O mundo está transbordando de mais do mesmo. Empresas, produtos, bandas, políticos, igrejas, pessoas. Na tentativa de serem aceitos e terem sucesso, acabam sendo somente uma cópia vazia daqueles que mais admiram. Quando você é só mais um, você não é ouvido, respeitado, lembrado ou comprado. Você não tem uma voz, apenas ecoa idéias e ações de outros. Esse é o segredo para uma vida vazia, em todos os sentidos. Mas como ser original? Como criar o novo? Há duas décadas ajudando pessoas e empresas em vários países a serem únicos, especiais, diferentes, aprendi que existem alguns bloqueios clássicos. De novo e de novo, as pessoas cometem o mesmos erros e acabam desanimando e desistindo de ter sua própria voz, estilo, essência. Neste livro, eu compartilho com você as bases da diferenciação. Meu método para mudar profundamente a maneira como você enxerga o mundo. E como o mundo vê você…
Editora: Buzz Editora; 1ª edição (17 fevereiro 2020); Páginas: 224 páginas; ISBN-10: 6580435496; ISBN-13: 978-6580435494; ASIN: B084DTN2VW
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Biografia do autor: Pedro Superti é atualmente a autoridade em Marketing de Diferenciação mais requisitada no país. Especialista em ajudar organizações a se transformarem em celebridades e líderes de seu segmento, usando técnicas de diferenciação, branding e posicionamento. Empresários e líderes de todos os níveis recebem suas orientações de como se posicionar no mercado do lucro, e para saírem de guerra de preços, atraindo clientes de maior qualidade e diferenciando seu posicionamento para se tornarem a opção mais única desejada em seus mercados.
HEY HEY HEY
O que você pode esperar?
Este é um livro diferente.
Está ficando claro, nesses últimos anos, que estamos enfrentando uma profunda crise. Não é uma crise somente financeira. Ou de segurança. Ou de liderança.
É uma crise de autenticidade. Estamos mergulhados em pessoas mais do mesmo, empresas mais do mesmo, ideias mais do mesmo. E elas não são, nem de perto, qualificadas para resolver os problemas que estamos enfrentando no planeta. Aqueles que deveriam ser nossas maiores inspirações perderam sua essência. Produzem o que vai vender, não o que vai transformar. Isso é muito grave.
Nesses últimos vinte anos em que venho liderando o movimento de diferenciação, ficou claro que as maiores barreiras das marcas que ajudo são mentais, não físicas. Quando você muda algumas coisas simples em sua mente, as demais passam a fazer sentido. Quando você sabe o que procurar, as respostas começam a aparecer.
Este livro foi escrito abordando as bases para te transformar em um agente de transformação.
Ele é o resultado direto das dificuldades mais comuns, depois de tantos anos ajudando pessoas a pensar diferente. E quais são as soluções que podem ajudar você a remover essas barreiras.
É um livro para ser lido por empresários, mas também por sua equipe. Por pessoas que já vivem sua missão ou por quem quer fazer algo, mas não sabe por onde começar. Ele fala de como buscar um eu mais elevado para poder ter inspiração necessária para criar as soluções que ainda não existem. Minha meta é que você tenha pelo menos uma grande ideia que faça muita coisa que já está na sua mente fazer sentido. Não é sobre trazer mais informação. Mas sobre ajudar a ver o velho de um jeito novo, inédito, diferente.
Se ao ler isso, você sentiu algo diferente no peito, leve este livro para casa. Nós precisamos conversar.
Que felicidade poder ter você junto comigo nesta jornada.
OUSE
MENTALIDADE: COMO PRECISO PENSAR
1 • As ovelhas negras
2 • A epidemia de cópias
3 • A batalha dos dois lobos
4 • As três gerações de marcas
SER
COMPORTAMENTO: O QUE PRECISO FAZER
5 • Como comunicar o que importa
6 • Como atrair e manter as pessoas certas
7 • Como criar o inédito
DIFERENTE
TÉCNICAS: FERRAMENTAS PARA FAZER
8 • Como criar baseado no que já tenho
OUSE
MENTALIDADE: COMO PRECISO PENSAR
1 • As ovelhas negras
2 • A epidemia de cópias
3 • A batalha dos dois lobos
4 • As três gerações de marcas
SER
COMPORTAMENTO: O QUE PRECISO FAZER
5 • Como comunicar o que importa
6 • Como atrair e manter as pessoas certas
7 • Como criar o inédito
DIFERENTE
TÉCNICAS: FERRAMENTAS PARA FAZER
8 • Como criar baseado no que já tenho
“Nunca imites ninguém.
