Livro ‘O Guardião’ por G.R. Oliveira

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Você confiaria em um assassino para proteger a vida de um ente querido? Ashley Olsen, luta contra a depressão desde a maioridade. O constante bullying na faculdade, juntamente com o relacionamento abusivo que viveu com o seu ex-namorado, fizeram com que ela cometesse inúmeras tentativas de suicídio. O tratamento convencional não foi o suficiente, e seus pais, não vendo mais nenhuma alternativa, contrataram alguém para vigiá-la bem de perto… Romeo Archer, não tem medo de nada. Há quem pense que isso é uma dádiva, mas para ele é justamente o contrário, pois significa não se importar com as consequências dos seus atos impensados. Segurança particular de criminosos, viciados e chefões do tráfico, ele agora tem um desafio diferente, proteger uma mulher de si mesma, e isso pode ser mais perigoso do que ele imagina… No embate entre Ashley e Romeo…

ASIN: ‎B08XQQJ3G2; Número de páginas: 467 páginas; Data da publicação: 28 fevereiro 2021

Trecho do livro

1 ANO ATRÁS

Eu não aguento mais andar, Romeo! — James grunhiu, e sentou-se devagar, apoiando na mureta exatamente ao seu lado.

Quando ele se recostou no local, vi uma de suas mãos ensopada de sangue, fazendo uma trilha tanto no chão quanto na divisória do muro. Além disso, a quantidade exorbitante de sangue em sua camisa me fazia temer o pior.

— Aguente, porra! Precisamos sair daqui senão vamos morrer! — respondi, e o infeliz sorriu, se divertindo.

— Eu já estou morto — disse, piscando os olhos lentamente. — Falta você aceitar isso…

Eu não o deixaria morrer aqui. Jamais abandonaria uma das poucas pessoas que podia chamar de amigo.

— Deixa de conversa fiada, levante-se, é uma ordem —falei, tentando de alguma forma motivá-lo.

— Eu não consigo, Romeo. As balas… — Analisou o seu corpo, depois suas mãos, em seguida me observou atentamente. — Não tenho muito tempo, amigo.

Minha mente trabalhava rápido, mas não de uma maneira que me ajudasse.

Já passei por várias situações parecidas com essa, onde precisei trocar tiros, mas somos só ele e eu, e isso não estava previsto. Fomos pegos totalmente desprevenidos.

Novamente tiros irromperam o pequeno silêncio, e não havia como saber de onde eles vinham.

— Romeo…

Cale a boca e não faça esforço! — rosnei, e meu amigo novamente sorriu, e pude ver claramente até seus dentes banhados de sangue.

Não pensei muito e o levantei. Com muito custo o coloquei em minhas costas. James devia pesar 90 kg, e por mais que eu esteja acostumado a fazer força, um dos tiros que tomei foi em minha coxa esquerda, isso só tornou esse esforço mais dilacerante.

Muerte! Muerte! Muerte!

Vários desgraçados gritavam enquanto nitidamente atira-vam para cima, e sabia a quem era direcionado tais palavras.

Tentei agilizar um pouco mais os passos. A dor era excruciante, mas eu ia até o fim. Jamais deixaria um homem da minha equipe para trás.

Com muito custo saímos da propriedade dos Ferrari, e atravessamos o pequeno córrego, adentrando à floresta.

Os capangas de Walton Ferrari nos seguiam como coiotes, e os sons de suas armas pareciam vir de todos os lados possíveis, embora eu tivesse convicção que eles atiravam nesse momento para cima. Se tivessem nos visto eu não estaria aqui pra contar essa história.

— James, em quantos conseguiu atirar?

— Uns quatro. Acho que matei 3… — falou, e cuspiu sangue no chão em seguida.

Ele estava muito mal. Pelo menos 5 tiros acertaram em cheio o seu corpo.

Inferno!

Continuamos a andar, só que dessa vez o ímpeto do meu corpo havia diminuído. Eu também estava em meu limite, tal como James, eu levei vários tiros, só que a maioria passou de raspão, já que meu poder de reação no momento foi bem rápido, pois vi os homens primeiro. Meu amigo não teve tanta sorte.

Fiz uma pequena parada, e ao deixá-lo no chão meu corpo deu sinais do quanto era insignificante. A dor era tamanha que minha vontade era gritar.

— Estamos acabados, Romeo.

Minha vontade era sacudir meu amigo e mandá-lo ir à merda, contudo, eu mais do que ninguém entendia o que ele estava passando. Já fiquei gravemente ferido duas vezes, e entendia o que se passava em nossa cabeça quando a dor nos consumia. Só desejávamos… morrer logo.

— Só acaba quando pararmos de respirar, e não estou a fim de morrer na mão desses filhos da puta! — rebati, e forcei meu corpo ao máximo, me levantando. Em seguida, tentei colocá-lo em minhas costas, mas não consegui. Nós dois desabamos no chão sujo, a dor percorrendo todo o meu corpo.

Devido ao impacto, meu amigo gritou, e sei que isso chamou a atenção dos homens que estavam atrás de nós.

— Romeo, eu te imploro… me mate! Eu não suporto mais essa dor!

— Cala a porra da boca, James! Aguente!

— Não! — Segurou uma de minhas mãos com firmeza, com os olhos vidrados nos meus. — Você ainda tem uma chance de sobreviver se me deixar aqui.

Novamente os tiros me deixaram alerta, e minha mente trabalhava rápido em alguma saída, por mais que ela fosse praticamente impossível em nossa situação no momento. — Quantas balas você ainda tem? — questionei e ele balançou a cabeça em negação.

— Romeo, eu me recuso a morrer pelas mãos deles.

Ninguém vai morrer! — rosnei, irritado.

— Me promete que vai me vingar. Eu preciso ouvir isso… —falou, literalmente ignorando minha frase anterior.

Não respondi nada, ainda não estava acreditando que ele estava se entregando.

Porra… só prometa! — grunhiu de dor.

— Sim, eu prometo e, também prometo que cada um deles irá pagar com a própria vida!

Tome! — Me entregou sua pedra da sorte, algo que ele sempre carregava consigo em um dos bolsos.

Sei o quanto significava para ele me entregar seu amuleto da sorte, e o guardaria com a minha própria vida se conseguisse escapar.

— Quantas balas você tem no revólver? — foi a vez dele me perguntar, fraco.

Só tenho uma!

Ficamos nos entreolhando como se soubéssemos que o fim estava próximo, pior… como se soubéssemos o que nos aguardava.

James esboçou um sorriso anêmico, e seu rosto já estava pálido devido a quantidade de sangue que havia perdido.

— Eu acho que sabe o meu desejo, amigo.

Ainda sem saber como proceder, observei ao nosso redor, e conforme os barulhos aumentavam, tive certeza de que os capangas de Walton estavam se aproximando cada vez mais. Pelas minhas contas havia pelo menos 4 em nosso encalço, e estávamos fodidos, com dificuldade até para nos distanciar.

Observei o meu amigo, que agora estava com dificuldades até mesmo de se manter com os olhos abertos.

O nosso tempo estava acabando.

Eu só tinha uma bala em minha pistola, e essa foi a decisão mais difícil de toda a minha vida…

Biografia do autor: G.R. Oliveira – Gabriel Almeida de Oliveira, 27 anos de idade, solteiro, nascido e criado em Uberlândia, Minas Gerais. leitor ávido de Romances, já leu mais de 300 livros do gênero, e por uma simples ideia que amadureceu, resolveu começar a publicar seus livros em plataformas gratuitas. Com o sucesso no Wattpad, logo migrou para Amazon, onde já publicou mais de doze romances contemporâneos.


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