A partir de sua história de vida, Adriana Sant’Anna traz ferramentas que ela mesma testou em sua rotina e fizeram com que deixasse para trás uma vida de derrotas e amargura para conquistar sucesso em todos os níveis. Se você quer transformar sua vida, desfrutar de saúde, bem-estar, relações amorosas sadias e prosperidade e não sabe de que maneira, ou, ainda, se você estiver enfrentando desafios, inspire-se e tenha coragem de mudar sua rota. Diga sim para seus sonhos e crie soluções inovadoras para trazer novos resultados em seu dia a dia, a partir de ações coordenadas e constantes. Porque reinventar-se é o que Adriana Sant’Anna faz desde sempre...
Capa comum: 192 páginas Editora: Buzz Editora (2 de maio de 2019) ISBN-10: 8593156959 ISBN-13: 978-8593156953 Dimensões do produto: 20,8 x 13,7 x 1,3 c
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INTRODUÇÃO
A vida é um milagre divino; cheia de beleza e de caminhos tortuosos que nos levam a lugares incríveis. Infelizmente, aos poucos, perdemos a capacidade de despertar para essa beleza. Todos os dias, quando acordamos, não nos damos conta de que estamos caminhando em direção à morte – todo dia é um dia a menos, e o que nós fazemos sobre isso? Muitas vezes, empurramos com a barriga a oportunidade de dispor de 24 horas para agir. Ignoramos o amanhecer, a rotação da Terra. Ignoramos o fato de que podemos utilizar esse tempo em nosso favor, criando uma vida repleta de bênçãos, que nos traga a sensação de estarmos vivos.
Será que nós acreditamos em nosso poder de criar nossa própria realidade? Será que ainda não percebemos que podemos fazer de nossa vida aquilo que bem entendermos, que temos a capacidade de reinventar nossa vida, de criar hábitos poderosos que se tornem parte de nossa existência e que constroem uma vida em que vamos adiante, ao invés de estacionar ao nos depararmos com os problemas?
Para aqueles que já me conhecem pelas redes sociais, aí vai um aviso: elas não traduzem quem somos de verdade. Lá, existe apenas um pouco daquilo que desejamos mostrar aos outros. Somos tão complexos que, às vezes, nem aqueles que convivem conosco são capazes de traduzir quem somos de verdade. Hoje, compartilho muitos momentos de minha vida pelas redes. Faço isso porque minha maior motivação é perceber a transformação daqueles que antes eram incapazes de enxergar que poderiam ser os protagonistas de suas vidas.
Todos somos seres divinos, com capacidades infinitas. Rótulos não nos definem, pois a cada dia renascemos para a vida que queremos ter. Mas, veja bem: não acredito que sejamos vítimas de nossa história. Um destino de sucesso só é possível se nos engajarmos na ideia de que somos nós os construtores dessa bela jornada que se chama vida; essa breve vida que muitos desperdiçam por não saber que é possível conduzi-la da maneira como se quer. Muitos não sonham, estão presos em suas amarras mentais, medos, inseguranças, problemas, dificuldades; eles não conseguem enxergar além da negatividade que parece os perseguir.
E por que estou dizendo isso? Porque acredito que, assim como eu, você tem uma história; boa ou ruim, ela é a sua história de vida, e foi com ela que você criou os padrões que fazem com que você enxergue sua vida.
Muitos de nós cresceram repletos de magia; éramos crianças que usavam a imaginação para conceber desejos, mas, ao crescer, se desapontaram com pessoas e com situações, se fechando e deixando o coração endurecer. Existem muitos, de coração duro, que não conseguem perceber a beleza da vida. Muitos desacreditam a vida; eles passaram por dias difíceis e dolorosos e por isso se afastaram da luz, aquela que brota de nosso interior. Essas pessoas perderam o significado de suas vidas, elas caminham sem direção, sem propósito, com medo dos passos em falso. Essas pessoas vivem sem viver de verdade, elas enxergam os desafios como obstáculos e não procuram, internamente, soluções criativas que podem transformar situações que parecem nebulosas.
A partir de agora, o meu convite é para que você viva um novo tempo, porque, apesar de nossas dores, traumas e desafios, nós precisamos, com urgência, despertar para a vida.
