“Antes de entrar no coração de alguém, é preciso tirar os sapatos, passar as mãos na sola dos pés para afastar pedrinhas, poeiras, pedacinhos de algo, estilhaços de vidro. Porque quando se vai embora, o que se levou fica lá. E é verdade que um imperceptível grão se transforma em pérola. Mas, até que aconteça, a ostra sente muita dor.” Meu coração diz teu nome é simplesmente cativante porque atesta uma das marcas da Cris Lisbôa: explicar o impossível ou falar de forma profunda sobre nós e sobre nossos sentimentos. No decorrer das páginas, o que temos é um jogo de espelhos em que ver o outro é encontrar a si mesmo, enxergar a si próprio. É bem provável que, assim como eu, o leitor se sinta vulnerável. Eu, que parei há algum tempo de romantizar muitas coisas na vida, encontrei nesta leitura uma reflexão delicada que nos mostra que esse é um dos caminhos. Por que não? Afinal, as dores e as alegrias de ser quem se é não são fáceis…
Editora: Rocco Digital; 1ª edição (17 novembro 2023); Páginas: 143 páginas; ISBN-13: 978-6555323917; ASIN: B0CL8G7D69
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Biografia do autor: Cris Lisbôa escreve sobre “amor e outros demônios”. É autora de obras como o bilíngue Tem um coração que faz barulho de água, que também foi publicado no Brasil, na Espanha e em Portugal, e Papel-manteiga para embrulhar segredos, um romance epistolar que mora em milhares de mesas de cabeceira, bibliotecas e estantes de preciosidades, e que ganhou uma continuação: Duas pessoas são muitas coisas. Além de outros livros e muitos desmanuais de escrita, Cris também escreve em uma prosa poética que voa em letras eletrônicas até alcançar centenas de corações. E coleciona domingos.