Livro ‘Bambino a Roma’ por Chico Buarque

Em "Bambino a Roma", Chico Buarque entrelaça memórias de infância numa tapeçaria de ficção, explorando Roma através de lentes nostálgicas e imaginárias, mesclando história pessoal com uma narrativa vívida.

Leque de impressões de uma infância vivida e imaginada, Bambino a Roma tem nas memórias de Chico Buarque a matéria-prima para sua ficção. “Bambino a Roma”, a nova incursão ficcional de Chico Buarque, mergulha nas memórias e na imaginação de sua infância vivida na Roma de 1953-54. Através de um mapa-múndi no quarto do primeiro andar em Via San Marino, o livro traça percursos tanto geográficos quanto emocionais, revelando momentos marcantes como brincadeiras de infância, paixões juvenis e a relação com sua família. A narrativa habilmente mescla realidade e fantasia, evocando um cotidiano mágico onde figuras históricas e eventos cinematográficos se entrelaçam com o universo pessoal do autor.

Data da publicação: ‎Companhia das Letras; 1ª edição (13 agosto 2024); Páginas: ‎168 páginas; ISBN: 978-8535938760; ASIN: B0D75J4TP4

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Biografia do autor: FRANCISCO BUARQUE DE HOLLANDA nasceu no Rio de Janeiro em 1944. Compositor, cantor e escritor de ficção, ele é autor de peças como “Roda viva” (1968), “Calabar”, escrita em colaboração com Ruy Guerra (1973), “Gota d’água”, com Paulo Pontes (1975), e “Ópera do malandro” (1979); da novela “Fazenda modelo” (1974) e do livro infantil “Chapeuzinho amarelo” (1979). Seu primeiro romance, “Estorvo” (1991), o consagrou como um dos grandes prosadores brasileiros. Posteriormente, publicou “Benjamim” (1995), “Budapeste” (2003), “Leite derramado” (2009), “O irmão alemão” (2014), “Essa gente” (2019), “Anos de chumbo e outros contos” (2021) e agora “Bambino a Roma” (2024) pela Companhia das Letras. Em 2019, recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra. Instagram @chicobuarque

Resenha:

“Bambino a Roma” é uma obra fascinante de Chico Buarque que mergulha nas memórias de infância do autor, ambientadas na Roma dos anos 1953-54. Neste romance, Buarque entrelaça habilmente elementos autobiográficos com uma rica imaginação ficcional, criando um retrato vívido e nostálgico de um período marcante de sua vida.

O livro nos transporta para o primeiro andar de um prédio amarelo na Via San Marino, onde um jovem garoto explora o mundo através de um mapa-múndi na parede de seu quarto. As memórias se desdobram em pequenos momentos: brincadeiras de futebol com Amadeo, fugas da escola, cartas para sua paixão juvenil Sandy L., e até mesmo a dor física da apendicite. Estas lembranças são entrelaçadas com vislumbres da relação do protagonista com sua família — pai, mãe e irmãos — adicionando profundidade emocional à narrativa.

A prosa de Buarque é poética e evocativa, capturando não apenas os eventos da infância, mas também os sentimentos complexos que acompanham o crescimento. Ele habilmente recria o ambiente de Roma da década de 50, pintando um quadro detalhado das ruas, dos parques e das atmosferas cinematográficas que marcaram sua juventude.

Além da exploração do passado pessoal, o romance também aborda temas universais como a passagem do tempo, a formação da identidade e o poder da memória e da imaginação. Buarque, com sua habitual maestria, nos guia por um delicado equilíbrio entre realidade e fantasia, entre o que foi vivido e o que foi sonhado.

“Bambino a Roma” é uma leitura envolvente e emotiva, tanto para os fãs de Chico Buarque quanto para aqueles que apreciam uma boa história permeada de nostalgia e reflexão sobre a infância e o tempo perdido.


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