Livro ‘O Corpo Encantado das Ruas’ por Luiz Antonio Simas

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Crônicas de Luiz Antonio Simas sobre a cultura popular brasileira. As ruas, como vistas por Luiz Antonio Simas em O corpo encantado das ruas, incorporam o movimento. São terreiro de encontros improváveis, território de Exu, que se manifesta na alteridade da fala e na afluência das encruzilhadas. Do Centro ao subúrbio, as tramas das ruas cariocas confundem-se com sua escrita. Se João do Rio foi o cronista da alma encantada carioca do início do século XX, Luiz Antonio Simas aparece, cem anos depois, como o historiador do corpo do Rio de Janeiro atravessado pelas flechas do capital cultural e financeiro global. Por isso, contra a barbárie civilizatória, surgem suspiros e mariolas nas sacolinhas de São Cosme e Damião, a simpatia de São Brás para não engasgar, as conversas na feira, o cotidiano da quitanda e o boteco da esquina. O corpo encantado das ruas reivindica a riqueza dos saberes, práticas, modos de vida..

Editora: Civilização Brasileira; 5ª edição (23 setembro 2019); Páginas: ‎176 páginas; ISBN-10: 8520013929; ISBN-13: 978-8520013922; ASIN: B07VBBH6Z4

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Biografia do Autor: LUIZ ANTONIO SIMAS é professor, historiador e escritor. É autor de diversos livros, como Dicionário da história social do samba, escrito com Nei Lopes, com o qual venceu o Prêmio Jabuti 2016 na categoria Livro de Não Ficção do Ano; Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas (2018), com Luiz Rufino; e Samba de enredo: história e arte (2010), com Alberto Mussa. Trabalhou como consultor, ao lado de Ruy Castro, Sérgio Cabral, Jairo Severiano e Hermínio Bello de Carvalho, no processo de criação do novo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e recebeu, em 2014, por serviços prestados à cultura do Rio de Janeiro, o conjunto de medalhas da comenda Pedro Ernesto, conferido pela Câmara Municipal. Tem mais de uma centena de artigos e textos publicados em jornais e revistas sobre a cultura popular brasileira. É jurado do Estandarte de Ouro, a mais tradicional premiação do carnaval carioca, e também autor de livros como O corpo encantado das ruas, Umbandas: uma história do Brasil, Filosofias africanas (com Nei Lopes), Almanaque Brasilidades: um inventário do Brasil popular e Arruaças: uma filosofia popular brasileira (com Luiz Rufino e Rafael Haddock-Lobo), os dois últimos editados pela Bazar do Tempo.

Leia trecho do livro

As ruas pensam, têm ideias, filosofia e religião.
Como tal, nascem, crescem, mudam de caráter.
E, eventualmente, morrem.

João do Rio,
A alma encantadora das ruas

O bar é a chave de qualquer cidade; saber onde
se pode beber cerveja é quanto basta.

Walter Benjamin,
Rua de mão única

Ô salve o sol, salve a estrela, salve a lua
Saravá seu Tranca Rua, que é dono
Da gira no meio da rua.

Ponto do Exu Tranca Rua das Almas

I. PADÊ

“Elégbára réwà, a sé awo
Bará Olóònòn àwa fún àgò.”

(O Dono da Força é bonito, vamos cultuá-lo
Dono do Corpo, Senhor dos Caminhos, nos dê licença.)

– Saudação a Exu

AS RUAS são de Exu em dias de festa e feira, dos malandros e pombagiras quando os homens e mulheres vadeiam e dos Ibêjis quando as crianças brincam.

Tudo começa com o ipadê, o padê de Exu, a cerimônia propiciatória com farofa de dendê, cachaça (oti) e cantos rituais, para que Exu traga bom axé para as festas nos terreiros, cumpra seu papel de mensageiro entre o visível e o invisível, chame os orixás e não desarticule, com suas estripulias fundadoras da vida, os ritos da roda, aqueles em que os deuses dançam pelo corpo das iaôs (as filhas de santo). O padê de Exu também pode ser colocado na encruzilhada, lugar em que as ruas se encontram e os corpos da cidade circulam.

As ruas de Exu foram também a casa de Mestre Pastinha, o grande nome do jogo da capoeira de estilo angola, e os gramados em que Mané Garrincha driblou e foi driblado pela dor do mundo. O mestre falava sobre a luta-bailado que ela é “mandinga de escravo em ânsia de liberdade; seu princípio não tem método, e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista”. Mané Garrincha dizia que driblava porque o corpo mandava e a cabeça obedecia. O capoeirista e o jogador de futebol falam de sabedorias corporais. Que o diga o soviético que teve que marcar Garrincha na Copa de 1958 e não entendeu nada.

