Livro ‘Kane: Um Romance dos Irmãos Slater’ por L.A. Casey

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Aideen Collins é alguém de espírito livre. Ela é sincera e durona, mas teria mesmo que ser depois de crescer numa casa cheia de homens. Família significa tudo para Aideen. Sua família consiste em seus quatro irmãos, seu pai e seu grupo de amigos – selvagens. Aideen é protetora de sua família, não há muita coisa que ela não faça para mantê-los seguros. Kane Slater é uma alma torturada. Literalmente. Ele é incompreendido pelas pessoas, chegando a ser temido por elas graças às cicatrizes que marcam seu rosto e corpo. Ele aprecia esse medo porque as pessoas que te temem não querem te conhecer. Ele gosta de que seu círculo se limite a seus irmãos e as namoradas destes, mas um espinho de uma rosa irlandesa se crava em Kane, e seu nome é Aideen Collins. Aideen e Kane não concordam… sobre todo e qualquer assunto. Aideen é a única mulher que se impõe diante de Kane e o encara…

Editora: Editora Bezz (22 março 2021); Número de páginas: 688 páginas; ASIN: B08ZNTZLWH

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Biografia do autor: L.A. Casey é autora best-seller do New York Times e do USA Today que concilia seu tempo entre seu mini-eu e a escrita. Ela nasceu, cresceu e ainda mora em Dublin, Irlanda. Ela gosta de conversar com seus leitores, que amam seu humor e sotaque irlandês tanto quanto seus livros. O primeiro livro de Casey, DOMINIC, foi publicado independentemente em 2014 e se tornou um sucesso instantâneo na Amazon. Ela é publicada tradicional e independentemente e é representada por Mark Gottlieb, do Trident Media Group. 

Leia trecho do livro

Capítulo Um

Senti uma dor de cabeça.

Uma dor de cabeça insuportável.

Estava meio enjoada e um pouco tonta.

Estava me sentindo muito mal.

Muito mal mesmo, e tudo porque estava assustada.

Estava tão, tão assustada… e tudo por causa de um maldito palito de plástico!

Estava sentada no banheiro principal da casa dos irmãos Slater e evitava ao máximo olhar para o palito que decidiria meu futuro. Mantive meu olhar fixo nos ladrilhos do chão e na argamassa entre os rejuntes, só para evitar olhar para cima. Começava a contar os ladrilhos e só chegava ao décimo antes que minha cabeça se virasse automaticamente em direção à bancada da pia.

Não.

Eu vociferava para mim mesma e me forçava a permanecer imóvel para não espiar. Não queria saber o que aquele palito idiota dizia, mas precisava saber. Fazia uma hora e meia que aquilo estava me consumindo por dentro. Olhei para o teto e pisquei.

Queria que você estivesse aqui, mãe.

Precisava da minha mãe. Precisava desabafar com alguém sobre o dia maluco que eu estava vivendo. Engoli em seco e fingi que minha mãe estava bem ali, na minha frente, e imaginei que contava tudo para ela. Tudinho mesmo.

O dia de hoje tinha sido bem agitado, para dizer o mínimo.

Era o dia de mudança de Keela e Alec. Eles saíram do apartamento minúsculo e se mudaram para uma linda casa que ficava bem em frente à casa dos irmãos, em Upton. Como faço parte desse grupo de amigos malucos, todos nós fomos recrutados para ajudá-los a encaixotar as coisas no apartamento antigo para, então, colocar tudo no lugar na casa nova.

Todo mundo se divertiu durante o processo, mas também rolaram algumas brigas… e tivemos que lidar com algumas merdas. Keela foi quem teve mais merdas com as quais lidar.

Minha amiga estava muito estressada, e pensei que fosse por causa da mudança, já que aquilo era de fato muito estressante, mas ela me confessou que não estava muito bem e que não era só por estar se mudando de casa. Estava tendo pesadelos relacionados a um incidente que aconteceu com o tio dela e os irmãos Slater treze meses atrás. Keela nunca gostou de conversar sobre o ocorrido. Eu sabia grande parte da história, mas não tudo. Eu não sabia o que havia acontecido para deixar Keela tão aterrorizada… tão aterrorizada que continuava tendo terror noturno mesmo meses depois.

Mas os pesadelos não eram seus únicos problemas. Ela não estava muito confortável com a velocidade que as coisas estavam acontecendo em seu relacionamento com Alec. Keela queria continuar aproveitando a fase do namoro, mas Alec queria se casar e ter filhos o mais rápido possível.

E sabe o que é pior?

Alec não sabia de nada disso. Nada sobre os pesadelos e nadinha sobre a hesitação que ela sentia acerca do relacionamento dos dois. Claro que tudo isso veio à tona… durante uma festa de boas-vindas surpresa Alec não sabia de nada disso. Nada sobre os pesadelos e nadinha sobre a hesitação que ela sentia acerca do relacionamento dos dois. Claro que tudo isso veio à tona… durante uma festa de boas-vindas surpresa que Alec organizou. Keela não ficou muito contente; quase teve um colapso nervoso e, como se as coisas já não estivessem ruins o suficiente, o tio dela, a prima, Micah, e o marido escroto de Micah, Jason, deram as caras.

