Protagonista amoral revela entranhas da Espanha franquista em romance cheio de escárnio e deboche, inédito no Brasil. Madri 1940 se desenvolve em três planos: as supostas memórias de um jovem falangista debochado, um mapa da repressão dos primeiros anos do franquismo e a crônica de uma vida cultural em processo de desaparecimento. O enredo, marcado pelo escárnio e pela ironia, se desenrola logo depois da chegada de Franco ao poder ao fim da Guerra Civil espanhola e se estende até 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial. Mariano Armijo, narrador e protagonista, é um anti-herói perfeito: delator, ganancioso, carreirista, amoral, talvez psicopata. Embora partidário do fascismo, despreza Franco, por considerá-lo fraco e contemporizador demais em comparação a Adolf Hitler e Benito Mussolini. Mesmo assim, Armijo tenta ascender socialmente no cenário da vitória de Franco…
Editora: Carambaia; 1ª edição (23 janeiro 2024); Páginas: 231 páginas; ISBN-13: 978-6554610278; ASIN: B0CRMN2XZF
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Biografia do autor: Francisco Umbral (1932-2007) foi um escritor prolífico, autor de cerca de 80 livros, entre ficção e ensaios, e ganhador dos dois principais prêmios de literatura da Espanha, o Príncipe de Astúrias (1996) e o Miguel de Cervantes (2000). Ao longo de sua carreira, passou da esquerda apartidária ao conservadorismo, quando, na década de 2000, assumiu uma coluna para o jornal El Mundo. Nascido em Madri, cresceu em Valladolid, na província de Castela. Aos 14 anos, começou a trabalhar como office-boy de um jornal. Anos depois, o escritor Miguel Delibes o indicou para um posto num diário local, iniciando uma carreira jornalística. Voltou a morar na capital em 1961. Entre as obras principais do autor estão Las ninfas (1976), El día que violé a Alma Mahler (1988) e ¿Y cómo eran las ligas de Madame Bovary? (2003). Bénédicte de Buron-Brun é professora da Université de Pau et des Pays de l’Adour, na França, e uma das principais especialistas na obra de Francisco Umbral. Autora de diversos livros e artigos dedicados à obra do escritor espanhol, é também patrona da fundação que leva o nome do autor, na Espanha. Valeria de Marco é professora de literatura espanhola na Universidade de São Paulo e pesquisa as relações entre literatura, história e política no século XX, tanto na Espanha como no contexto ibero-americano. Nos últimos anos, seus estudos se concentram na produção literária vinculada à Guerra Civil espanhola.