Embora eu já observasse minha existência como uma incrível oportunidade de criar aquilo que eu quisesse, percebi isso, verdadeiramente, no nascimento dos meus filhos Rodrigo e Linda. Presenciar o nascimento de uma nova vida é fascinante. Transbordar de amor com este fato me fez perceber como as energias nos colocam num patamar completamente diferente quando estamos de bem com as coisas. Sim, acredite: a vida, em seu máximo potencial, é ainda melhor quando transbordamos amor. Por isso, hoje, se existe algum desafio em qualquer área da minha vida, sem exceção, fico atenta e sei que é preciso colocar uma dose de amor ali.
Sempre vivi tudo tão intensamente que mal pude contabilizar todas as situações que me conduziram até aquele ponto. As palavras de Pedro Bial, jornalista que apresentava o reality show de que eu participara, em 2011, ainda ecoavam dentro de meu coração. Eu tinha sido eliminada do programa, mas ainda podia ouvir aquela voz macia que revelava o que eu viveria fora da casa em que estávamos confinados: “Quem é belo o é naquele instante, quando está diante dos olhos. Quem também é bom, o será agora e sempre. Uma estrada de bondade e beleza se abre para você aqui fora, Adriana”. Naquele dia, meu coração era monitorado por um aparelho que media os batimentos cardíacos. Era difícil descrever o que eu sentia, as emoções estavam à flor da pele.
Estar com uma criança nos braços também me trouxe aquela sensação. Eu finalmente vivia um momento pleno de bondade e beleza. Mas isto seria o bastante? Estava, de fato, onde eu queria estar?
Você já deve ter passado por crises existenciais ou por aqueles momentos em que falta a certeza de estarmos trilhando o caminho que nos leva aonde queremos chegar. Se hoje sei que todos podemos ser o que quisermos, sei que esse fato está atrelado ao poder de nossas decisões, sejam elas pequenas, como controlar o horário em que levantamos da cama, ou grandes, como se atirar sem qualquer rede de proteção, despertando um infinito de possibilidades, em que não se imagina qual direção tomar. Qualquer que seja a sua decisão, no dia de hoje, persista e persiga seu objetivo com unhas e dentes – acredite, tudo é possível.
Hoje, vivo um momento mágico, mas só vivo este momento porque me arrisquei e decidi viver a vida como o verdadeiro milagre que ela é. É por isto que escrevo este livro: para inspirar você a também transformar a sua vida em sucesso, em todos os níveis; uma vida na qual você se sinta bem apenas por existir.
Não tenho varinha de condão nem resolvo tudo como num passe de mágica. Nunca foi sorte. Pelo contrário, foram anos de muito trabalho, persistência, esperança e, acima de tudo, anos acreditando, sempre, em mim mesma. Só que nada disso seria possível se eu não tivesse tido a disciplina de criar a vida que eu queria para mim. Ainda me lembro dos dias de solidão, em que chorava e pedia explicações a Deus por não ter qualquer resultado em minha vida. Até aquele momento, eu vivia uma vida de ilusão, de faz de conta, sem expor a ninguém a real dificuldade que eu enfrentava; estava no fundo do poço: sem dinheiro, sem comida, sem conseguir sequer pagar o aluguel. Nesses dias, em que enfrentei tantas dores e desafios, eu chorava de medo, de tristeza, de raiva. E embora na manhã seguinte eu levantasse da cama, com disposição para tentar tudo mais uma vez, as dores persistiam, como se minha existência fosse pesada demais para ser carregada por muito tempo.
E quem nunca se sentiu dessa forma? Quem nunca se arrastou pelos dias, lamentando uma vida que não teve, implorando a Deus uma nova chance, mas rodando em círculos por não ter coragem de fazer algo diferente – coragem de mudar, de tomar pequenas decisões em direção aos sonhos? E mais, coragem de dizer não aos outros e sim a si mesmo: sim aos sonhos, às próprias convicções, às certezas internas?