O filósofo alemão Walter Benjamin falava em escovar a história a contrapelo. A importância de atentar para os fazeres cotidianos como caminho para escutar e compreender as outras vozes, além da perspectiva do fragmento como miniatura capaz de desvelar o mundo, é a chave da desamarração do ponto. Benjamin pensava também sobre a importância de o historiador ter pelo objeto de reflexão o interesse do olhar da criança pelo residual: é a miudeza que vela e desvela a aldeia, as suas ruas e as nossas gentes. O caboclo da Pedra Preta, guia de pai Joãozinho da Gomeia, dizia algo muito parecido nos seus pontos. João do Rio fez isso em suas crônicas. Este livro é oferecido aos três e a todas as entidades encantadas que moram nas esquinas da cidade, como padê arriado no canto da rua.

2. TERREIRO DE SÃO SEBASTIÃO, OKÊ

“Naquela estrada de areia
Aonde a lua clareou
Todos caboclos pararam
Para ver a procissão
De São Sebastião.”

– Ponto de caboclo

AS RUAS desprezam este tipo de efeméride, mas para os gabinetes oficiais a cidade do Rio de Janeiro comemora aniversário no dia 1º de março. Foi para combater os tupinambás, reunidos na Confederação dos Tamoios, e, conforme os desejos franceses, estabelecer uma colônia no território que Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral, criou um arraial no sopé do Pão de Açúcar, em 1565. O episódio é consagrado pela historiografia oficial, cheia de pompas e salamaleques, para comemorar a cidade.

A fundação, em certo sentido, escancara alguns dilemas que marcam os cariocas até hoje: bravos canoeiros, guerreiros entrincheirados nas paliçadas de Uruçumirim (o atual Morro da Glória), os índios resistiram, infernizaram a vida dos colonizadores, foram escravizados, combateram até o fim de suas forças e acabaram relegados ao subterrâneo da história. Quem ficou bem na fita foi Arariboia, o chefe temiminó que se converteu ao catolicismo, aderiu aos portugueses, virou cavaleiro da Ordem de Cristo e recebeu, por ter lutado ao lado dos europeus contra os tamoios, a sesmaria do morro de São Lourenço, origem da cidade de Niterói. No enigma da volta do mundo, são os tupinambás derrotados que descem nas umbandas cariocas para saravar a nossa banda.

Ao drama da caça aos tupinambás, marco fundador do Rio de Janeiro, podemos acrescentar o horror da escuridão dos tumbeiros e mais de trezentos anos de chibata. Estudos recentes indicam que, entre os séculos XVI e XIX, uma em cada cinco pessoas escravizadas no mundo colocou os pés no chão da Guanabara. O vento carioca, que traz em suas asas o brado lancinante dos tamoios, sopra também os zumbidos dos chicotes nas costas lanhadas do povo do Congo e a melancolia de muitos fados.

Eu poderia colocar pimenta no vatapá do mito do carioquismo, louvando o carioca maneiro e descolado, de bem com a vida, sorriso no rosto, Havaianas nos pés e pele curtida de sol. Mas acho que os tempos são propícios também para outras matutações.

É neste sentido que percebo, mirando as cidades que formam a grande cidade, que uma pista para se pensar o Rio é atentar para a relação, aparentemente paradoxal, entre as elites cariocas, o poder público e os pobres da cidade.

Em certo momento crucial para o Rio, aquele da transição entre o trabalho escravo e o trabalho livre e entre a Monarquia e a República, a cidade encarou os pobres como elementos das “classes perigosas” (a expressão foi largamente utilizada em documentos oficiais do período) que maculavam, do ponto de vista da ocupação e reordenação do espaço urbano, o sonho da cidade moderna e cosmopolita.

Ao mesmo tempo, era dessas “classes perigosas” que saíam os trabalhadores urbanos que sustentavam – ao realizar o trabalho braçal que as elites não cogitavam fazer – a viabilidade desse mesmo sonho: operários, empregadas domésticas, seguranças, porteiros, soldados, policiais, feirantes, jornaleiros, mecânicos, coveiros, floristas, caçadores de ratos. Pouca coisa mudou nesse embate disfarçado de cordialidade desde então.

Coloquemos ainda, nesse caldeirão carioca, aqueles que, sobrevivendo, ousaram inventar a vida na fresta, dando o nó no rabo da cascavel e produzindo cultura onde só deveria existir o esforço braçal e a morte silenciosa: capoeiristas, malandros, sambistas, chorões, vendedoras de comida de rua, mães de santo, devotos da Senhora da Penha, centenas de Zés devotos de seu Zé Pelintra, minhotos pobres, alentejanos atrás dos balcões de botequins vagabundos, polacas, marujos, jongueiras, funkeiros, festeiras e quizumbeiros de todos os matizes e lugares.

