duradouras sobre a percepção do tempo e da memória.