Os altos e baixos eram constantes e embora eu estivesse aprendendo a lidar com a instabilidade, ainda sofria com a falta de recursos financeiros. Seria possível que uma vida escassa como aquela estivesse destinada a mim a partir dali, mesmo depois de tanto sonhar e de batalhar por meus sonhos? Ainda assim, eu me recusava a endurecer o coração: mesmo que a vida trouxesse tempestades, meu maior desafio era manter a doçura, era viver a vida apoiada em bondade e beleza, como havia sido profetizada certa vez, em um canal de TV. Mas, onde se escondia aquela vida? Onde eu poderia desfrutar dela? Onde eu encontraria o tesouro, que parecia tão secretamente guardado em algum lugar cuja direção eu desconhecia?
Nessa época, me lembrava de quando era criança e do esforço de minha mãe em me criar, trabalhando em diferentes escolas para compor um salário suficiente, e as lágrimas rolavam.
O que eu não sabia é que as lágrimas continuariam a rolar no meu rosto. Mas por motivos felizes: no dia em que subi ao palco do Power House e realizei o sonho de falar para milhares de pessoas; no dia em que fechei o contrato para trazer um autor internacional ao Brasil; no dia em que percebi que minhas palavras ecoavam pelo mundo através das minhas redes sociais e que, a partir delas, eu poderia ser o farol daqueles que buscavam a luz; no dia em que percebi que, uma vez encontrada a minha própria luz, eu tinha o dever de compartilhá-la, para que cada um construísse seu mapa de acesso à trilha que nos leva a uma vida incrível.
Se hoje você passa por dificuldades, saiba que para tudo existe uma saída e eu sou a prova viva disso: me reinventei constantemente, até conseguir compor a Adriana que sou hoje, resultado de massivas e constantes ações, de sofrimento, de horas de choro, de sonhos, de alegrias e de medos – assim como acontece com você. E mais, mesmo que você não tenha tido qualquer desafio até aqui, mas ainda não chegou no lugar onde queria chegar, este livro também pode ajudar você.
Quero que você entenda que é possível, sim, conquistar todos os seus sonhos. Mesmo que você pense em desistir, mesmo que a vida lhe dê motivos para chorar, está na hora de despertar para o seu potencial máximo.
Eu convido você a enfrentar essa nova jornada. Porque, a partir de agora, uma vida de bondade e beleza se abre para você.
Nunca foi sorte.
como você pode ser a mudança?
Preciso avisar que as palavras que você vai ler agora podem mudar radicalmente sua vida. Você pode constatar que sua vida chegou ao final: o final das tragédias, das reclamações, dos medos, da escassez que sempre o acompanharam.
Uma vida morna e sem satisfação é a pior das prisões. Uma vida limitada é uma vida inútil e devemos nos proteger dessa limitação de todas as formas possíveis. Somos criadores de nossa felicidade e sempre fomos, mas nos enxergamos como vítimas de um sistema que condiciona nossa existência. Vivemos limitados porque acreditamos que os outros têm controle sobre nossa felicidade e nosso sucesso. Delegamos o sucesso ao acaso, e invejamos quem conquista a vida com que sempre sonhamos, mas que não tivemos coragem de pagar o preço para ter.
Se você foi envenenado pelo fracasso, pela autopiedade ou se você acredita que sua vida está destinada a se passar num muro interminável de lamentações, entenda que é sua responsabilidade aceitar ou não uma existência infeliz. Está em suas mãos: você pode optar, todas as manhãs, por como viver o seu dia; você pode escolher se preocupar, trabalhar em algo que o enoja para pagar as contas, ser vítima da insensatez humana, da falta de fé, ou você pode perceber que existem possibilidades que estão sob o seu controle e outras que jamais estarão. A partir daí, você pode reconstruir a própria vida de um novo ponto de partida, pode sonhar uma vida de realizações a partir do nada – você pode porque somos criadores da nossa realidade e merecemos uma vida cheia de maravilhosas surpresas.
Todos nascemos com certas desvantagens, é bem verdade. Alguns de nós com desafios de saúde, outros com condições sociais precárias; alguns nascem e são levados a acreditar que não podem chegar ao lugar que quiserem. Por fim, somos bombardeados com a crença de nossos pais de que sobreviver é o mesmo que viver com plenitude.