Para muitos é difícil admitir isso, mas os inventores do que há de mais forte na cidade do Rio de Janeiro não discutiram filosofia nas academias e universidades, não escreveram tratados, não pintaram os quadros do Renascimento, não foram convidados a frequentar bibliotecas, não compuseram sinfonias, não conduziram exércitos em grandes guerras, não redigiram as leis, não fundaram empresas e só frequentaram os salões empedernidos para servir às sinhás.

Os nossos grandes inventores rufaram tambores, chamaram Zambiapungo e Olorum, riscaram o asfalto preenchendo de dança o intervalo entre as marcações do surdo, despacharam as encruzas, subiram o São Carlos e as escadarias da Penha, bradaram revividos em seus santos-cavalos nas matas e cachoeiras, celebraram os mortos na palma da mão.

A cidade, aldeia de flor e faca, pernada e afago, gemido de amor e som de tiro, chibata e baqueta de surdo, incomoda. Desconfio sinceramente dos que acham que ela precisa ser consertada. O Rio de Janeiro precisa de um concerto. Uma letra e está feita a diferença: que a beleza dos nossos instrumentos, em suas múltiplas percepções da vida, possa soar como inclusiva harmonia da gente carioca em sua arte de fazer insistentemente a vida. No chão de aldeia tupinambá virada em cais do Valongo, a morte, convidada de honra que deveria campear soberana na nossa história, insiste, mas morre – sim, a morte morre – na rua.

3. LEGBA

“Papa Legba, ouvre baye pou mwen, agô eh!
Papa Legba, ouvre baye pou mwen.”


(Papa Legba, abra o portão para mim, me dê licença!
Papa Legba, abra o portão para mim.)

– Saudação a Legba no Haiti

AS RUAS, encruzilhadas e mercados, para o povo do Daomé, têm a sua divindade: Legba. E não duvidem: Legba veio morar no Brasil e por aqui ficou. Nas “Cartas do Rei de Ardra e do Rei do Daomé para Sua Alteza Real, Documentos dos Arquivos Portugueses que Importam ao Brasil, n. 12”, está dito que, em 1804, o rei do Daomé, Adandozam, escreveu uma carta a d. João, príncipe de Portugal, que seria depois o nosso d. João VI. Cito: “Meu adorável mano: há muito tempo que fiz patente ao meu grande deus Legba, que pelos seus grandes poderes, lá no lugar onde habita, que levasse em gosto e louvasse a amizade que eu desejava ter com os portugueses, e juntamente o oferecimento e trato que queria fazer…”

Legba aparece nesse trecho da carta de Adandozam em algumas de suas potências mais intensas: o de vodum trançador e traçador de caminhos, dinamizador dadivoso das relações sociais e diplomático afirmador das capacidades humanas de estar nele mesmo e no outro, como dínamo transformador e incessante inventor de existências.

Legba não é o anulador tirânico das diferenças; é o comunicador que possibilita o convívio fecundo entre elas. Gosta de fluxos, é inimigo do conforto e vez por outra desarticula tudo para estabelecer a necessidade de fundar a experiência em bases diferentes.

Ele é a criação incessante e ininterrupta do mundo pela construção permanente de significados para as coisas. É perigoso, já que escapa das limitações do raciocínio conformista que tem pânico do inesperado e não compactua com fórmulas que reduzem a vida a um jogo de cartas marcadas, com desfecho previsível.

Não bastasse isso, Legba é a própria vivacidade. A ausência de Legba é a morte, vista aqui mais como um estado de despotência dos viventes do que como fenômeno biológico; uma impossibilidade de vida. Há mortos muito mais vivos do que os vivos. Há vivos muito mais mortos do que os mortos. Viver é estar disponível para Legba.

Legba é também, sem deixar de ser indivíduo, um ser coletivo (o Agbo-Legba), homem e mulher (Legbayonu e Minona, o secreto maior do feminino). Em suma: mediador entre mundos. Legba é a potência da transformação encarnada na ação das mulheres e dos homens. Ele é um estado de disponibilidade para transformar o mundo que vive em cada um. Nós somos, em estado de Legba, os que podemos nos conduzir, contra o horror, até os terreiros mais amplos da alegria.

Legba, diz o povo do vodum, mora na rua.

4. SEU ZÉ PELINTRA

“Laroiê, Mojubá, axé,
Salve o povo de fé Me dê licença.
Eu vou pra rua
Que a lua me chamou
Refletida em meu chapéu
O rei da noite eu sou!”

