Em sua obra, a filósofa Adriana Cavarero discute como nossa identidade é moldada pelas histórias que ouvimos e contamos, destacando o papel da narração como um ato relacional e político. Ao contrário da filosofia abstrata, que busca o universal, a narração, simbolizada por Sherazade, foca nos detalhes únicos de cada história. Cavarero argumenta que narrar não é apenas afirmar um “eu”, mas instaurar um diálogo com o “você” que escuta e responde, criando um espaço de troca. A autora também explora como as narrativas, especialmente as contadas por mulheres, resistem ao pensamento masculino abstrato, afirmando a singularidade e a experiência vivida. Ao analisar literatura, mitos e práticas feministas, Cavarero propõe uma filosofia da narração que reafirma a existência do outro e valoriza o poder transformador das palavras.
Editora: Bazar do Tempo; 1ª edição (17 fevereiro 2025); Páginas: 224 páginas; ISBN: 978-6585984409
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Biografia do autor: Adriana Cavarero (1947) é uma filósofa italiana e professora titular na Universidade de Verona, além de presidir o comitê científico do Centro Hannah Arendt de Estudos Políticos. Atuou como professora visitante em universidades renomadas, como as de Nova York e Berkeley. Entre suas obras destacam-se Nonostante Platone (1990), Orrorismo (2011), Inclinazioni (2013), e Olha-me e narra-me (2000), seu primeiro livro publicado no Brasil.
Resumo: Adriana Cavarero explora a filosofia da narração, mostrando como as histórias moldam nossa identidade e criam um espaço relacional. A narração, especialmente feminina, é uma forma de resistência e afirmação da existência.