As crianças possuem uma capacidade inata de acreditar naquilo que elas não veem, de imaginar novas situações; nós perdemos essa capacidade com o tempo: crescemos e deixamos o entusiasmo para trás, o medo começa a tomar conta – “e se não der certo?”, o “e se” começa a perturbar nossos dias. Não à toa, muitos de nós não dormem à noite: é no escuro que os medos surgem, que criamos os nossos monstros; esses medos e esses monstros são alimentados com tanto cuidado que não percebemos que, pelo contrário, se alimentássemos os sonhos, voaríamos muito mais longe.
De qualquer maneira, o fato é que todos os dias temos uma escolha. Ao acordar, temos a mágica oportunidade de despertar para a vida. Essa escolha pode ser feita conscientemente, através do amor: o mesmo amor que move uma mãe a buscar uma alternativa para gerar renda para a sua casa; o mesmo amor que movia a minha mãe a trabalhar em cinco escolas diferentes para colocar comida em nossa mesa. É esse o amor que nos move.
Acredito em Deus, acredito que Ele nos dá a vida, mas a partir disso, somos nós que devemos partir em busca de nossos sonhos: não adianta parar e esperar que as coisas aconteçam em sua vida, ou achar que alguém vai jogar algo em seu caminho, se você não sair em busca daquilo que quer. Ele nos deu a vida para que transformássemos nossa realidade da maneira que quiséssemos. Assim, podemos escolher o caminho do bem ou do mal. Se queremos crescer, é preciso correr atrás, sacrificar certos momentos de nossa vida e fazer acontecer.
Ainda criança, eu já sabia que a conta mais difícil para a minha mãe, uma esforçada professora de Matemática, era a de entender como ela poderia trabalhar mais para conseguir arcar com os custos da casa. Ela não precisava dizer o quanto era difícil, mas, como eu disse anteriormente, chegava a trabalhar em até cinco escolas ao mesmo tempo; em uma delas pude estudar e desfrutei de um ensino particular graças ao suor de minha mãe. Por amor, ela abdicava de seu salário para que eu e meu irmão pudéssemos ter acesso aos estudos e ao material escolar; por amor, ela se sacrificava constantemente. Hoje, percebo que esse amor pode nos levar a patamares inacreditáveis.
À época, minha mãe não tinha a oportunidade de desfrutar de uma vida tranquila. Ela tentava fingir que tudo estava bem, mas, com frequência, eu a via chorar de cansaço. Como nos encontrávamos pouco, devido ao seu modo incansável de trabalhar, eu a observava, sempre correndo: quando passava em casa, era para preparar a comida para nós; nos finais de semana, limpava a casa, lavava roupa e, se sobrasse algum tempo, corrigia provas até a madrugada.
Eu ainda não entendia o funcionamento da vida, mas queria uma fórmula mágica, uma equação qualquer, que pudesse resolver o problema que vivíamos. Não era natural que uma mulher se esforçasse tanto e obtivesse tão pouco resultado. Esse fato me causava uma angústia permanente, e eu sofria para encontrar a solução para que aquela professora de Matemática resolvesse a vida de nossa família, sem precisar de uma conta tão complexa. Dia e noite eu me perguntava: “como é que eu posso ser a mudança?”. Naquele tempo, eu só conseguia enxergar as dificuldades pelas quais passávamos, mas conforme cresci, coloquei na cabeça que queria encontrar uma maneira de mudar nossas vidas.
Hoje, fala-se muito sobre “fazer aquilo que se ama”, mas é importante lembrar que nem sempre existe essa opção. Para minha mãe, embora ela gostasse de lecionar, nunca houve a opção de jogar tudo para o alto. Comida na mesa era a principal preocupação daquela mulher que vivia para buscar alternativas para implementar a renda familiar. Por sorte, ela era boa em finanças, controlava cada gasto e nada parecia sair do controle. Em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro, eu a observava anotar tudo em seu caderninho; nem sonhava que, em breve, teríamos uma grande reviravolta em nossas vidas. Quando ela e meu pai decidiram se separar, enfrentamos a mais dura das situações. Ainda me lembro bem da expressão de minha mãe ao colocar nossas roupas em sacolas e tomar a mais ousada das atitudes: assumir o financiamento de um apartamento, mesmo sem condições de fazê-lo. Ela não tinha reserva nem poupança, pegou quatorze mil emprestados a juros, para dar como entrada. Nesse período aprendi a viver com pouco, não tínhamos sequer a garantia de um sono tranquilo, dormíamos no chão e não havia como comprar camas. Mesmo assim, minha mãe pedia que não nos preocupássemos. Mas eu não estava preocupada. Enquanto vivíamos aquele aperto, eu me perguntava como ela podia ser tão otimista – mesmo que eu soubesse que otimismo não era uma de suas mais fortes características.
