Clássicas do pensamento social é uma coletânea de textos de oito pensadoras, de diferentes localidades, entre os séculos XIX e XX, que obtiveram nenhuma ou pouca circulação no Brasil. Clássicas do pensamento social é uma obra que resgata a contribuição de mulheres pioneiras nas ciências sociais, cujas ideias foram marginalizadas ao longo da história. O livro questiona o cânone das ciências sociais, dominado por homens, e traz à luz o legado de pensadoras que viveram entre o final do século XIX e início do XX, como Harriet Martineau, Anna Julia Cooper e Ercília Nogueira Cobra. Essas mulheres, atuando em diferentes contextos, enfrentaram obstáculos para desenvolver suas pesquisas, mas deixaram importantes reflexões sobre temas como desigualdade de gênero, direitos, educação e política. A obra é um convite à revisão da história do pensamento social, valorizando a diversidade de vozes e perspectivas.
Editora: Rosa dos Tempos; 1ª edição (17 maio 2021); Páginas: 280 páginas; ISBN-10: 8501116173; ISBN-13: 978-8501116178; ASIN: B094XJZNN3
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Biografia do autor: Verônica Toste Daflon e Bila Sorj são duas renomadas sociólogas brasileiras com vasta experiência em pesquisa e docência. Daflon, professora da UFF, concentra seus estudos em desigualdades sociais, relações étnico-raciais e de gênero, e políticas de ação afirmativa. Sorj, professora da UFRJ, dedica-se a pesquisas sobre gênero, trabalho, família, políticas públicas e movimentos feministas. Ambas possuem doutorado em Sociologia e vasta produção acadêmica, contribuindo significativamente para o campo das ciências sociais no Brasil. Instagram @
Resenha:
“Clássicas do Pensamento Social: Mulheres e Feminismos no Século XIX”, organizado por Verônica Toste Daflon e Bila Sorj, é uma obra fundamental para a compreensão da história do pensamento social e do feminismo. Ao resgatar a produção intelectual de oito mulheres de diferentes partes do mundo, o livro preenche uma lacuna histórica, revelando vozes silenciadas e contribuições negligenciadas no campo das ciências sociais.
As autoras selecionadas – Harriet Martineau, Anna Julia Cooper, Pandita Ramabai Sarasvati, Charlotte Perkins Gilman, Olive Schreiner, Alexandra Kollontai, Ercília Nogueira Cobra e Alfonsina Storni – viveram entre o final do século XIX e início do XX, período marcado por intensas transformações sociais e pela luta por direitos das mulheres. Suas obras, muitas vezes marginalizadas pela academia, abordam temas como desigualdade de gênero, racismo, colonialismo, trabalho, família e sexualidade, oferecendo uma perspectiva crítica e inovadora sobre a sociedade da época.
A organização do livro é cuidadosa, apresentando cada autora em um capítulo com introdução, biografia, trechos selecionados de suas obras e comentários das organizadoras. Essa estrutura permite ao leitor conhecer o contexto histórico e social em que cada mulher viveu e produziu, bem como a relevância de suas ideias para o debate contemporâneo.
Ao longo da leitura, somos apresentados a diferentes perspectivas sobre o feminismo, desde o liberalismo de Martineau até o socialismo de Kollontai, passando pelo abolicionismo de Cooper e o pacifismo de Gilman. Essa diversidade de vozes enriquece o debate e demonstra a complexidade do movimento feminista, que não se resume a uma única corrente de pensamento.
Além de resgatar o legado dessas pensadoras, “Clássicas do Pensamento Social” também questiona a construção do cânone das ciências sociais, tradicionalmente dominado por homens brancos europeus. Ao dar visibilidade a mulheres de diferentes origens e contextos, o livro contribui para uma história do pensamento social mais inclusiva e plural.
Em suma, “Clássicas do Pensamento Social” é uma obra essencial para todos que se interessam pela história das ideias, pelo feminismo e pelas lutas por justiça social. Ao resgatar o legado de mulheres que ousaram pensar e questionar a ordem estabelecida, o livro nos convida a refletir sobre o presente e a construir um futuro mais igualitário e justo.