Escritora brasileira talentosa esquecida pela história literária faz romance sofisticado com crônica social e discussão dos direitos das mulheres. Nhonhô Rezende (1918), romance de estreia de Iracema Guimarães Vilela, dá a medida do talento da autora, obscurecido ao longo das décadas. É uma história de amores desencontrados com fortes tintas de observação da sociedade e dos valores morais da época. A narrativa inicialmente se concentra na jovem Nair que, antes de casar, viveu um breve romance com o dândi Nestor, o Nhonhô Rezende. Apesar de guardar péssimas lembranças de Nestor, de quem testemunhou o mau-caráter e o cinismo, ela se vê, anos depois, obrigada a conviver socialmente com ele. O enredo se passa entre o Rio de Janeiro e Teresópolis e gira em torno de Nestor e algumas mulheres: a irmã de Nair, Stella, que também será engendrada pela ganância e a dissimulação do dândi…
Editora: Carambaia; 1ª edição (5 março 2024); Páginas: 400 páginas; ISBN-13: 978-6554610506
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Biografia do autor: Não é conhecida a data de nascimento de Iracema Guimarães Vilela; calcula-se que tenha sido na década de 1880. A escritora era filha de um poeta prestigiado, Luiz Guimarães Júnior, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, e irmã do também poeta Luiz Guimarães Filho. Com a morte precoce da mãe de Iracema, o pai entregou os filhos aos cuidados da avó materna, em Portugal. De volta ao Brasil, Iracema, cujo nome foi escolhido como homenagem à célebre personagem de José de Alencar, continuou a conviver com escritores. Em sua biografia de Machado de Assis, Lúcia Miguel Pereira conta que a “escritora Abel Juruá” foi uma das últimas visitas que Machado recebeu, quando já não saía mais de casa. Entre os livros que a autora publicou estão A veranista (1921, anteriormente publicado como folhetim no jornal O País), Uma aventura (1925), A hora do chá (1926), Asas partidas (1928) e A senhora condessa (1929), além de uma biografia de seu pai. A escritora morreu em 1941 no Rio de Janeiro.