Livro ‘O Herdeiro – Um Bebê para o Príncipe’ por Yule Travalon

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Haakon III é um príncipe rebelde que não se importa com as regras e imposições de seu reino. Entretanto, sua vida libertina e cheia de escândalos está por um fio, já que seu pai, o rei, quer obrigá-lo a se casar com uma princesa. Sem tempo para compromissos e amor, foge de suas responsabilidades e viaja pelo mundo em busca de diversão e prazeres. Ao descobrir que o pai morreu e que deve voltar imediatamente para ocupar o trono, Haakon presencia uma cena que lhe tira do sério. Sua atitude é bater primeiro e deixar que a mulher fuja depois. Ao chegar em seu país, descobre que para herdar o trono, precisa ter um filho em 365 dias. Ravena Lessa sempre sonhou em ser mãe, mas está longe de realizá-lo. Psicóloga e terapeuta sexual, seu trabalho é resolver os problemas dos outros…

ASIN: ‎B08W5G3JQK; Número de páginas: 1178 páginas; Data da publicação: 7 fevereiro 2021

Trecho do livro

O HERDEIRO - Um Bebê para o Príncipe - Livro por Yule Travalon
O HERDEIRO - Um Bebê para o Príncipe - Livro por Yule Travalon

NOTA DO AUTOR

[!]

ATENÇÃO: este livro não é um romance de época! Ele é um romance contemporâneo!

Olá, querido(a) leitor(a)!

Fico honrado pelos seus caminhos terem se cruzado com esse livro.

Espero que aproveitem a companhia um do outro e mergulhem nessa incrível aventura cheia de tiro, porrada e bomba. E hot! Ah, esse aqui eu particularmente me diverti em abordar um assunto que gosto tanto, o BDSM.

Vamos por partes.

Primeiro: não se assuste com o tamanho do livro. Inicialmente iria lançá-lo em dois volumes, mas prevendo turbas furiosas diante do meu condomínio, lancei tudo junto.

A parte 1 vai do prólogo até o capítulo 25. E eu a chamei de “Escolhida pelo Príncipe“. A parte 2 vai do capítulo 26 até o epílogo e eu a chamei de “O HerdeiroUm bebê para o Príncipe.

Este é um livro único. Então, para entendê-lo, você só precisa… ler. Fácil, né?

Sim, alguns personagens de meus livros anteriores aparecem aqui. Ethan Evans, Ayslan Linkalter e Patrícia Sanches são apenas alguns que você encontrará. Mas calma! Se você não os conhece, não se preocupe, pois aqui eles são reapresentados desde o início pela ótica dos protagonistas (e possuem nota de rodapé indicando de onde são).

Falando sobre as notas de rodapé, inseri-as por alguns motivos: a) para esclarecer temas que podem gerar choque de cultura; b) por que as betas sugeriram explicitar alguns fatos para não ocorrer dúvidas ou mal entendidos durante a leitura; c) para que você aproveite a experiência.

Resumindo: as notas de rodapé incluem explicações de pronúncia, significado ou complemento para frases e trechos que poderiam ficar confusos, além de indicar a quais livros os personagens secundários pertencem.

Bom, e o que dizer dos meus protagonistas?

Um príncipe rebelde que não deseja se casar e para assumir o trono precisa de um herdeiro. E uma brasileira que está fugindo de um relacionamento abusivo, cujo maior sonho é ser mãe, mas não pode realizar até então porque seu parceiro acha que ela deva merecer.

O resto você vai descobrir por conta própria, ok?

E só mais uma coisa:

Este livro não é um romance dark. Mas possui gatilhos emocionais sobre relacionamento abusivo, contendo cenas gráficas de violência física, psicológica e sexual. Nestes casos específicos, coloquei um sinal de alerta em vermelho [!] para sinalizar o início de algumas cenas pesadas e indicar que pule, caso não se sinta à vontade. O alerta termina em um sinal verde [!].

Por fim, divirta-se!

Dê boas risadas, planeje uma tortura maquiavélica para alguns personagens e depois me conte o que achou!

Boa leitura!

Yule.