Minha mãe não tinha tido medo de nenhum desafio, ela trabalhava sem pausas para nos sustentar e dar conta do compromisso que obteve com o financiamento. Ela sabia que eu e meu irmão dependíamos do sustento dela e, por isso, fazia tudo o que estava ao seu alcance. Hoje, quando relembro essas passagens do tempo, penso na força que deve ter uma mãe para acalmar o coração dos filhos, mesmo quando o dela vive uma tempestade. Para não chorar, ela costumava firmar o olhar em um ponto fixo da parede, e tentava sorrir, engolindo as próprias palavras com o arroz feito no dia anterior e o ovo, sempre com o mesmo sabor.
Talvez você já tenha se encontrado no papel de minha mãe, talvez no meu ou em nenhum dos dois. Não importa de onde viemos, se temos a capacidade de enxergar as oportunidades para modificar o rumo de nossas vidas. Acontece que, na época, eu era apenas uma criança que queria mochila e roupas novas; era ainda mais desafiador para ela ter que me explicar, com paciência, que não era possível comprá-las naquele momento. Por essas e outras, eu não via a hora de me tornar adulta, poder trabalhar e ajudar com as despesas da casa. Pensava: se eu estudasse e fizesse uma faculdade, conseguiria nos tirar de toda aquela miséria.
Sempre que penso no quanto esses anos foram desafiadores, reverencio minha mãe e seu esforço para nos proporcionar o mínimo de dignidade. Honrar nossos pais é o primeiro caminho para a prosperidade – e durante toda a vida. Talvez você não tenha ouvido dizer, mas essa é uma das premissas instituídas nas escrituras mais antigas às quais já tivemos acesso.
Mas a vida não precisa ser cheia de marcas deixadas pelas batalhas daqueles dias difíceis. A vida não precisa ser uma reprodução daquilo que nossos pais fizeram, não precisamos seguir seus modelos. Porque as infinitas possibilidades nascem com o nascer do sol; todos os dias, quando decidimos criar o novo.
Muitos de nós, marcados pelas histórias de sufoco, crescemos acreditando que não é possível romper com esse padrão e mudar. Repetimos a história de nossos pais e acreditamos que não há saída. Mas vou lhe dizer o seguinte: há saída para essa situação, se encontrarmos a coragem que existe dentro de nós. Há saída, se conseguirmos ser a mudança no mundo, ao invés de esperar que o mundo nos proporcione algo novo. Precisamos manter o coração aberto para a felicidade. Devemos ter a certeza de que nossas ações provocarão resultados, que podemos agir com confiança, dando passos que nem sempre parecem seguir a lógica do senso comum.
Para isso, é preciso estar disposto a abandonar a vida da maneira como você a entende e enxergar o mundo de um jeito totalmente novo. Para alguns, isso pode parecer estranho. Toda transformação parece estranha, porque ela exige muito de nós. Ela exige mudanças que muitas vezes não estamos acostumados a enfrentar, exige que cresçamos e paremos de enxergar a vida como se ela fosse “mãezinha” que consegue tudo para nós. Essa mudança representa o momento em que se deve assumir que existe o tempo do plantio e o da colheita, que podemos transformar a realidade, se olharmos de frente para ela e enxergarmos tudo aquilo que nos incomoda, sem varrê-la para debaixo do tapete. Nesse momento, a vida dá uma pausa. Voltar o olhar para tudo de ruim, pode ser um período de trevas, mas é necessário para, mais adiante, enxergarmos as soluções e medidas que precisam ser tomadas.
