Livro ‘Amarelo-Cromo’ por Aldous Huxley

"Amarelo-Cromo" de Aldous Huxley revela as hipocrisias da elite social inglesa através das experiências de Denis, um jovem poeta confrontado com a superficialidade e os paradoxos da aristocracia em Crome.

O primeiro romance de Aldous Huxley, autor de Admirável mundo novoUma crítica afiada à alta sociedade, seus luxos e interesses vazios. “Amarelo-Cromo”, de Aldous Huxley, acompanha Denis, um jovem poeta inseguro, em suas férias na mansão dos Wimbush em Crome, Inglaterra. Lá, ele confronta a superficialidade da elite social, envolta em ociosidade, flertes e discussões existenciais. À medida que se envolve com essa fauna excêntrica, Denis descobre que por trás das aparências culturais e interessantes há mentes tão caóticas quanto a sua. Huxley, com maestria, revela as hipocrisias e incoerências da aristocracia inglesa, expondo de forma crítica seus valores e princípios menos admiráveis, numa narrativa atemporal desde sua publicação em 1921.

Data da publicação: ‎Biblioteca Azul; 1ª edição (19 julho 2024); Páginas: 272 páginas; ISBN-13: 978-6558302070; ASIN: B0D79N8FQJ

Clique na imagem para ler amostra

Biografia do autor: Aldous Leonard Huxley nasceu em 26 de julho de 1894, no condado de Surrey, Inglaterra. Em 1932, publicou o clássico “Admirável Mundo Novo” e, em 1954, narrou suas experiências com mescalina em “As Portas da Percepção”. Huxley faleceu em 22 de novembro de 1963. A Biblioteca Azul publica obras como “Admirável Mundo Novo”, “Moksha”, “A Ilha”, “O Tempo Deve Parar” e “A Situação Humana”, entre outros títulos do autor.

Resumo:

“Amarelo-Cromo”: Um espelho distorcido da elite e seus valores

Aldous Huxley, em sua estreia literária, nos convida a adentrar a suntuosa mansão Crome, um microcosmo da elite inglesa do início do século XX. Através dos olhos do jovem e idealista poeta Denis, somos imersos em um mundo de opulência e superficialidade, onde a busca por prazer e status social se sobrepõe a qualquer outra aspiração.

A narrativa nos apresenta a uma galeria de personagens vívidos e caricatos, cada um representando um aspecto da decadência moral e intelectual da aristocracia. Temos a anfitriã, Lady Ottoline Morrell, uma mecenas das artes que se deleita em chocar e manipular seus convidados; o intelectual Henry Wimbush, que esconde sua mediocridade por trás de um verniz de erudição; e a bela e insípida Anne Wimbush, que busca preencher seu vazio existencial com casos amorosos e futilidades.

Denis, inicialmente seduzido pelo brilho e pela promessa de aceitação nesse círculo exclusivo, logo se vê desiludido com a vacuidade e a falta de autenticidade das relações que o cercam. As conversas, embora inteligentes e espirituosas, revelam-se vazias de significado, e os gestos de afeto e amizade escondem segundas intenções e jogos de poder.

Com uma prosa afiada e perspicaz, Huxley disseca as interações sociais, as rivalidades e as hipocrisias que permeiam a vida em Crome. As festas extravagantes, os jantares intermináveis e as discussões sobre arte e literatura servem apenas como pano de fundo para a exposição da natureza humana em sua forma mais crua e egoísta.

O autor não se furta de criticar a obsessão da elite pela aparência, pela moda e pelas últimas tendências, retratando um mundo onde a individualidade é sufocada pela necessidade de se conformar às expectativas sociais. A busca incessante por prazer e distração, seja através de casos amorosos, jogos de azar ou consumo desenfreado, é retratada como uma fuga da realidade e do vazio existencial que assola esses personagens.

“Amarelo-Cromo” é muito mais do que um retrato da alta sociedade inglesa de uma época específica. É uma crítica atemporal aos valores superficiais e à busca incessante por status e reconhecimento que permeiam a sociedade em geral. A obra nos convida a refletir sobre a importância da autenticidade, da empatia e da busca por um sentido mais profundo na vida, para além das aparências e das convenções sociais.

Se você busca um livro que provoque risadas e reflexões, que o faça questionar as normas sociais e a busca incessante por aprovação, “Amarelo-Cromo” é uma leitura essencial. Prepare-se para se encantar e se incomodar com a inteligência, a ironia e a perspicácia de Aldous Huxley.


Tags: , ,