Que a tua produção seja como
um novo fenômeno da natureza.”
Leonardo da Vinci
Introdução
Ele sabia que algo estava errado. Não era normal.
Depois de tantos anos vivendo ali dentro, ele conhecia cada centímetro daquela caverna. E o que ele estava vendo não era parte da paisagem. Sua família vivia há muitas gerações naquele lugar. Era escura, fria, profunda. Mas oferecia abrigo e proteção.
Tudo que ele e seus irmãos conheciam era a vida dentro da caverna. Na verdade, ele nem sabia que estava dentro, pois não imaginava que existia um mundo fora, uma vez que seu mundo se resumia às sombras projetadas nas paredes pela luz das poucas chamas das tochas. E, neste pequeno mundo, ele era feliz. Até que um dia, enquanto todos ainda dormiam, ele escutou uma voz. Era sutil, calma, quase que um pensamento, uma ideia. Ela falava dentro de sua mente. E era mais do que algo lógico, ela parecia se conectar ao seu coração. Ele sentia algo queimar no peito. E a voz dizia para ele sair dali.
“Sair como? Para onde?” Ele achou que estava sonhando. Voltou a dormir. Mas a voz não parou. Quanto mais a ignorava, mais forte e profunda ela parecia ficar. Até que chegou um ponto em que não podia ignorá-la mais. Levantou-se e sentiu que a voz o guiava para explorar os túneis proibidos ao norte da caverna. Há gerações, os anciões de sua tribo ensinavam de pai para filho que aquela região era proibida. Quem se aventurou por ali nunca mais retornou. Por isso, ninguém entrava naquela região de túneis.
Apesar do medo, a voz ficava cada vez mais forte. Quanto mais ele tentava ignorá-la, mais impactante ela se tornava. Não de uma forma assustadora, mas persuasiva. A voz parecia ter certeza do que estava falando, mesmo que ele não entendesse o motivo. Então ele resolveu ir até o fim para descobrir o que aconteceria. Suas mãos tremiam, sentindo o frio da caverna escura. As paredes úmidas davam sinais claros de que há muito tempo ninguém passava por ali. Seu coração palpitava, podia sentir em sua boca o gosto do proibido. Se alguém o visse ali, sua posição dentro da tribo estaria comprometida. Ele traria vergonha sobre sua família. Mas, ao mesmo tempo, ele sentia um frio no estômago que não havia sentido antes. Sentia que poderia, a qualquer momento, se deparar com algo inesperado, como um espírito, um monstro ou um guardião milenar. Deveria haver um motivo para aquela região estar fora dos limites. E ele estava determinado a descobrir qual era.
Ele seguiu a voz por horas, caminhando e escalando, sempre guiado por ela. Subindo por túneis ora largos, ora tão estreitos que só era possível passar se arrastando por entre as pedras. Depois de muito esforço, ele se vê em frente a uma grande parede de pedras pequenas. De cor marrom, cobertas de limo e de forma arredondada, ele usa a luz da sua tocha para inspecionar de perto o que parecia ser um caminho sem saída. Olha, procura, analisa, mas não consegue ver para onde ir. Seria esse o fim? Será que todo esse esforço, colocando sua reputação em risco, seria em vão? Seria esse o fim da jornada?
Então, ele sente. De forma sutil, quase que imperceptível, ele nota que algo toca seu rosto. Não era algo físico, como uma mão humana. Era parecido com água, mas ainda mais leve. Não podia ser visto, mas definitivamente podia ser sentido. Seu corpo inteiro se arrepiava. Nunca havia sentido algo assim. Não sabia explicar, mas era real. Pela primeira vez, ele sentia o toque do vento, mesmo que ele não soubesse dar nome àquilo. Não havia nada do tipo na caverna, mas a sensação era incrível. De onde viria?
Ele decide descobrir a origem daquela força invisível. Examinando mais de perto, percebe que uma das pedras parecia estar mais limpa do que as demais. Como se estivesse ali há menos tempo. Usando sua tocha, ele tenta mover a pedra. E, com algum esforço, ela começa a se mexer. Lentamente. Animado com seu progresso, ele coloca ainda mais força. Estava determinado a ver o que tinha atrás daquela parede. Usando cada fibra do seu ser, com seus dedos e unhas firmemente inseridos em volta da pedra, ele começa a movê-la de um lado para o outro. A cada movimento lateral, a pedra se solta um pouco mais. Ele continua. Até que ela começa a deslocar-se, afastando-se das outras. Seus braços começam a fraquejar. No momento em que achou que não teria mais forças, ele solta um grito, que vinha de dentro de sua alma. A pedra cede. E o que ele vê quase não pode ser descrito em palavras.
