Entre a rua e o seminário, cenário da adolescência do próprio Cony, Paixão segundo Mateus começa com mortes e investigações policiais, com uma mulher estirada na calçada, de camisola rosa apresentando manchas de sangue sujas de pó e uma fita vermelha entre os dedos. Quando o delegado sai de cena, ainda nas primeiras páginas, o leitor faz um longo passeio pela infância do seminarista Mateus em Vila Isabel, pelos escuros corredores de uma igreja pobre e abandonada e pela própria Igreja como instituição; visita um hospital católico, os escritórios de uma grande empresa patrocinadora de eventos culturais e os bastidores do Theatro Municipal. Os personagens e os cenários são marcados por infortúnios e desassossegos de corpo e alma: a igreja precariamente construída…
Editora: Nova Fronteira; 1ª edição (31 julho 2022); Páginas: 184 páginas; ISBN-10: 6556405094; ISBN-13: 978-6556405094; ASIN: B0B7KJGTQB
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Biografia do autor: CARLOS HEITOR CONY nasceu no Rio de Janeiro em 1926. Estreou na literatura ganhando por duas vezes consecutivas o Prêmio Manuel Antônio de Almeida, com os romances A verdade de cada dia e Tijolo de segurança. Considerado um dos maiores expoentes do romance neorrealista brasileiro, Cony também se dedicou com sucesso a outros gêneros: da crônica aos ensaios, das adaptações de clássicos aos contos. Trabalhou na imprensa desde 1952, ano em que entrou no Jornal do Brasil. Mais tarde foi para o Correio da Manhã, do qual foi redator, cronista e editor. Era colunista da Folha de S.Paulo e comentarista da rádio CBN quando faleceu, no início de 2018. Ganhou em quatro ocasiões o Prêmio Jabuti na categoria Romance, duas vezes o Prêmio Livro do Ano da Câmara Brasileira do Livro e o Prêmio Nacional Nestlé de Literatura. Em 1998, foi condecorado pelo governo francês com a L’Ordre des Arts et des Lettres. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em março de 2000.