Mackenzie Jones, uma garota com baixa autoestima, nunca acreditou que alguém pudesse amá-la. Tudo muda quando seu melhor amigo, Baek Fletcher, retorna após três anos desaparecido. Apesar de tentar esconder, fica claro que ele ainda a ama. No entanto, Baek carrega traumas e teme não ser aceito devido a erros do passado que Mackenzie desconhece. Juntos, eles enfrentam seus medos e inseguranças enquanto tentam reconstruir suas vidas. Com apenas os últimos dias do verão, suas histórias se entrelaçam entre sonhos, redenção e fé, guiados pelo Criador.
Editora: Mundo Cristão; 1ª edição (20 março 2025); Páginas: 288 páginas; ISBN: 978-6559884131; ASIN: B0DWC42VLS
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Biografia do autor: Tatielle Katluryn, natural do interior do Maranhão, é psicóloga formada pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba. Apaixonada por Jesus e dramas coreanos, escreve histórias edificantes ligadas à cultura asiática. É autora de O horizonte mora em um dia cinza (Mundo Cristão, 2024), que narra o encontro transformador entre Ayla Vasconcellos e Joon Hyuk na Coreia do Sul, unindo culturas, dores e esperanças. Também publicou Como um dia sem fim, Atenciosamente, seu primeiro amor e a duologia Yarin Davies. Instagram @tati.escreveu
Resumo: Mackenzie Jones contempla o pôr do sol em Santa Mônica enquanto lida com a ausência de Baek Fletcher, seu melhor amigo desaparecido há três anos. Apesar do apoio de muitos, a falta dele a machuca. Questionando seus sentimentos, ela pede a Deus forças para desapegar.
Leia trecho do livro
O que você perguntaria a Deus ao contemplar o pôr do sol da praia de Santa Mônica?
Mackenzie Jones tinha pelo menos meia dúzia de questionamentos em mente. Mas resolveu que, por ora, apenas contemplaria a bela vista à sua frente enquanto pedalava. Naquela tarde, o Senhor parecia ter usado um pincel divino para colorir o horizonte com a mais esplendorosa mistura de tintas de sua imensa coleção na eternidade. Era um verdadeiro show de nuvens rosadas e alaranjadas, que cortavam um céu lavanda.
A garota fechou os olhos por um segundo e se concentrou no som das ondas quebrando na praia. A mesma brisa fresca que soprava as águas empurrava os cachos dourados de seu cabelo. Ela abriu as pálpebras e observou as pessoas indo e vindo pelo tablado de madeira. Algumas faziam o trajeto de forma automática, sem prestar atenção na maravilha que as cercava, mas outras, mais atentas, como ela, deslumbravam-se com o entardecer. A menina reduziu a velocidade. Não tinha planejado demorar muito, porém como já estava ali mesmo, poderia se dar ao luxo de passear pelo menos um pouquinho. Uma voltinha.
Estacionou a bicicleta lilás no começo do píer que se estendia para o mar e vagueou pelo lugar. A cada passo que dava, o celular vibrava no bolso de suas calças jeans, com um intervalo de cerca de cinco segundos entre uma notificação e outra. Mas dizia a si mesma que aquilo não era nada, porque, no fundo, sabia que a mensagem que esperava não chegaria.
Havia tantas pessoas a parabenizando e expressando orgulho por quem ela estava se tornando. Mas, ainda assim, nem sequer um “parabéns”vindo dele. Do cara que desapareceu de sua vida sem deixar qualquer pista.
Por que a falta de apoio de uma única pessoa doía tanto, se milhares de outras se alegravam por ela?
Mackenzie suspirou, olhando ao redor. Fechou os olhos por um minuto e inspirou o ar levemente salgado pelo oceano. Quando os abriu, foi tomada outra vez pela beleza da vista.
Ela só queria uma palavrinha. Só uma. Por mais humilhante que fosse pensar assim, sinceramente, era pedir demais? Quando se tratava dele, qualquer nota malfeita em uma canção sem melodia seria capaz de compor uma bela canção.
― Deus… ― Ela estreitou os olhos e levantou a cabeça para encarar o céu outra vez, conforme andava pelo píer. ― Por que meu coração gosta de ficar insistindo em coisas que eu já deveria ter superado?
Macky demorava séculos para desapegar de qualquer coisa, principalmente daquela amizade fracassada,com um cara dois anos mais novo do que ela. Ainda que seu maior desejo fosse o de que ele se tornasse, definitivamente, uma mera lembrança, como outros já tinham sido.
A verdade é que ela era boa em se apegar às pessoas, e em casos de amores platônicos, ficava ainda melhor. E se ainda por cima se tratasse de um garoto bonitinho e com o mínimo de simpatia, que demonstrasse todos aqueles pequenos sinais que ela, sempre e sempre, entendia ― erroneamente ― como interesse…
Nesses raros momentos, Mackenzie sentia que talvez a sua aparência nem importasse tanto, embora por dentro se corroesse em autocrítica ― porque, não, ela nunca foi nada gentil consigo mesma. Havia sido justamente por isso que se tornara especialista em ter o coração partido e em viver se enganando com falsas expectativas.
Na verdade, segundo a própria Mackenzie, ela nem se apaixonou tantas vezes assim. Só havia tido uns três amores platônicos… ou quatro. Pois já dera muitos tiros no escuro antes, e era boa em errar o alvo. Mesmo sendo cristã desde criança, seu coração era facilmente iludido e tinha certa dificuldade em enxergar que, em quase todas aquelas vezes, teria se envolvido em um jugo desigual.
Para se esquecer das paixões, costumava fazer uma famosa oração que toda jovem cristã já deve ter proferido ao menos uma vez na vida:
― Oh, Deus, se não for para ser, tira do meu coração!