Marc Fumaroli, em sua análise, critica a deterioração da verdadeira cultura em favor de uma “cultura” entre aspas, onde a diferença entre propaganda turística, midiática e a cultura autêntica se torna indistinta. Ele observa que, atualmente, a relevância de livros, exposições e concertos é medida pelo público que atraem, e não pelo seu valor intrínseco, dissipando o sentido da arte. Fumaroli argumenta que o Estado, especialmente na França, fomenta essa “cultura” como um empresário, manipulando-a para seus próprios fins, em vez de preservar sua autenticidade. Ele afirma que o Estado e a cultura são naturalmente inimigos e devem permanecer assim para o bem de ambos. A análise de Fumaroli, inicialmente focada na França, se aplica globalmente, denunciando a transformação da cultura em um invólucro de plástico que sufoca a autenticidade com boas intenções.
Editora: Editora Âyiné; 1ª edição (30 outubro 2021); Páginas: 500 páginas; ISBN-13: 978-8592649968
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Biografia do autor: Marc Fumaroli (10 de junho de 1932 – 24 de junho de 2020) foi um proeminente historiador e ensaísta francês conhecido por sua defesa da literatura e da cultura francesas. Nascido em Marselha, cresceu em Fez, Marrocos, e serviu no exército francês durante a Guerra da Argélia. Fumaroli ocupou uma cátedra no Collège de France a partir de 1986, onde ensinava sobre “Retórica e sociedade na Europa (séculos XVI-XVII)”. Suas obras acadêmicas internacionalmente reconhecidas incluem “A Idade da Eloquência” (1980) e “Heróis e Oradores” (1990). Em 1991, seu livro “O Estado Cultural” provocou intenso debate na mídia francesa sobre políticas culturais. Apesar de críticas, Fumaroli deixou um legado significativo no movimento romântico francês devido à sua imaginação e estilo eloquente.
Resenha do Livro “O Estado Cultural” por Marc Fumaroli
“O Estado Cultural” é uma obra seminal escrita por Marc Fumaroli, renomado historiador e ensaísta francês, publicada em 1991. O livro provocou um profundo impacto no debate público sobre as políticas culturais na França e além.
Análise Crítica das Políticas Culturais
Fumaroli aborda de forma incisiva a relação complexa entre o Estado e a cultura, argumentando que o Estado, ao intervir na promoção e gestão cultural, muitas vezes compromete a autenticidade e a integridade das expressões culturais. Ele questiona os efeitos da burocratização e da comercialização da cultura, argumentando que essas tendências ameaçam diluir o valor intrínseco da arte e da literatura.
Contexto Histórico e Impacto
Nascido em Marselha e com formação acadêmica sólida, Fumaroli traz uma perspectiva histórica profunda, especialmente ao examinar como as políticas culturais evoluíram ao longo do tempo na França. Sua crítica se estende ao período contemporâneo, destacando os perigos de um Estado que busca controlar ou influenciar a produção cultural em nome de interesses políticos ou econômicos.
Contribuições para o Debate Cultural
Além de suas críticas contundentes, Fumaroli oferece insights valiosos sobre como preservar a integridade cultural em face de pressões externas. Ele defende uma abordagem mais orgânica e menos intervencionista, na qual a autonomia dos criadores e a diversidade cultural sejam protegidas e valorizadas.
Conclusão
“O Estado Cultural” não apenas desafia as concepções convencionais sobre o papel do Estado na cultura, mas também inspira reflexões profundas sobre o significado e o propósito da arte e da literatura em uma sociedade moderna. A obra de Fumaroli continua relevante para estudiosos, políticos e todos os interessados na preservação e promoção da cultura autêntica frente às forças de commodificação e manipulação política.
Esta resenha destaca a importância de “O Estado Cultural” como um trabalho seminal que continua a influenciar o debate sobre políticas culturais até os dias de hoje.