Em Lua Vermelha, Miranda Gray resgata a sabedoria do sagrado feminino para mostrar às mulheres modernas como elas podem voltar a aceitar a sua natureza cíclica e se reconciliar com todos os aspectos da feminilidade. Explorando arquétipos da menstruação e da condição feminina contidos na simbologia de mitos, lendas e contos de fadas, a autora oferece métodos e exercícios práticos para você entrar em sintonia com o seu ciclo menstrual, e assim impulsionar sua criatividade, viver sua sexualidade plenamente e aceitar as mudanças naturais do seu corpo e da sua vida.
Capa comum: 296 páginas Editora: Pensamento; Edição: 1 (30 de março de 2017) ISBN-10: 8531519691 ISBN-13: 978-8531519697 Dimensões do produto: 20,8 x 13,5 x 1,8 cm
Clique na imagem para ler o livro
Leia trecho do livro
Agradecimentos
Meus agradecimentos a todos aqueles que ajudaram no desenvolvimento inicial deste livro, seja discutindo experiências pessoais comigo, seja compartilhando sua própria compreensão e seus insights . Um agradecimento especial à Naomi Ozaniec, pelo apoio e encorajamento inicial, e à Julia McCutchen, da Element Books, por ter confiado no conceito desta obra.
Eu também gostaria de agradecer a todas as mulheres que, no decorrer dos anos, desde a primeira publicação de Lua Vermelha , compartilharam suas experiências comigo e às que, inspiradas neste livro, usaram as ideias e os conceitos presentes nele em grupos e cursos. Saber que Lua Vermelha tocou a vida das mulheres de uma forma positiva é uma honra.
Por fim, eu gostaria de agradecer a meu marido, Richard. Sem seu amor, sua ajuda, seu apoio e seu trabalho de edição, meus livros nunca teriam se tornado realidade. Eu sou uma mulher de sorte por ter um companheiro tão maravilhoso.
Prefácio
Pouco tempo atrás me perguntaram sobre o que me levou a escrever Lua Vermelha, e achei que seria interessante compartilhar essa história com as minhas leitoras.
Depois de terminar a universidade com uma graduação em Ciências me matriculei num curso de ilustração científica. Era uma alegria ser criativa e, durante o curso, eu me dei conta de como minha criatividade mudava e fluía. Após completar o curso, comecei a trabalhar em casa como ilustradora freelancer, e passei a sentir muita pressão para ser criativa o tempo todo e cumprir os prazos editoriais.
Com os meses, ficou muito óbvio para mim que eu tinha dois estilos de arte muito diferentes: o estilo preciso e detalhado que os editores queriam, e outro mais livre, expressivo e representativo, que eles não queriam. Meu desafio era o fato de ser quase impossível conseguir o estilo detalhado durante a fase pré-menstrual e os dias iniciais da fase menstrual. Sem ter controle sobre os prazos, isso me causava, com frequência, enorme estresse, frustração e lágrimas.
Com meu trabalho, também tomei consciência do que eu achava fácil ou difícil durante o mês. Havia momentos em que eu não conseguia falar com as pessoas, momentos em que minha confiança e autoestima estavam em alta, momentos em que minha concentração estava baixa, momentos em que escrever era fácil e momentos em que encontrar as palavras era uma luta. Suponho que foi a frustração com minha inconstância que me instigou a olhar para meu ciclo em busca de respostas. Notar minhas mudanças com base em meu ciclo, com a ajuda das informações encontradas no livro The Wise Wound, de Penelope Shuttle e Peter Redgrove, permitiu-me reconhecer os padrões cíclicos na energia física, na força emocional e na sensibilidade, na concentração e nos processos mentais, na sensualidade e nas energias sexuais, bem como na criatividade e na espiritualidade.
Àquela altura, minha experiência e meu interesse estavam concentrados em mitos, lendas, contos folclóricos e na espiritualidade baseada na natureza e na divindade feminina, e eu trabalhava com alguns autores inspiradores no campo das tradições espirituais celtas e arthurianas. Eu queria encontrar referências para minhas experiências, encontrar arquétipos com os quais pudesse me identificar e que me proporcionassem uma conexão com a profunda espiritualidade feminina que sentia dentro de mim. Eu me voltei para a mitologia em busca desses arquétipos e os encontrei em histórias infantis e contos folclóricos. Encarei com relutância a interpretação moderna da divindade feminina expressa em três arquétipos – nas histórias, eu a encontrava em quatro arquétipos. Ela era as três fases luminosas da Lua e a quarta fase, oculta; e também as quatro estações da força da vida na Terra: as três fases da manifestação e a quarta, do retiro no inverno. Encontrar esses arquétipos me mostrou que essas experiências não eram exclusivamente minhas e que existia uma antiga tradição de sabedoria menstrual paralela ao meu entendimento e conectado ao passado obscuro e distante. Depois de encontrar os arquétipos, quis então saber se outras mulheres compartilhavam de minhas experiências e comecei a perguntar a cada mulher que encontrava sobre seu ciclo. Foi um choque ouvir as mesmas experiências como resposta. Isso me inspirou a investigar a literatura existente sobre o ciclo menstrual, e enquanto fazia isso senti que tinha meu próprio livro a escrever.