O HERDEIRO - Um Bebê para o Príncipe - Livro por Yule Travalon
O HERDEIRO - Um Bebê para o Príncipe - Livro por Yule Travalon

PRÓLOGO

— Eu estou farto dos seus escândalos, Haakon! — o rei grita comigo. — Não permitirei que manche ainda mais a reputação da Casa Iranovichk!

Sua fúria ganha força, feito uma panela de pressão, devido ao meu silêncio.

— Não tem nada a dizer em sua defesa?

— Eu não fiz nada de errado. Só encontrei a Lady Pâmela e disse: oi, casada. E ela levantou o vestido… — me defendo. — Eu abaixei as calças… e o resto é o mundo animal em ação…

O que posso fazer? Minha reputação me precede.

— O que faço com você?

— Aceite a minha renúncia ao trono e paro com os escânda-los — proponho. — Um dia você será rei — ele ignora completamente o meu pedido, como tem feito nos últimos anos. — Então comece a agir como um!

— Então se prepare para mais manchetes sobre a casa IranovIchk, papai. — Abro um sorriso de escárnio.

Levanto-me da cadeira de madeira escura e almofada vermelha no assento, e faço uma reverência demorada, sacudindo a mão sem parar. Em resposta ouço-o bufar de ódio.

Tive a quem puxar. Sou mais cabeça dura que o rei e não vou realizar seu pedido, mesmo que como ordem real: não me casarei com a mulher que ele escolheu só para ter um herdeiro e não me limitarei às regras idiotas desse palácio para garantir a sucessão ao trono.

— Você não pode fugir de quem é, da sua essência! Precisa parar de agir por impulso e aceitar o seu destino! — esbraveja.

— Não! Já sou crescido, posso fazer o meu próprio destino. — Ranjo os dentes.

— A casa real jamais aceitará a sua renúncia! — ele explode, derruba o cetro, laptop, uma pilha de documentos da mesa.

— A casa real jamais aceitara a sua renuncia! — ele explode, derruba o cetro, laptop, uma pilha de documentos da mesa.

— Nenhum de vocês precisa me impedir, se eu sumir! — Bato a porta e marcho pelo corredor, cego de ódio.

Ainda escuto, mesmo de longe:

— Você será rei e dará um herdeiro a essa Casal Real, nem que essa seja a Ultima coisa que eu faca, e após morrer volto e te atormento, seu moleque!

E num sorriso de quem aceita o desafio, murmuro:

Então vida longa a vossa majestade.

6 meses depois

O meio da tarde fria e nublada em São Paulo com fina garoa me faz lembrar da estação atual no Setentrião, país formado por um conjunto de quatro ilhas acima da Escandinávia, o lugar onde nasci.

Nesse período o sol sequer desponta no horizonte, o dia e a noite são igualmente escuros e demorados. Luzes de um verde profundo e lilas vibrante descortinam o céu na aurora boreal e todos buscam um pouco de pecado e prazer para se aquecer.

São Paulo quase não parece diferente.

De todos os lugares por onde passei desde a minha fuga, o Brasil foi de longe o mais interessante e rico em experiências. Vivi tantas culturas, climas e situações dentro deste país, que a sensação de que viajei o mundo inteiro sem sair daqui me consome.

Para minha surpresa, conheci muitos imigrantes que encontraram aqui um lar, o que me fez decidir por encerrar minha jornada em busca de uma nova casa e ficar na cidade da garoa.

Mas ai eles me acharam.

Começou pela manhã. Saí no meio do dia para vender alguns diamantes e ter dinheiro vivo em mãos, já que usar cartões estava fora de cogitação. Meu país é um dos maiores produtores de diamantes no mundo, minha família possui um estoque invejável e eu estou vivendo como se não houvesse amanhã com a parte que me cabe da riqueza.

Deu certo. Até o momento.

— Droga! — resmungo.

Coloco as mãos dentro do moletom ao encarar em um dos muros da Avenida Paulista um cartaz gigante com minha foto. Leio rapidamente os escritos em vários idiomas: você viu esse homem? Contate-nos pelo número…

Não é ele? — Uma mulher aponta o celular em meu rosto, ouço um click baixinho e a vejo andar depressa, quase fugindo como se eu fosse algum tipo de criminoso.

