"O marinheiro que perdeu as graças do mar" explora partidas e permanências, perdas e ganhos, individualidade e abdicação desta, amor e ódio, violência e paz, explora o convite à vida em dinâmica que é o verão e a inação, a negatividade, a penumbra do inverno, estações que, aliás, intitulam as duas partes em que está dividido este livro. 午後の曳航 ou Gogo No Eiko, conforme o título em japonês, foi publicado originalmente em 1963, enquadrando-se a meio caminho da carreira de Yukio Mishima. O marinheiro chama-se Ryuji Tsukazaki, a quem parece estar predestinado algum tipo de glória. Ele faz parte da tripulação do Rakuyo, navio cargueiro que o transporta ao porto de Santos, aqui no Brasil, e às sombrias aspirações que o atormentam...
Editora: Estação Liberdade; 1ª edição (20 maio 2022) Páginas: 176 páginas ISBN-10: 6586068258 ISBN-13: 978-6586068252
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YUKIO MISHIMA, nascido Kimitake Hiraoka em Tóquio, em 1925, foi uma das mais populares personalidades das artes no Japão do século XX. Mishima foi romancista, poeta, crítico, ensaísta, dramaturgo e ator. Sua estreia na literatura se deu aos 19 anos, pouco antes de se graduar em direito na Universidade Imperial de Tóquio. Um pouco depois, com Confissões de uma máscara (1949) e Cores proibidas (1951), firmou-se como o grande talento artístico de sua geração. Mesclando influências ocidentais e orientais, explorando tabus temáticos, como a homossexualidade e o culto ao corpo masculino, e produzindo obsessivamente, a arte era, para Mishima, indissociável de suas ações. Cada vez mais crítico da ocidentalização do país no pós-guerra, levou seu nacionalismo ao extremo em 1970. À frente de seu grupo paramilitar Tatenokai, invadiu um quartel do exército japonês em Tóquio buscando incitar um golpe de Estado que devolveria os poderes divinos ao Imperador. Sem obter a acolhida esperada, terminou seu discurso e cometeu seppuku, o tradicional suicídio ritualístico samurai, deixando perplexos seus milhões de leitores no Japão e no mundo.