É como se o brilho de mil tochas entrasse por aquele espaço. Ele leva, em vão, a mão à frente do rosto. A luz que entra é tão forte que seus olhos ficam temporariamente cegos. Ele não vê nada. Teria despertado a fúria dos deuses? Teria morrido e estava seguindo o túnel de luz que leva ao mundo dos espíritos, assim como contado incontáveis vezes por seus anciões?
Ele respira fundo. Aguarda. A voz dentro de sua cabeça nada diz. Aos poucos, lentamente, sua visão começa a voltar ao normal. Ele se levanta, arrastando-se em direção à luz. E o que ele vê quase o convence de que ele estava em outro mundo.
Ele nota que estava em um lugar bem alto. E, de lá, consegue ver muitas coisas que nem saberia por onde começar a explicar. Ao fundo, nota outros montes de pedras tão gigantes com algo branco em seu cume. Aquilo que parece ser tinta branca, conforme vai descendo pelos gigantescos montes de pedra, parece se tornar líquido, muito parecido com a água que ele bebe dentro da caverna. Mas em vez de escorrer pelas paredes, o que ele vê é uma corrente enorme e esverdeada que vem se entrelaçando pelo desfiladeiro, até se perder de vista. E por falar em cor, como descrever o azul acima de sua cabeça? É como as pedras usadas por seu xamã para curar doenças e dores. Mas de um brilho tão profundo que cobre tudo que ele pode ver olhando para cima. Ele fica sem palavras.
O que seriam aqueles seres correndo em bandos lá embaixo? Andam sobre quatro patas e parecem correr muito velozmente. Muito mais do que um homem saudável de sua tribo é capaz. Ele nota outros animais voando acima de sua cabeça. Muitos tipos, diversos. Várias cores, tamanhos e formatos.
Ele sente um calor tão amigável, como se o abraço de sua mãe pudesse envolver todo o seu corpo. Instintivamente eleva o rosto e nota que no meio do grande azul que o cobre havia uma grande fonte de calor. É como se uma tocha circular queimasse, suspensa no ar. Muito, muito distante. Mas essa chama não soltava fumaça, nem precisava de ninguém para segurá-la. Ela estava ali, compartilhando seu calor com tudo o que existia, tão longe quanto seus olhos eram capazes de enxergar.
Então, ele se lembra de sua família. Eles precisam ver isso, precisam saber que existe algo tão incrível, tão diferente, tão imenso. Tomado pela empolgação, dá meia-volta, e entra novamente pela passagem. Durante o regresso, ele só imagina a alegria que sua tribo irá sentir quando tiver a chance de conhecer tudo aquilo. Depois de algumas horas, chega de volta à sua tribo, dentro da caverna. Em uma mistura de cansaço com euforia, suas palavras não conseguem acompanhar seus pensamentos. A situação chama a atenção de muitos, que se aproximam para tentar entender o que estaria acontecendo.
Ele tenta explicar, mas percebe que as palavras que conhece não fazem jus ao que ele viu. Tenta explicar o manto azul que cobre tudo que vê. Tenta explicar a camada de tinta branca que parece derreter do topo dos montes e que vira água, mas que não escorre das paredes como na caverna, mas corre livre, ao alcance de todos. Tenta falar dos animais, que cresceu apenas vendo como desenhos nas paredes, e como existem muitos formatos e formas. Tenta explicar a redonda tocha flutuante que queima sem precisar ser alimentada.
Quanto mais ele fala, mais percebe o quão confusas as pessoas ficam. Elas fazem muitas perguntas, mas ele não tem as respostas. O que ele narra parece um sonho, uma alucinação. Nada disso era possível dentro da realidade da tribo. De onde ele tirara tantas ideias de coisas impossíveis? Estaria ele adoecido? Ou tomado por um espírito maligno? As pessoas começam a rir. Enquanto um grupo acha muito engraçado a possibilidade da existência de um teto azul que não fosse de pedras, outro grupo começa a se sentir ofendido. Algumas pessoas mais exaltadas tentam agredi-lo, dizendo que ele havia despertado a ira dos deuses e que agora todos ali corriam perigo de ser amaldiçoados como ele.
Os anciões se reúnem para decidir o que fazer com o jovem. Ele tenta explicar que, apesar de não ter todas as respostas, existia um mundo incrível para além daquelas cavernas. Ele também não poderia explicar tudo agora, mas sabia que poderia provar que era verdade se eles o seguissem pelos túneis proibidos até o local que havia encontrado. Túneis proibidos? Como assim? Quer dizer que ele havia ido onde todos sabiam que não se deve entrar? Ele havia ignorado a sabedoria passada de geração em geração? Havia quebrado o pacto de sua tribo em busca de algo sugerido por uma voz que ninguém mais conseguia ouvir?
