Depois do arrebatador “Se deus me chamar não vou”, Mariana retoma seu jorro neurótico, humano e delicioso contando agora a história da septuagenária Aurora, encontrada desmemoriada e descalça na beira da estrada e procurando por uma certa Camila. Para uma amnésica, Aurora recorda-se de muito: da mãe que escovava seus cabelos até parecerem “uma peruca eletrizada”; do seu ato falho trágico religioso, de quando rezava na infância e dizia “agora é a hora da nossa morte amém”; dos anos em que deu aula de português em uma escola de riquinhos; da sua covardia perante a ditadura militar: “este país insiste que temos de arriscar a nossa própria vida, parece que esquece que tudo que temos é essa miséria da própria vida”; de um carnaval em que tentou perder a virgindade com um jovem brocha vestido de bebê; de um amante midiático que falava um português impecável, mas também sabia beber e socializar em boteco vagabundo e, sobretudo, das muitas mortes da filha Camila…
Editora: Editora Nós; 1ª edição (25 agosto 2021); Págians: 240 páginas; ISBN-13: 978-6586135374; ASIN: B09DGR8BG5
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Sobre o autor: Mariana Salomão Carrara é paulistana, defensora pública e nascida em 1986. Publicou um livro de contos, Delicada uma de nós (Off-Flip, 2015) e o romance Fadas e copos no canto da casa (2017). Por seus contos e poemas, recebeu prêmios nacionais como o Off-Flip (2012), o sesc-df, o Felippe D’Oliveira (2015 e 2016), o Sinecol, e o Josué Guimarães. Recebeu, ainda, o 2º lugar no Prêmio Guiões de Roteiros em língua portuguesa (Portugal, 2019) pelo roteiro de longa-metragem É lá que eu quero morar. Autora do livro “Se deus me chamar não vou”
Mariana retrata a vida da septuagenária Aurora, encontrada desmemoriada na beira da estrada em busca de sua filha Camila. Em meio a suas lembranças, Aurora confronta suas experiências, desde sua infância até os desafios da ditadura militar e as mortes questionáveis de Camila. Entre memórias vívidas e questionamentos sobre sua maternidade, Aurora enfrenta a morte em suas diversas formas, enquanto Mariana habilmente mescla humor e reflexão sobre a finitude humana.