“Escrever”, de Marguerite Duras, foi publicado em setembro de 1993, pouco antes de sua morte aos 82 anos. Este livro, que pode ser visto como um dos testamentos literários da autora, explora o gesto da escrita e os limites da linguagem. Composto por cinco ensaios independentes, o mais significativo é o que dá título ao livro, “Escrever”. Neste ensaio, Duras compartilha confidências sobre seu trabalho, amores, infância e, principalmente, sobre a solidão e angústias que permeiam o ato de criar: “Escrever. Não posso. Ninguém pode. É preciso dizer: não podemos. E escrevemos.” Os outros ensaios são “A Morte do Jovem Aviador Inglês”, “Roma”, “O Número Puro” e “A Exposição da Pintura”. Embora pareçam distintos, esses textos revelam diferentes facetas de um mesmo diamante literário.
Editora: Relicário; 1ª edição (30 setembro 2021); Páginas: 296 páginas; ISBN-13: 978-6589889168
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Biografia do autor: Marguerite Duras nasceu em 1914 na Indochina, atual Vietnã, e se mudou para Paris aos 18 anos para estudar Direito na Sorbonne. Sua obra, marcada por suas experiências asiáticas, inclui mais de cinquenta romances, roteiros e textos dramáticos, como “Moderato Cantabile”, “O Amante” e “Uma Barragem Contra o Pacífico”. Associada ao nouveau roman e ao existencialismo, Duras também escreveu o roteiro do filme “Hiroshima, Meu Amor” e dirigiu “India Song”. Falecida em 1996 em Paris, Duras foi sepultada no cemitério de Montparnasse.
Resenha: “Escrever” de Marguerite Duras – Uma Imersão no Mundo da Criação Literária
Publicado em setembro de 1993, “Escrever” de Marguerite Duras é um testamento literário com cinco ensaios que exploram o ato de escrever e suas angústias. A edição brasileira, traduzida por Luciene Guimarães de Oliveira, inclui prefácio de Julie Beaulieu.
Um olhar cru e honesto sobre a escrita
Duras não apresenta um manual de como escrever, mas sim um autorretrato nu e cru de uma escritora em pleno exercício de sua arte. Através de relatos pessoais e reflexões profundas, ela explora a solidão do escritor, a relação entre vida e obra, a busca incessante pela palavra exata e o poder transformador da escrita.
Destaques do livro:
- A escrita como refúgio: A autora confessa que a escrita foi seu refúgio em momentos de grande sofrimento, uma forma de dar sentido à vida e de se conectar com o mundo.
- A solidão do escritor: Duras explora a solidão inerente ao ato de escrever, um processo solitário que exige disciplina e entrega total.
- O poder da palavra: A autora demonstra a força da palavra escrita para transformar a realidade e criar novas possibilidades.
- A relação entre vida e obra: Duras revela como sua vida pessoal influenciou sua escrita, e como a escrita, por sua vez, moldou sua vida.
Para quem este livro é indicado:
- Leitores de Marguerite Duras: Para aqueles que já apreciam a obra da autora, este livro é uma oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre sua escrita e sua vida.
- Escritores e aspirantes a escritores: A obra oferece insights valiosos sobre o processo criativo, a superação de bloqueios e a busca pela própria voz.
- Amantes da literatura: Para todos aqueles que se interessam pela literatura e desejam entender melhor o que se passa na mente de um escritor.
Pontos fortes:
- Honestidade: A autora não tem medo de se mostrar vulnerável, revelando seus medos e incertezas.
- Prosa poética: A linguagem de Duras é rica em metáforas e imagens, transportando o leitor para um universo sensível e intenso.
- Reflexões profundas: O livro nos convida a uma reflexão sobre a natureza da criação artística e sobre o papel da literatura em nossas vidas.
Pontos a considerar:
- Linguagem complexa: A escrita de Duras pode ser desafiadora para alguns leitores, exigindo uma leitura atenta e reflexiva.
- Estrutura fragmentada: O livro não segue uma estrutura linear, o que pode desorientar alguns leitores.
Conclusão:
“Escrever” de Marguerite Duras é um livro essencial para todos aqueles que se interessam pela escrita e pela literatura. É uma obra que nos convida a uma jornada introspectiva e nos inspira a encontrar nossa própria voz. Através de suas palavras, Duras nos mostra que a escrita é muito mais do que apenas um meio de comunicação: é uma forma de vida, uma maneira de dar sentido ao mundo e de deixar nossa marca no universo.
Palavras-chave para busca: Marguerite Duras, Escrever, literatura francesa, processo criativo, análise literária.
Lembre-se: Esta é apenas uma resenha, e a experiência de leitura é única para cada pessoa. Recomendo que você leia o livro e forme sua própria opinião.