Sedutor de Nova York – Livro de Penelope Ward e Vi Keeland

Trecho do livro

Sedutor de Nova York - Livro de Penelope Ward e Vi Keeland

Elodie

Às vezes, eu queria ser feia. Talvez não feia do tipo nossa-que-nariz-gigante, só-três-dentes-e-todos-pretos, cicatriz-ao-longo-da-bochecha e cabelos-finos-ralos — porque preciso me olhar no espelho de vez em quando —, mas seria bom entrar no bar e não ser secada por todo babaca corretor de ações de temo extravagante.

Pareço amarga? Desculpe. Mas os bares de corretores de ações no centro sempre me irritam. Corretores não são apenas vendedores de carros usados em temos mais chiques? Se são tão bons em escolher ações, por que não estão em casa contando seus milhares de dólares ganhos com investimentos de alto rendimento em vez de vender conselhos para outros investirem?

Eu estava minimamente grata pelo cara desta noite não ser um corretor de ações.

Falando nisso… Meu alvo tinha acabado de me notar. O babaca sedutor demorou um minuto inteiro para erguer o olhar até o meu rosto. Pelo menos esse traidor era exatamente como na foto que nos deram: alto, atlético, cabelo escuro lambido para trás, maxilar quadrado e nariz arrogante. Olhos semicerrados. Um olhar, e eu sabia que desviaria para o outro lado se isso não fosse um trabalho.

Meu oponente desavisado era um advogado do Upper West Side — um advogado do show business com uma tendência de transar com vedetes que ainda não haviam aprendido a olhar através do temo de lã de três mil dólares e enxergar o lobo.

Nosso orçamento não reembolsável era de quarenta horas para esse trabalho. Eu apostaria que conseguiria terminar em uma fração desse tempo. Hummtalvez eu aposte. Soren sempre gostava de uma apostinha. Claro que ele venceria de qualquer jeito, já que isso me motivava a finalizar o trabalho rapidamente, o que, por sua vez, significava que eu estava livre para começar outro em seguida.

Só que eu esperava que não aparecessem mais trabalhos como esse. Eu tinha uma entrevista para um emprego de verdade na noite seguinte — um que não envolvia ser apalpada diariamente — e, com sorte, essa merda acabaria logo. Sentindo Larry, o advogado, me devorar do outro lado do bar de novo, pisquei sedutoramente ao olhar para cima e lançar a ele meu melhor sorriso você-é-um-ricaço-durão-e-eu-sou-só-uma-garotinha-meio-velha-idiota. Só por diversão, adicionei uma jogada do meu cabelo naturalmente platinado enquanto erguia os seios grandes em sua direção. Sua esposa sem peitos tinha mencionado que ele preferia loiras com peitões.

Está com sorte, Larry. Olhe aqui. Venha pegar, cachorrão.

Quando terminei de enviar a mensagem sobre a aposta para Soren, o advogado traidor já estava ao meu lado.

— Parece que está precisando de uma bebida — ele disse.

Mordi o lábio e olhei para baixo, fingindo timidez por alguns segundos, então ergui meus grandes olhos azuis para ele.

— Não costumo beber com estranhos. Ele me ofereceu sua mão. — Garrett Lopresti.

E assim começa. Mentira número um, Larry Mercer.

Colocando minha mão na dele, nos cumprimentamos.

— Sienna Bancroft.

Ele não soltou.

— Agora não somos estranhos, não é, Sienna?

Eu sorri, como se estivesse lisonjeada por sua atenção. Como se homens atraídos por pernas longas e peitos grandes fossem a razão da minha existência. Quando meu celular tocou, eu sabia que era Soren.

— Com licença, um minuto.

Soren: Leo acabou de chegar. Deve entrar a qualquer minuto. Elodie: Estou com sorte. Ou deve dizer que Larry está pensando que está com sorte com Sienna esta noite. O que me diz da Aposta?

Soren respondeu minutos depois.

Soren: Finalize este trabalho trabalho em quatro horas ou menos que eu vou dobrar o pagamento.