A vida é movimento, e o movimento nasce a partir de nosso coração. É ele quem nos impulsiona a fazer progressos para o futuro, quem nos faz agir a partir da visão e da perseverança. A inquietude gerada pelo medo que insistimos em alimentar é um fantasma em nossas vidas. Vivemos sob pressão, acreditando que, um dia, a vida que desejamos caiará do céu sem que haja qualquer batalha pela sua concretização. Muitos esperam a sorte “bater a porta”. E sobrevivem.
Só por hoje, quero que você viva seu dia como se dele dependesse toda a sua vida. Nós não fomos criados para uma vida medíocre. Trabalhe incansavelmente para conquistar os seus sonhos e pague o preço por isso. Dê o melhor de si em todas as circunstâncias de sua vida: a colheita é certa e o controle de seu destino está em suas mãos.
Não quero que você apenas trabalhe e alimente pensamentos positivos, quero que você comece a viver a vida da maneira como o seu coração acredita ser a maneira certa. Nem sempre a lógica que conhecemos é a mais eficaz e as mudanças se fazem necessárias durante qualquer percurso. Eu, por exemplo, já participei de um reality show, já estudei Odontologia, já me tornei uma palestrante de desenvolvimento pessoal e hoje entendo que posso me reinventar a cada dia, conforme encontrar possibilidades que me atraiam. A criatividade diante dos desafios é o que nos movimenta. As soluções não nascem prontas, temos a capacidade de criá-las, rompendo padrões, crenças e modelos preestabelecidos, pensamentos derrotistas e uma mentalidade escassa.
Não podemos ficar parados, evitar mudanças e nos apegar a estados emocionais ou mentais, a trabalhos, a tipos de vida ou situações: a vida milagrosa só é possível quando saímos da zona de conforto e começamos a planejar e a arriscar, Para ser a mudança, precisei agir de maneira diferente daquela que esperavam de mim, à época.
Minha primeira ação foi planejar a entrada na faculdade de Arquitetura; acreditava que, lá, eu encontraria a solução para todos os meus problemas. Em meio a tudo, pensava constantemente numa maneira de poder retribuir tudo o que minha mãe tinha feito por nós, e me preocupava em como faria isso. Descobri, então, a possibilidade de iniciar o ensino superior, em pouco tempo, por meio do supletivo. Pedi que meu pai me ajudasse a pagar o supletivo, já que a minha mãe não conseguia mais arcar com nenhuma despesa extra. Assim, acelerei os estudos e, aos dezesseis anos, ingressei na faculdade – passei no vestibular para Arquitetura. Como passei a estudar no período noturno, consegui um emprego de recepcionista em um consultório; lá, ganhava o equivalente a seiscentos reais. O dinheiro me trazia a sensação de dever cumprido.
Quando falo sobre sermos a mudança, e não passarmos a vida à espera, quero dizer que podemos ter a atitude de mudar o meio ou o funcionamento de algo, assim que tomarmos uma decisão. Hoje, brinco que nada me assusta, nenhuma circunstância determina meu destino.
Não devemos ter vergonha de nosso passado, ou das quedas que tivemos ao longo do caminho. Precisamos estar cientes de que essas quedas podem ser apenas tropeços que nos ensinam a levantar; conforme aprendemos a cair, decidimos quão rápido vamos nos levantar e, conforme nos levantamos, levantamos todos que estão a nossa volta. Este é um percurso sagrado: pensar em como gostaríamos de viver a vida, sabendo que nossa transformação interior impacta positivamente em todos a nossa volta. Era preciso, portanto, que eu buscasse equilíbrio, mesmo sem saber onde.
Era preciso que eu tentasse me conhecer, reconhecer o meu interior de paz, apesar dos picos de emoções que eu mal sabia controlar. Era necessário que eu soubesse lidar com os altos e baixos, o stress , a ansiedade, e entender para onde direcionar minha energia. Embora, naquele momento, não soubesse nada disso, eu entendia que a faculdade poderia gerar novos contatos, novos pontos de vista, e que, dessa forma, eu poderia me tornar uma pessoa melhor.
