O romance de estreia da argentina Ariana Harwicz, escritora publicada pela primeira vez no Brasil, traz a história de uma mulher profundamente abalada pelo casamento e pela maternidade. “Morra, amor” é um romance intenso e cru da escritora argentina Ariana Harwicz, que explora a psique de uma mulher em crise existencial no interior da França. Casada e mãe de um bebê, ela se sente sufocada e reprimida, apesar de o marido aceitar seu comportamento peculiar. O livro aborda temas como a condição feminina, a banalidade do amor, os terrores do desejo e a maternidade com uma prosa irreverente e lirismo sem remorsos. A obra faz parte de uma trilogia involuntária sobre a relação entre mães e filhos, que inclui também “A débil mental” e “Precoce”. Ariana Harwicz é uma escritora multifacetada, com formação em Artes Cênicas e Literatura Comparada, que também atuou como roteirista, dramaturga e documentarista. Atualmente, vive com a família perto de Paris.
Páginas: 144 páginas; Editora: Instante (1 de outubro de 2019); ISBN-10: 8552994151; ISBN-13: 978-8552994152; ASIN: B082MTV36G
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Biografia do autor: Ariana Harwicz é escritora, roteirista, dramaturga e documentarista. Nascida em Buenos Aires, Argentina, em 1977, mudou-se para a França após estudar roteiro e teatro. Graduou-se em Artes Cênicas pela Universidade Paris VII e obteve mestrado em Literatura Comparada pela Sorbonne. Deu aulas de roteiro, escreveu duas peças e dirigiu o documentário El Día del Ceviche. Mora com a família em uma pequena cidade próxima a Paris. Instagram @arianaharwiczw
Resenha do Livro “Morra, Amor” de Ariana Harwicz
Mergulho na Mente Perturbada de uma Mulher em Crise
Em “Morra, Amor”, somos lançados em uma jornada intensa e perturbadora pela mente de uma mulher em crise existencial. A narrativa em primeira pessoa, crua e visceral, nos coloca frente a frente com suas emoções conflitantes, oscilando entre amor e ódio, desejo de liberdade e aprisionamento da maternidade.
A Vida Doméstica como Palco de um Vulcão Emocional
A trama se passa em uma região rural da França, onde a protagonista, uma argentina expatriada, vive com o marido e o filho pequeno. A aparente tranquilidade da vida doméstica esconde um turbilhão de sentimentos reprimidos e pulsões destrutivas. A relação com o marido, marcada pela apatia e pela ausência de paixão, intensifica a sensação de sufocamento da protagonista, que busca refúgio em devaneios e fantasias.
Maternidade: Um Retrato Cru e Honesto
Longe do ideal romantizado, a maternidade é retratada com crueza e honestidade. A protagonista se vê presa em um ciclo de obrigações e frustrações, questionando o amor incondicional que se espera de uma mãe. A raiva, o ressentimento e o desejo de fuga se misturam ao afeto e à culpa, criando um retrato complexo e ambíguo da experiência materna.
Escrita Afiada e Poética que Ecoa na Mente do Leitor
A escrita de Harwicz é afiada e poética, com frases curtas e impactantes que reverberam na mente do leitor. A narrativa fragmentada, em fluxo de consciência, nos transporta para o caos interior da protagonista, revelando seus medos, desejos e obsessões mais profundos.
Um Livro Incômodo e Provocador
“Morra, Amor” é um livro que incomoda e provoca, desafiando convenções e nos obrigando a confrontar a complexidade da alma humana. É uma obra que não busca agradar, mas sim gerar reflexão e questionamentos sobre os papéis sociais, as relações familiares e a busca pela identidade.
Pontos Positivos:
- Escrita visceral e poética, que prende o leitor do início ao fim.
- Retrato cru e honesto da maternidade, longe dos estereótipos.
- Abordagem corajosa de temas como a sexualidade feminina e a saúde mental.
- Provoca reflexões sobre os papéis sociais e as relações familiares.
Pontos Negativos:
- A narrativa fragmentada e o fluxo de consciência podem dificultar a compreensão para alguns leitores.
- A intensidade emocional da obra pode ser perturbadora para alguns.
- A falta de linearidade na trama pode deixar algumas pontas soltas.
Conclusão: Uma Obra Poderosa e Visceral
Em suma, “Morra, Amor” é uma obra poderosa e visceral, que não deixará nenhum leitor indiferente. É um livro que nos convida a mergulhar nas profundezas da alma humana, explorando seus recantos mais obscuros e contraditórios.