Isso era mais do que suficiente. Ao acordar naquela manhã, o jovem jamais imaginaria que seguir essa voz mudaria sua vida para sempre. Agora ele estava sendo ridicularizado. Agredido. Desacreditado. Sua família estava envergonhada.
E agora? Ele não poderia negar o que havia visto. Ouvido. Ele sabia que era difícil de acreditar. Mas era real. O que poderia fazer? Fingir que não havia testemunhado com seus próprios olhos que existe um outro mundo, onde coisas que parecem impossíveis estão acontecendo, existindo? O que fazer agora?
Ele não poderia mais voltar a viver a vida como antes. Seus olhos viram, sua pele e seu coração sentiram o que era o impossível: que seu mundo era muito maior do que as paredes da caverna. E agora, com essa consciência expandida, ele não poderia simplesmente voltar à vida anterior: sem cor, sem calor, sem propósito. Se fosse assim, ele preferiria morrer a negar sua convicção.
Os anciões chegam a uma decisão. Decidem que o jovem é uma má influência, um mal exemplo para as crianças. Que ele havia selado seu destino quando decidiu quebrar as tradições da tribo. Aquilo era inaceitável e pedia uma punição. Sua presença não seria mais permitida ali. Ele deveria partir, e nunca mais voltar.
Não lhe foi dado nada além de um cantil de água e uma roupa feita de lã de ovelha. Sua mãe, aos prantos, clamava por misericórdia. Mas a decisão havia sido tomada. Ele precisava partir.
Para ter certeza de que seu exemplo não fosse seguido, os anciões deram uma pele de cordeiro para o jovem. Mas não era uma pele comum. Deram a menos desejada, a mais desprezada. A pele de uma ovelha negra. A pele do animal que não se encaixa no rebanho, que tem espírito rebelde e que, muitas vezes, é morto por exigir atenção constante. Era uma profunda forma de humilhação.
O jovem sente as lágrimas correrem por seu rosto. Ele não havia pedido aquilo. Não era seu plano. Mas se o povo que amava e protegia só o aceitaria se ele abrisse mão de tudo que havia descoberto, ele também não desejava ficar ali. Que assim fosse.
Assim nasceu a lenda da ovelha negra.
Esse não o fim da história. Ainda vamos voltar a esse conto até o final do livro.
Mas decidi começar a narração contando esse relato, baseado no mito da caverna de Platão, pois este livro é dedicado às ovelhas negras da nossa sociedade.
Há pessoas que pensam diferente. Que não se encaixam nos padrões, normas, regras ou estereótipos de sua tribo. Aqueles que têm uma voz dentro de si, chamando-os para explorar mais. Para ir mais longe. Para ver o inédito. Aqueles que veem o que os demais não veem. Mesmo que pareça improvável ou impossível, aqueles que não negam o que acreditam. Que não se envergonham de quem são.
Aqueles que são ovelhas negras.
As ovelhas negras
Em 1825, ir a um hospital era um horror.
A sala cheirava fortemente à urina, fezes e outros fluidos corporais. Os médicos trocavam de um paciente para o outro sem trocar a roupa, quase sempre com as mãos e instrumentos sujos com o sangue de várias pessoas. Ir para o hospital era realmente arriscado. As chances de alguém morrer lá por contaminação eram grandes, se comparado a se tratar em casa.
O chão era coberto de serragem para absorver o sangue que escorria. E havia uma profissão muito bem remunerada na época, a de “caçador de vermes”. Seu trabalho era livrar os colchões dos vermes e piolhos que infestavam os leitos.
Naqueles tempos, os médicos se orgulhavam de seu cheiro forte, pois exalar o “fedor de hospital” era sinal de trabalho árduo e dedicação. Era um elogio, não motivo de vergonha.
E era tudo normal.
Até que um médico húngaro, chamado Ignaz Semmelweis, começou a pensar que deveria haver um jeito melhor de tratar as pessoas. Ele observou que muitas vezes os médicos saíam da autópsia de um cadáver diretamente para tratar de um paciente. E que isso poderia ter alguma relação com o altíssimo índice de fatalidade. Até que concluiu que as mãos sujas poderiam estar relacionadas às mortes dos pacientes. E teve uma ideia maluca. Implementou um sistema de lavagem de mãos em uma solução de cloro e sal, e orientou os médicos a fazerem isso entre cada atendimento. O resultado foi assustador. A taxa de mortalidade caiu de 18% para 2%, em apenas trinta dias.