Sabe, aquele tio que na verdade é um gângster, a prima que é uma vadia do caralho, e o marido dela que é o maior babaca do universo? É, esses imbecis. Eles deram as caras e causaram brigas e agressões físicas. Ficaram sabendo da festa graças ao maldito do meu irmãozinho mais novo, Gavin. Agora ele estava bem próximo de Brandon e Jason, mas isso era muito recente e eu ainda não estava pronta para processar tudo. Precisava de tempo antes de pensar no filho da putinha que eu ajudei a criar.

Toda a situação era péssima, mas a cereja do bolo desse dia idiota foi a brincadeirinha que eu, Branna, Bronagh e Alannah resolvemos fazer no banheiro de Keela.

Antes de a merda atingir o ventilador, nós tomamos alguns drinques para relaxar depois de um longo dia de mudança e pensamos que seria divertido fazer testes de gravidez. E foi divertido mesmo… até Keela aparecer e derrubar todos os testes de gravidez na pia e misturar todos. Isso não teria sido um problema, mas adivinha qual foi o resultado de um dos testes? Isso mesmo.

Uma de nós estava grávida, e não fazíamos ideia de quem era.

Graças a Keela.

Ficou ainda mais assustador quando Alannah revelou que não poderia ser ela quem estava grávida, já que não transava havia seis meses. Então, só restaram Bronagh, Branna e eu. Uma de nós teria o grande prazer de ser mãe.

Rá. Prazer é o caralho.

Rezei para que Bronagh ou Branna estivessem grávidas, simplesmente porque as duas estavam em relacionamentos sérios e eu, não. O mais próximo que cheguei de um relacionamento era a relação de amor e ódio que tinha com Storm, e ele era um cachorro. E me odiava.

Nós íamos tentar descobrir quem era a azarada, mas Keela não tinha mais nenhum teste de gravidez sobrando, o que era típico. Ela estava a caminho do supermercado para comprar mais testes quando os babacas que mencionei anteriormente deram as caras, e a ida ao mercado teve que ficar em segundo plano por uma ou duas horas.

Mas agora tudo estava mais calmo, e Keela foi ao supermercado com Kane Slater – que era um cretino – comprar os testes de gravidez. Minha paciência estava no limite enquanto eu esperava por eles, assim como a dos irmãos.

Os três – Nico, Ryder e Alec – estavam sentados na sala de estar da casa nova de Keela e Alec tentando colar os cacos de um vaso estilhaçado. Eu sabia que era uma causa perdida, mas ainda assim fui até a casa de Ryder para pegar cola quando ele pediu.

Fiquei com vontade de ir ao banheiro quando cheguei, e foi assim que acabei sentada no vaso sanitário encarando um teste de gravidez. Avistei uma caixa na bancada da pia e peguei o último teste que estava ali. Sabia que Branna gostaria de usá-lo, mas eu precisava saber se era eu que estava grávida.

Precisava mesmo.

Reunir a coragem para conferir o resultado se revelou bem mais desafiador do que pensei. Estava prestes a espiar o teste quando meu celular vibrou pela décima vez. Fazia uns cinco minutos que estava tocando e eu ainda não tinha olhado para a tela porque pensei que poderia ser Gavin. Mudei de ideia e peguei o celular do bolso e logo vi que era uma chamada de Keela.

Atendi.

Aideen! Até que enfim! — exclamou Keela.

Fiquei imóvel.

— Keela? O que foi? Você está bem?

Não — choramingou ela. — Foi o Kane. Ele desmaiou.

Meu coração parou de bater, meu estômago se contraiu, minha garganta fechou e meu cérebro deu cambalhotas. De súbito, fiquei ciente de como estava me sentindo naquele momento – estava morrendo de medo.

— Como assim o Kane desmaiou? — gritei, a boca colada ao celular.

— Ele desmaiou, ué. Estávamos no Tesco e ele simplesmente tombou no chão. Sem aviso prévio, simplesmente caiu. A ambulância já chegou e os paramédicos o colocaram na maca. Vou até o hospital com ele. Será que você pode avisar aos irmãos e dizer para irem imediatamente para o hospital? Nenhum deles está atendendo a porra do telefone.

Minha voz estava rouca quando perguntei:

— E as meninas? Você tentou ligar para elas?

Keela sibilou.

— Tentei, mas elas também não atendem. Eu vou acabar com a raça de todos eles. Estou assustada pra caralho e ninguém está atendendo a merda do telefone.

Pisquei e fiquei surpresa quando lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Que porra é essa?

Rapidamente as enxuguei e respirei fundo para me acalmar. Não ajudaria em nada se eu perdesse a cabeça agora. Eu estava muito focada até minha melhor amiga mostrar sinais de que estava prestes a desmoronar. Cerrei os olhos quando ouvi Keela fungar do outro lado da linha.

— Vai ficar tudo bem, Kay — tranquilizei-a, torcendo para que isso a consolasse de alguma forma, já que não tinha feito nem cócegas para consolar a mim.

— Reúna os caras e me encontre no hospital, por favor.

Ela desligou e, por um momento, fiquei parada no lugar enquanto tentava processar tudo aquilo, mas não consegui. Simplesmente não consegui. Provavelmente foi melhor assim, porque levantei-me num sobressalto e saí correndo do banheiro e da mansão Slater sem olhar para trás. Atravessei a rua correndo e fui direto para a casa de Keela e Alec e abri a porta de supetão quando cheguei.


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