Eu tenho um pensamento bastante visual; palavras eram e ainda são um meio difícil para mim, e ser escritora nunca havia sido uma aspiração. De qualquer forma, enquanto tentava escrever sobre algumas ideias, fiz uma descoberta sensacional: eu conseguia escrever em minha fase pré-menstrual. Nessa fase as ideias vinham com fluidez, e eu conseguia encontrar as palavras certas com facilidade, criar uma sentença que falasse ao meu coração e ter tudo fluido e ordenado; até minha gramática melhorava! Foi um verdadeiro momento de “eureca” e, como eu já havia produzido alguns trabalhos de ilustração para a Element Books, uma editora focada no estilo de vida alternativo e na espiritualidade, consultei os editores sobre minha proposta. Sou muito grata à Julia McCutchen por colocar a meu livro e a mim “a bordo”, mesmo não sabendo, àquela altura, que eu só conseguia escrever uma semana por mês!
Por ser uma pessoa que escreve com base em sentimentos e imagens, uma história era o meio mais direto e natural para eu apresentar as minhas ideias em Lua Vermelha. Assim, o livro começa com a história de uma jovem menina chamada Eva. Usar uma história me permitiu apresentar os arquétipos sem nenhuma definição, no intuito de que, dessa forma, eles pudessem ressoar no subconsciente e nos sentimentos dos leitores. Tendo sentido que os arquétipos são adequados, e talvez percebido uma inclinação para se reconectar a eles, o restante do livro poderia então ser lido com o coração e a mente, em vez de apenas com a mente.
Escrever este livro me fez formalizar minhas experiências das quatro fases e as informações que eu havia recebido de outras mulheres, além de escrever as práticas que havia desenvolvido em minha própria vida a fim de entrar em sintonia com minha natureza cíclica. O livro começou com uma pilha de papéis soltos, com frases rabiscadas e parágrafos estranhos, a maioria escrita em minha fase pré-menstrual, mas sempre com a anotação da fase específica em que eu estava escrevendo. Eu queria escrever enquanto estivesse experimentando as energias e percepções de cada fase – ou melhor, queria escrever com a voz do arquétipo. Richard, meu marido, me ajudou muito com a criação do manuscrito final e disse que era óbvio para ele em qual fase eu me encontrava ao escrever cada trecho.
Lua Vermelha foi publicado em um momento no qual muitas mulheres exploravam a espiritualidade feminina e escreviam sobre ela. Minha esperança àquela altura era de que ele se tornasse parte de um movimento que visasse trazer o ciclo menstrual de volta a seu lugar de direito na sociedade e na cultura, como uma fonte incrível de criatividade, inspiração e sabedoria, capaz de apoiar e ajudar o crescimento social. Eu gostaria de ver o ciclo menstrual ser ensinado nas escolas como algo mais que um simples processo biológico e de ver as mulheres usarem seu ciclo natural e as energias de seu ciclo menstrual de forma ativa em sua vida cotidiana. Eu queria que o ciclo menstrual se tornasse um assunto popular.
Infelizmente, não foi o caso. A necessidade de Lua Vermelha é tão grande agora como era na época em que foi publicado pela primeira vez, mesmo havendo muito mais livros disponíveis e mais mulheres promovendo cursos e comunidades na internet. Nos dias atuais, as mulheres estão começando a levar a informação de seus ciclos à sua vida cotidiana, porém essa informação permanece encoberta. Ao olhar para o mundo dos negócios e do coaching para a vida e do autodesenvolvimento e ao me perguntar “Se as mulheres sabem sobre suas energias cíclicas, onde está a evidência para isso?”, lancei o livro The Optimized Woman – Using the Menstrual Cycle to Achieve Success and Fulfilment. A história desse livro fica para uma outra vez, mas esse é o próximo passo na jornada da mulher cíclica. Nossa natureza cíclica não é apenas para nossa vida pessoal ou para nossas práticas de crescimento espiritual, é para o escritório e o trabalho, para nossa comunidade e cultura, para nossos objetivos de vida e sonhos e para nossa habilidade de sermos felizes, de termos sucesso e atingirmos bem-estar e realização na vida. Como mulheres cíclicas, temos uma dádiva incrível e é hora de tomar conhecimento dela, propagá-la pelo mundo e fazer com que seja notada!
Durante esses anos todos, eu me senti muito tocada e honrada com as respostas das mulheres que leram Lua Vermelha e o receberam como uma inspiração e um impacto positivo em suas vidas. Sinceramente, espero que essa edição revisada continue a inspirar da mesma maneira.
Miranda Gray