– Acadêmicos do Salgueiro, 2016

AS RUAS abrigam malandros encantados que quase ninguém vê. Digo isso e penso na minha tia Lita, alagoana radicada no Rio de Janeiro, católica, macumbeira, espírita de mesa e getulista. A tia não via nisso qualquer contradição e tinha em casa um altar com retratos do Sagrado Coração de Jesus, do espírito do dr. Fritz e do papa Paulo VI, além de esculturas da Senhora Aparecida, da cabocla Jurema, de Getúlio Vargas e de seu Zé Pelintra. A coroa dizia que o seu Zé era o protetor no dia a dia.

Por falar no protetor cotidiano da minha tia, lembro que no carnaval de 2016 o Salgueiro desfilou com o enredo A ópera dos malandros. Comentei o desfile para o rádio e ressaltei a sacada do último carro, que trazia um Zé Pelintra do catimbó (descalço, com a calça dobrada e pitando cachimbo de madeira) e um Zé Pelintra da linha da malandragem da umbanda carioca, com gravata vermelha, sapato bicolor, terno de linho branco S-120 e o escambau. Falei um pouquinho, nos limites de uma transmissão, que seu Zé, cultuado como catimbozeiro no Nordeste, ao chegar ao Rio de Janeiro gostou, parou e ficou na roda dos malandros.

Expliquei, nos limites de uma transmissão ao vivo, que o culto do catimbó abrange um conjunto de atividades místicas que envolvem desde a pajelança indígena até elementos do catolicismo popular; com origem no Nordeste. Tem como seus fundamentos mais gerais a crença no poder da bebida sagrada da Jurema – utilizada nos rituais de cura dos tapuias – e no transe. Os mestres trabalham tomando o corpo dos catimbozeiros.

Os mestres são pessoas que desenvolveram habilidades no uso de ervas curativas. Com a morte, passaram a habitar um dos reinos místicos do Juremá. Lá eles são auxiliados pelos caboclos da Jurema, espíritos de indígenas que conheceram em vida as artes e segredos da guerra e da cura. O Juremá é composto de reinos, aldeias e cidades, como nosso mundo cotidiano. Dependendo da linha do catimbó, há quem trabalhe com cinco ou sete reinos habitados pelos mestres.

Mas quem foi seu Zé Pelintra? Dizem muitas coisas e contam as mais mirabolantes e distintas histórias sobre o homem. Uma delas, aquela que me contaram, refere-se a certo José de Aguiar, pernambucano nascido na Vila do Cabo Santo Agostinho. Criado em Afogados da Ingazeira, Aguiar foi morar no Recife, na rua da Amargura, próximo à zona boêmia da cidade. Sofrendo de mal de amor, apaixonado perdidamente por Maria Luziara, Zé teria resolvido percorrer os sertões e praias do Nordeste para esquecer o infortúnio. Bateu perna na Paraíba e em Alagoas. Até hoje os terreiros cantam o desamor e a sua sina: “Na rua da Amargura,/ aonde seu Zé Pelintra morava,/ ele chorava por uma mulher,/ chorava por uma mulher/ que não lhe amava”.

Nessa peregrinação, Aguiar foi iniciado nos ritos da jurema sagrada por Mestre Inácio, que conheceu o culto com os caetés. Após se encantar ou morrer (há controvérsias), Zé de Aguiar baixou um dia no juremeiro José Gomes da Silva e disse que era Zé Pelintra, Príncipe da Jurema e Mestre do Chapéu de Couro.

Quando baixa como entidade do catimbó nos terreiros nordestinos, Zé Pelintra se apresenta com bengala e cachimbo, usa camisa comprida branca ou quadriculada e calça branca dobrada nas pernas, com um lenço vermelho no pescoço. Sempre trabalha descalço. Ao chegar ao Rio de Janeiro, trazido pelo translado de inúmeros imigrantes nordestinos atraídos para a cidade – que na primeira metade do século XX era a capital federal –, seu Zé se transformou.

Há quem diga que foi morar na Lapa, farreou à vontade e teria morrido numa briga de faca no morro de Santa Teresa. Abandonou as vestes de mestre da jurema e passou a baixar nos terreiros da Guanabara nos trinques, trajando terno de linho branco, sapatos de cromo, chapéu panamá e gravata vermelha. Seu Zé se adaptou a uma nova circunstância. A adaptação é a essência mesma da malandragem. A viagem do Pelintra é retratada em um dos seus pontos mais conhecidos: “O Zé, quando vem de Alagoas/Toma cuidado com o balanço da canoa./ Ô Zé, faça tudo que quiser/ Só não maltrate o amor dessa mulher.”

Cultura, encruzilhadas, adaptações, dinamismo, ressignificação, sobrevivência, tradição, invenção, renovação. Tem tudo isso na história do mestre juremeiro transfigurado em Rei dos Malandros. Seu Zé Pelintra é o homem em trânsito permanente, amigo do povo do Brasil, disso fazendo a sua fabulosa odisseia de cura, amor, folia, paixão e redenção arrebatada na rua.

fim da amostra…


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