Arranco o cartaz da parede e o jogo no lixo mais próximo. Não era bom, de todo modo, não valorizava meu perfil, nem mostrava minhas novas tatuagens.

Deveriam atualizar essa foto.

Depressa! Nós o encontramos! — Ouço duas vozes que soam em minha língua materna, viro o pescoço para conferir.

Ao ver o selo real do reino estampado em seus ternos, não tenho dúvida: pertencem à polícia secreta do palácio. Imediatamente viro para o lado oposto, mas as vozes aumentam:

— Alteza?!

— Mais rápido, não o deixe escapar! Ligue para todas as autoridades, diga que o encontramos!

— Senhor?!

Corro o mais rápido que consigo para o metrô mais próximo, conforme avanço as pessoas vão se afastando da calçada, dando espaço. Dou graças a Deus por ter alguns reais no bolso para comprar o bilhete, pulo alguns lances de escadas para ganhar tempo e desapareço em um vagão.

— Malditos, não acredito que vou precisar ir embora deste país. Logo quando estava me encontrando… — digo ofegante, quando tenho tempo para respirar.

Se essa é a última vez que estarei em São Paulo, vou curtir a noite como se o mundo fosse acabar. É tudo o que penso.

Vendi menos diamantes do que queria, mas estou com uma mala cheia de dinheiro. Planejei toda a minha fuga: posso voltar para Bahia, um lugar quente e acolhedor. Vou viver velejando e sem dormir, por causa das festas alternativas. Depois dou um jeito de pedir exílio no Japão, quem sabe em Dubai…

Prestes a chegar numa das casas noturnas mais caras, que a cidade que não dorme tem a oferecer, vejo os homens de mais cedo. Apresso o passo para entrar, mas eles me alcançam, tão absortos quanto eu por esse encontro.

Que merda! Vocês não desistem! — resmungo.

Ao ver o maior deles abrir a boca, o interrompo com a mão.

— Não diga uma palavra! Não me importa, não quero saber. Eu me desliguei dos meus deveres reais, mesmo que seu rei não tenha aceitado. Então voltem para a Velha Escandinávia e me deixem em paz!

Vossa Alteza, Príncipe Haakon — ele se dirige com muito respeito a mim e se curva.

O que chama bastante atenção na fila lotada para entrar na casa noturna. As pessoas começam a esticar o pescoço e perguntar em voz alta quem sou eu.

— Não faça isso, não aqui. — O levanto. — Não vou voltar e vocês não podem me levar à força. — Cruzo os braços.

— Não tem acompanhado os noticiários, Alteza?

— Não. Não perco tempo com TV e internet, tem tanta coisa para viver fora daquele palácio que a última coisa que quero é notícias de minha pátria.

— O senhor precisa voltar, Alteza — o outro diz, curva a cabeça sutilmente para não chamar tanta atenção.

— Como vieram parar aqui? Fui tão óbvio assim? Primeiro fui para o Canadá, depois estive no Chile… Caramba… Vocês dois devem ser bons mesmo!

— Não há mais tempo, precisamos tratar algo de urgência.

— A minha única urgência é encher a cara e perder o juízo essa noite. — Rio. — Longe dos paparazzi e manchetes do Setentrião. Me procurem amanhã… ou quando eu estiver sóbrio novamente… quem sabe semana que vem…

Aproximo-me do segurança na porta da casa noturna, pronto para entrar.

— O senhor precisa retornar e assumir o trono.

Como vocês são chatos… nunca desistem — resmungo e dou-lhe as costas.

— Seu avião chega amanhã no fim da tarde.

— Quantas vezes preciso repetir? Não quero, nem preciso da porra do trono!

— Viemos buscá-lo porque Sua Majestade, o Rei, teve um mal súbito e estava no hospital…

Interpelo o homem antes que me convença com seu teatrinho.

— Pois mande os meus mais sinceros votos de boa saúde e recuperação à Sua Majestade.

— Alteza… o rei está morto.


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