Consegui uma bolsa com um desconto considerável e meu pai ajudava com a mensalidade. O pouco que restava, finalmente, possibilitava que eu colaborasse com as compras da casa. Mesmo que não ajudasse muito, eu sentia a felicidade da minha mãe ao me ver batalhar, era uma satisfação íntima de me ver crescer. A rotina era puxada: muita caminhada debaixo de sol quente para ir e voltar do trabalho, uma correria danada para conseguir almoçar e uma saudade colossal da minha mãe, que agora eu quase não via, porque nossos horários eram incompatíveis.
À época eu ainda não sabia, mas já era movida por mudanças. Apesar do cansaço, elas me dariam força para buscar o que eu queria. Muitos de nós resistem quando escolhem um caminho e, no meio dele, percebem que não lhes servirá; elas persistem no erro, com medo de demonstrar que mudaram de ideia.
Quero dizer que nossas certezas não precisam ser duras como fósseis. Antes mesmo de terminar o segundo semestre em Arquitetura, eu já sabia que não era aquilo que eu queria. Sentia que, além de não trazer a desejada liberdade financeira, aquela área não me interessava tanto quanto eu costumava imaginar. Eu queria um retorno do investimento que fiz na faculdade e, considerando Arquitetura, esse retorno só viria depois de muito tempo. Batalhar não era o verbo que eu queria conjugar naquele momento. Afinal, eu tinha visto minha mãe envelhecer, varando noites para conseguir colocar comida em casa. A batalha tinha sido dura demais e eu queria algo mais efetivo, que trouxesse resultado, dinheiro e comida na mesa.
Foi nesse momento que o interesse pela Odontologia falou mais alto. Minha lógica foi bem simples: já que todo mundo tinha uma boca, era preciso cuidar dos dentes. Assim, ser dentista me parecia um bom negócio. Logo, comuniquei a minha mãe, que me apoiou na decisão e concordou que era uma profissão que traria mais retorno. No entanto, logo veio a dúvida: de onde tiraríamos dinheiro para bancar a faculdade de Odontologia, ainda mais cara que a de Arquitetura? A distância entre mim e meu pai, que já tinha outra família, era cada vez maior, mesmo assim, decidi que iria conversar com ele a respeito; afinal, eu era sua filha. Ele concordou com a escolha e decidiu que me ajudaria com os custos da faculdade.
O que veio a seguir, eu não poderia imaginar: meses depois, as parcelas não foram pagas e eu precisei cobrá-lo constantemente de nosso acordo. Sem poder trabalhar, já que o curso era integral, a solução era conversar com meu pai e pedir que ele não esquecesse de fazer os pagamentos, mas a estratégia nem sempre era eficaz. Meu coração ficou apertado: eu sabia que precisava fazer algumas mudanças; já não aguentava ver minha mãe envelhecer por tanto desgaste e eu sabia que também não queria me desgastar daquela maneira – viver uma vida em sofrimento pode ser uma escolha.
A partir daí, quando entendi que poderia não concluir a faculdade por falta de dinheiro, decidi dar um grito de liberdade, dar um jeito em minha vida. Pedi sinais, afinal, eu não tinha medo de mudanças, me jogaria onde fosse preciso. Se eu não queria mais contar com a sorte ou com os outros, era preciso que eu mesma fosse a mudança, era preciso fazer as coisas acontecerem.
Nesse ponto, eu sabia que minha história seria construída com ação. Meu maior ensinamento dizia que eu não podia esperar que as coisas melhorassem, não podia esperar pelo dia em que todos pudessem me ajudar ou que a sorte soprasse a meu favor: eu não podia mais me afastar dos processos de decisão, era preciso me aproximar da pessoa que eu queria me tornar, impulsionando uma nova jornada em que o medo não existisse. Para obter resultados, eu precisava começar de algum lugar; eu não tinha um plano de ação, mas tinha uma forte intenção que me favorecia a todo o tempo.
Era o início de uma reviravolta em minha vida. Sem saber, os anjos conspiravam a meu favor.
Partindo para a ação
Proposta de reflexão
Como você pode viver a mudança em sua vida?
Quais aspectos de sua vida precisam mudar e como você pode ser o protagonista dessas mudanças?
O que você precisa fazer para essas mudanças acontecerem?