Ele não sabia explicar exatamente o motivo. Levaria ainda vários anos até Louis Pasteur comprovar a existência de seres tão pequenos que são impossíveis de serem observados, chamados “germes”.
Mesmo assim, a obsessão de Semmelweis por hospitais mais limpos iniciou um movimento de exigência por hospitais e médicos limpos, diferentemente do que a cultura venerava à época.
Eventualmente, ele causou tanto incômodo que foi boicotado pela classe médica local por suas ideias extremistas. Perdeu o emprego, foi perdendo o prestígio e acabou entrando em depressão.
Morreu alguns anos depois em um manicômio, em uma camisa de força. Ele tinha 47 anos.
Um homem à frente do seu tempo, Semmelweis era uma ovelha negra. Movido por uma convicção interna inabalável, seguiu sua intuição mesmo com a desaprovação e resistência do padrão instalado na época.
Cinco fases que fizeram Ignaz Semmelweis se tornar uma ovelha negra:
Não mudou a classe toda, mas sua curiosidade e coragem inspiraram outros médicos a pesquisar e estudar sua teoria. Seu impulso resultou em avanços incríveis na área da saúde.
Agora, deixa eu te contar outra coisa: Em 1950, a segregação racial era legalizada nos EUA . Você, se fosse branco, poderia se recusar a servir um cliente negro e não entrar num ônibus, se lá houvesse uma pessoa negra.
O que para quase todos nós hoje é algo impensável (a lei permitir dividir uma população em função de sua cor de pele), um dia foi amplamente aceito. Todo mundo fazia e todo mundo aceitava. Era “normal”, ou seja, era a norma que regia o funcionamento das coisas.
Até que, um dia, uma pessoa disse que não concordava. E outra. E outra. E mais uma. E, eventualmente, um volume suficiente de pessoas se fez ouvido e mudou o rumo das coisas.
Eu olho para as imagens daquela época (as que mostram os ônibus com locais destinados aos brancos e aos negros, separadamente, por exemplo) e me pergunto: o que é normal para nós, hoje, mas daqui a alguns anos nos lembraremos e sentiremos vergonha?
Tudo que hoje é padrão, um dia foi revolucionário
Ovelhas negras são aqueles que quebram ciclos. Culturais, civis, étnicos. Religiosos ou familiares. São os que mostram que um novo caminho é possível e que, apesar de muitas vezes doloroso, é o que leva à evolução e, geralmente, ao progresso.
Toda ideia revolucionária costuma enfrentar muita resistência. E, quando dá certo, as pessoas passam a adotá-la e ela acaba se tornando o padrão. Mas todo padrão tem uma vida útil. Em algum momento, precisa dar lugar ao novo.
E quem cria o novo? Isso mesmo. As ovelhas negras.
Ovelha negra, para mim, não é pejorativo. É um profundo elogio. Significa que, entre milhares de cópias, você nasceu com o gene da criação. Da inovação. Da quebra de padrões.
Por muito tempo, as pessoas associaram o termo “ovelha negra” a algo ruim. Um motivo de vergonha. De repreensão. Algo que você não quer ser.
Sabe quem inventou esse conceito? Os “velhos anciãos da tribo”. Aqueles que estão em qualquer lugar do mundo e que são facilmente reconhecidos por quererem manter o padrão vigente. Que se beneficiam do que foi estabelecido e tentam impedir que algo novo surja, mesmo que seja melhor e possa beneficiar mais pessoas.
Ser ovelha negra não é ruim. Não permitamos que eles consigam manter essas amarras mentais que nos impedem de ser quem nascemos para ser.
Se você gosta de ter novas ideias sobre como fazer as coisas, existe uma grande chance de você ser uma ovelha negra. Se você se sente incomodado com algo no mundo e busca uma forma de corrigir isso, existem grandes possibilidades de você ser uma ovelha negra. Mas como saber se você é uma?
Eu gosto muito de como Bert Hellinger via essas pessoas:
“ As chamadas ‘ovelhas negras’ da família são, na verdade, caçadores natos de caminhos de libertação para a árvore genealógica. ”. 1
Os membros de uma árvore que não se adaptam às normas ou tradições do sistema familiar, aqueles que desde pequenos procuravam constantemente revolucionar as crenças, indo na contramão dos caminhos marcados pelas tradições familiares; aqueles criticados, julgados e até mesmo rejeitados. Geralmente são as ovelhas negras que libertam a árvore de histórias repetitivas que frustram gerações inteiras.
“Você não descobre um novo continente se não se arriscar a enfrentar os gigantescos oceanos primeiro.”
fim da amostra…