“Sermos nós mesmos faz com que acabemos excluídos pelos outros. No entanto, fazer o que os outros querem nos exila de nós mesmos.”
“Ser forte não significa exercitar os músculos. Significa encontrar seu próprio brilho sem fugir, vivendo ativamente com a natureza selvagem de uma maneira própria. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de defender o que sabemos. Significa se manter e viver”.
“Embora o exílio não seja algo que se deseje por diversão, há um ganho inesperado nele: são muitos os presentes do exílio. Tira a fraqueza a tapas, faz desaparecer as lamúrias, habilita a percepção interna aguda, aumenta a intuição, confere o poder da observação penetrante…”
“Nosso apetite secreto por sermos amados não é bonito. Nosso desuso e mau uso do amor não é bonito. Nossa falta de lealdade e devoção é pouco amorosa, nosso estado de separação da alma é feio, são verrugas psicológicas, insuficiências e fantasias infantis”.
“O amor na sua forma mais plena é uma série de mortes e renascimentos. Deixamos ir uma fase, um aspecto do amor, e entramos em outra. A paixão morre e é trazida de volta.”
“A melhor terra para semear e fazer crescer algo novo outra vez está no fundo. Nesse sentido, chegar ao fundo do poço, apesar de extremamente doloroso, também é um terreno para semear.”
“Se vivemos como respiramos, prendendo e soltando, não poderemos errar.”
“A loba, a velha, aquela que sabe está dentro de nós. Floresce na mais profunda psique da alma das mulheres, a antiga e vital Mulher Selvagem. Ela descreve seu lar como um lugar no tempo em que o espírito das mulheres e o espírito dos lobos entram em contato. É o ponto em que o Eu e o Você se beijam, o lugar em que as mulheres correm com os lobos (…)”
“Histórias… podem ensinar, corrigir erros, iluminar o coração, oferecer um abrigo psicológico, promover mudanças e curar feridas.”
“Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas.”
”Fico perplexa com o fato de as mulheres hoje em dia chorarem tão pouco e, quando o fazem procuram justificativas. Fico preocupada quando a vergonha ou desabito começam a eliminar uma função natural. Ser uma árvore florida e estar cheia de seiva é essencial, se não você pode se quebrar. Chorar faz bem, e é certo. Chorar não cura o dilema, mas permite que o processo continue em vez de entrar em colapso.“
“Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas.”
“A arte não foi feita para ser criada somente em momentos roubados.”
“Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Tem experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem.”
“Defender apenas um tipo de beleza é de certo modo não observar a natureza.”
“As histórias de revelação nos permitem vislumbrar suas estruturas curativas ocultas e seu significado mais profundo, em vez de apenas seu conteúdo óbvio.”
“Defender apenas um tipo de beleza é de certo modo não observar a natureza.”
“Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção.”
“Não pode haver apenas um tipo de bebê, de homem ou de mulher.“
“Sentir-se impotente, insegura, hesitante, bloqueada, incapaz de realizações, entregando a própria criatividade para os outros, escolhendo parceiros, empregos ou amizades que lhe esgotam a energia, sofrendo por viver em desacordo com os próprios ciclos, super protetora de si mesma, inerte, inconstante, vacilante, incapaz de regular a própria marcha ou de fixar limites.”
“E então, o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto — ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.”
“Se você tem uma cicatriz profunda, ela é uma porta; se você tem uma história muito antiga, ela é uma porta. Se você gosta do céu e da água tanto que mal consegue aguentar, isso é uma porta. Se você anseia por uma vida mais profunda, mais plena, por uma vida sã, isso é uma porta.”
“Todos nós começamos como um feixe de ossos perdido em algum ponto num deserto, um esqueleto desmantelado que jaz debaixo da areia. É nossa responsabilidade recuperar suas partes. Trata-se de um processo laborioso que é mais bem executado quando as sombras estão exatamente numa certa posição, porque exige muita atenção.”
“Cantar significa usar a voz da alma. Significa sussurrar a verdade do poder e da necessidade de cada um, soprar alma sobre aquilo que está doente ou precisando de restauração.”
“A história recomenda que a melhor atitude para vivenciar o inconsciente profundo é a do fascínio sem exagero ou retraído, sem excessos de admiração ou de cinismo; com coragem, sim, mas sem imprudência.”
Clarissa Pinkola Estés, psicanalista junguiana, doutora em psicologia etnoclínica e autora desse livro, levou mais de vinte anos para dar forma à sua criação mais conhecida. Estamos perante um ensaio vasto, denso, fascinante e alimentado por maravilhosos saberes que combina a tradição oral dos contos com a psicologia inspiradora que, ao mesmo tempo, tem um claro trabalho pedagógico e de crescimento pessoal. Muitas das passaguens do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’ são uma verdadeira bíblia para as pessoas interessadas em se conhecer, trabalhar sua identidade, seus valores, curar muitas das feridas emocionais que às vezes herdamos dos nossos antepassados ou da própria educação patriarcal.
Clarissa Pinkola Estés, Ph.D., é uma acadêmica de renome internacional, poetisa premiada, psicanalista junguiana diplomada e cantadora (guardiã das velhas histórias na tradição latina). É autora do clássico Mulheres que correm com os lobos (além de diversos outros livros), que ganha sucessivas reimpressões pela Rocco desde o seu lançamento.