Desculpe, Larry/Garrett. Nem vai ter um gostinho esta noite. Mas o que vai ter… é exatamente o que merece.

Joguei meu celular dentro da bolsa e inclinei a cabeça timidamente.

— Você falou em bebida?

Às vezes, me sentia mal em relação ao que eu fazia. Havia dois lados em toda história, e nós só ficávamos sabendo de um deles. Algumas vezes, as mulheres que nos contratavam eram vadias cruéis. Apesar de isso ainda não dar a nenhum homem o direito de trair. Vá embora, Futuro Sr. Traidor. Sempre havia essa opção.

No entanto, às vezes pegávamos uma esposa cruel com um marido que levamos semanas para filmar sequer o mínimo sinal de infidelidade. Talvez eu tivesse uma parcela de culpa nesses trabalhos. Mas esta noite com certeza não era desse tipo.

Trinta minutos após Garrett sugerir que nos sentássemos em unia cabine para termos mais privacidade, sua mão com aliança estava no meu joelho debaixo da mesa. Desprezível demais. Ainda assim, eu precisava continuar a farsa, sabendo que Leo não conseguiria gravar a mão com sua câmera do outro lado do bar.

Queria que ele tirasse a mão do meu joelho.

Queria que ele se afastasse de mim.

Então joguei sujo. A câmera não iria gravar o que eu dizia.

Ele estivera encarando meus lábios nos últimos minutos como se estivesse prestes a devorá-los. Detestava quando algum dos meus trabalhos me beijava na boca — ou me beijava em qualquer lugar, na verdade. Então, definitivamente, seria bom um empurrãozinho na direção certa. O desgraçado abriu a porta, possibilitando que eu o chutasse para dentro.

— E aí, o que me diz de sairmos daqui? — ele sugeriu. — Ir para sua casa?

Me inclinei e baixei a voz.

— Não tenho uma amostra do que vou ter antes de ir para casa?

— Linda, você pode ter tudo o que quiser. O que tem em mente?

— Bem… — Apertei os braços nas laterais do meu corpo, fazendo meus seios pularem da minha blusa já bem decotada exibindo urna quantidade generosa de decote.

Seus olhos seguiram.

— Meu pescoço é bem sensível. Gosto que chupe a pele debaixo da orelha.

— Posso fazer isso. Mas o que você vai chupar em mim em troca?

Engoli a bile na garganta e forcei um sorriso.

— O que você quiser.

Nem tive uma chance de me preparar e ele já estava em cima de mim. Sua boca foi direto para o meu pescoço. Deixei-o começar a dar alguns beijos e chupadas nojentos antes de olhar por cima, para onde eu sabia que Leo estava posicionado. Ele me deu um aceno rápido, e eu empurrei Larry para trás e menti entre os dentes cerrados.

— Isso foi muito gostoso. Vamos para minha casa. Estou morrendo de vontade de te dar uma boa chupada também.

— Indique o caminho.

— Me dê dois minutos para ir ao banheiro me refrescar.

Ele pegou minha mão e a colocou em sua ereção através da calça.

— Estaremos bem aqui te esperando. Vá rápido.

— Oh, vou, sim.

Minha saída sempre era bem planejada. Alguns dias antes, eu tinha ido ao bar e encontrado uma saída de emergência no fim do corredor que levava ao banheiro. Como era nos fundos do lugar, eu tinha estacionado meu carro na rua de trás do bar.

Abrindo a porta, passei rápido por ela e inspirei fundo o ar fresco. Precisaria ir para casa tomar banho depois de os lábios daquele cara terem encostado em mim. Porém, por enquanto, eu tinha terminado. Enviei uma mensagem conforme seguia para o carro.

Elodie: Pronto. A cada minuto, nasce um otário.

Soren respondeu rapidamente.

Soren: Está se referindo a mim por causa da nossa aposta ou a Larry, o advogado?
Elodie: Ambos. Valeu pelo dinheiro extra. Te vejo no dia do pagamento.


Tags: , ,