
A Arte da Guerra, de Sun Tzu, é o mais antigo tratado de estratégia militar, com mais de 2.500 anos, e sua originalidade está na ideia de que a melhor vitória é aquela conquistada sem combater. Para o filósofo-estrategista chinês, o ideal é vencer o inimigo sem destruí-lo, preservando seus domínios e evitando o custo emocional e material da guerra. Sun Tzu defende que a verdadeira invencibilidade vem da preparação interna, enquanto a vulnerabilidade do inimigo depende dele próprio. Suas lições ensinam a manter a calma mesmo diante do medo, a usar os momentos de perigo como oportunidade e a agir com rapidez e eficiência. A vitória não deve ser adiada, e o ataque revela força, enquanto a defesa demonstra limitação. A obra, rica em sabedoria, continua sendo uma referência atemporal não só para guerras reais, mas também para conflitos pessoais, políticos e estratégicos do cotidiano.
Editora: L± Edição: Edição de bolso (23 de maio de 2012); Páginas: 160 páginas; ISBN-10: 8525426644; ISBN-13: 978-8525426642; ASIN: B0BGMQ21MR
Leia trecho do livro
General Sun Tzu
(Século IV – a.C.)
2ª Edição
Copyright © Maio de 2014 por Editora LL Library
Publicado por: LL Library
SUN TZU E A ARTE DA GUERRA
Filósofo que se tornou general cujo nome individual era Wu, nasceu no Estado de Ch’i, China próximo de 500 a.C. em um auge das ciências militares e legislativas daquele país.
Sun Tzu escreveu a “Arte da Guerra”. Nele são discutidos todos os aspectos da guerra – táticos, hierárquicos e humanos, entre outros – numa linguagem tão poética quanto didática.
Como em “O Príncipe”, de Maquiavel, o livro de Sun Tzu, pode, da mesma forma, mostrar o caminho da vitória em todas as espécies de conflitos comerciais comuns, batalhas em sala de diretoria e na luta pela sobrevivência, que todos enfrentamos. São todas as formas de guerra, todas combatem sob as mesmas regras. – Suas regras.
CAPÍTULO I – ESTIMATIVA
I – RESULTADO DE UMA GUERRA
Sun Tzu disse: A guerra é um dos assuntos mais importantes do Estado. É o campo onde, a vida e a morte são determinadas. É o caminho da sobrevivência ou da desgraça de um Estado. Assim, o Estado deve examinar com muita atenção este assunto antes de buscar a guerra.
Para prever-se o resultado de uma guerra, devemos analisar e comparar as nossas próprias condições, e as do inimigo, baseados em cinco fatores.
Os cinco fatores são os seguintes: caminho, clima, terreno, comando e doutrina.
* O caminho é o que faz com que as ideias do povo estejam de acordo com a de seus governantes. Assim, as pessoas irão compartilhar do medo e da aflição da guerra, porém, estarão ao lado dos interesses do estado, quaisquer que seja o caminho escolhido.
* O clima significa dia e noite, frio e calor e a sucessão das estações.
* O terreno indica as condições da natureza: se o campo de batalha está perto ou longe, se é estrategicamente fácil ou difícil, se amplo ou estreito, e se as condições são favoráveis ou desfavoráveis à chance de sobrevivência.
* O comando refere-se às virtudes do comandante: inteligência, probidade, benevolência, coragem e severidade.
* A doutrina diz respeito à organização eficiente, à existência de uma cadeia de comando rígida e a uma estrutura de apoio logístico.
Quem conduz os soldados para a batalha deve estar familiarizado com estes cinco fatores. Quem os compreende pode alcançar a vitória. Quem não os compreende será derrotado.
II – PODER RELATIVO ENTRE AS FORÇAS
Para comparar as forças e avaliar o poder relativo entre elas, se devem realizar as seguintes perguntas:
* Qual comandante é mais sábio e capaz?
* Qual comandante tem mais habilidade?
* Qual dos lados tem a vantagem do clima e do terreno?
* Qual dos exércitos manifesta uma disciplina mais efetiva?
* Qual dos lados possui superioridade militar?
* Qual dos lados tem os soldados mais bem treinados?
* Qual dos lados possui um sistema de recompensas e de castigos mais justo e claro?
Se ponderarmos com sabedoria estes fatores, poderemos prever o resultado de uma batalha.
O comandante que leva em consideração minhas afirmações ou estratagemas ganhará as batalhas e permanecerá à frente de suas tropas. Se ele não seguir estes conselhos sofrerá derrotas e será afastado.
III – DISSIMULAÇÃO
Qualquer operação militar tem na dissimulação sua qualidade básica.
Um chefe que é capaz deve fingir ser incapaz; se estiver pronto, deve fingir-se despreparado; se estiver perto do inimigo deve parecer estar longe.
Um bom chefe deve:
* Oferecer uma isca para fascinar o inimigo que procura alguma vantagem;
* Capturar o inimigo quando ele está em desordem;
* Preparar-se contra um inimigo, se este for poderoso. Se o inimigo:
* For orgulhoso, provoque-o;
* For humilde, encoraje sua arrogância;
* Estiver descansado, desgaste-o;
* Estiver unido, estimule a cizânia entre suas tropas.
Um comandante militar deve atacar onde o inimigo está desprevenido e deve utilizar caminhos que, para o inimigo, são inesperados.
Para os estrategistas, estas afirmações são a chave para a vitória. Contudo, estes fatores não podem ser determinados por antecipação, com base em situações que ocorreram em guerras passadas.
IV – CONCLUSÃO
O general deve ser capaz de ponderar todos estes cálculos previamente no templo. O lado que contar mais pontos vencerá; o que contar menos, não vencerá; pior ainda o que não contar ponto nenhum.