No final de abril de 1921, Abram Kardiner havia recebido uma carta de Freud com as seguinte palavras: “Tenho o prazer de aceitá-lo para análise…”. Assim também começa a narrativa com as reminiscências de Kardiner sobre o período em que esteve em análise com Freud. Seu relato é uma das narrativas mais consistentes sobre a intimidade de uma experiência analítica com Freud em Viena. O autor rememora, de maneira afetiva mas também crítica, a experiência que mudaria “seu destino e sua existência”, ocorrida cinco décadas antes. Com isso, Kardiner, que se tornaria um dos fundadores da New York Psychoanalytic Institute pouco tempo depois da análise, concebeu um notável documento histórico e clínico. Em sua rememoração, acompanhamos os pensamentos íntimos do autor sobre a sua infância, mas também a escuta sensível de Freud, conduzindo o processo analítico com intervenções precisas e intuitivas…
Editora: Quina Editora; 1ª edição (7 março 2024); Páginas: 128 páginas; ISBN-13: 978-6599795275
Biografia do autor: Abram Kardiner (1891-1981) foi um psiquiatra e psicanalista norte-americano que fez contribuições significativas para a psicanálise, antropologia cultural e sociologia. Ele foi professor na Universidade Columbia de Nova York e um dos fundadores do New York Psychoanalytic Institute. Kardiner foi aluno e paciente de Sigmund Freud e estudou o impacto psicológico da guerra e da cultura em indivíduos e sociedades. Seus trabalhos, como “The Individual and His Society” (1939) e “Psychological Frontiers of Society” (1945), ajudaram a divulgar a psicanálise no meio universitário norte-americano.
Resumo: O livro relata a análise de Abram Kardiner com Freud, oferecendo um vislumbre dos primórdios da psicanálise e suas implicações na vida do autor. Kardiner, futuro fundador do New York Psychoanalytic Institute, reflete afetivamente sobre a experiência que moldou seu destino. Ele compartilha não apenas suas memórias da infância, mas também os detalhes sensíveis do processo analítico, destacando a escuta perspicaz e as intervenções intuitivas de Freud. O texto oferece uma visão dos bastidores da psicanálise e explora as profundas reverberações da análise na vida de Kardiner, com ênfase no processo de luto elaborativo. O posfácio destaca essa dimensão, acrescentando uma perspectiva adicional sobre a escrita memorialística de Kardiner.