Livro ‘Sua Alteza Real’ por Thomas Mann

"Sua Alteza Real" de Thomas Mann é uma sátira de 1909 que narra a história do príncipe Klaus Heinrich no grão-ducado de Grimmburg, confrontado pela modernidade americana representada por Samuel Spoelmann e sua filha independente, Imma.

Publicado em 1909, Sua alteza real é uma obra menos conhecida de Thomas Mann, mas que foi recebida com grande entusiasmo pelos leitores da época ― ávidos pelo novo romance do autor do estrondoso sucesso Os Buddenbrook. “Sua Alteza Real” de Thomas Mann, publicado em 1909, é uma fábula satírica sobre o grão-ducado de Grimmburg, representando a Europa pré-Primeira Guerra Mundial. A história centra-se no príncipe Klaus Heinrich, que enfrenta o rígido mundo tradicional de sua corte ao encontrar o bilionário americano Samuel Spoelmann e sua filha independente, Imma. À medida que Klaus e Imma se aproximam, ele percebe que a salvação de sua estirpe pode estar na fortuna dela e em um casamento fora da aristocracia. Mann usa a sátira para descrever a decadência da sociedade europeia e a esperança de rejuvenescimento trazida pela modernidade americana.

Editora: ‎Companhia das Letras; 1ª edição (17 janeiro 2022); Páginas: ‎344 páginas; ISBN-13: 978-6559212903; ASIN: B09LJX14PL

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Biografia do autor: THOMAS MANN nasceu em Lübeck, na Alemanha. Em 1929, foi premiado com o Nobel de literatura. Quando Hitler tomou o poder, Mann partiu para o exílio, nos Estados Unidos. Retornou à Europa em 1952 e viveu na Suíça até sua morte, em 1955. Instagram @

Resenha: “Sua Alteza Real” por Thomas Mann

“Sua Alteza Real”, publicado em 1909, é uma obra menos conhecida de Thomas Mann, mas não menos significativa. Com um tom de fábula e uma inclinação à paródia, Mann tece uma narrativa rica e crítica sobre a Europa pré-Primeira Guerra Mundial, focando-se no fictício grão-ducado de Grimmburg.

A trama gira em torno de Klaus Heinrich, o príncipe do grão-ducado, que vive em um mundo rigidamente estruturado e governado por tradições aristocráticas e hierarquias imutáveis. A vida de Klaus sofre uma reviravolta quando conhece Samuel Spoelmann, um bilionário americano pragmático, e sua filha Imma, uma jovem de espírito independente. A presença de Spoelmann e Imma traz uma nova perspectiva ao príncipe, confrontando a rigidez e a obsolescência de seu mundo com a energia e a modernidade do Novo Mundo.

À medida que Klaus e Imma se aproximam, a relação entre eles vai além do encantamento romântico. Klaus começa a perceber que a salvação de sua estirpe pode estar na fortuna de Imma e num casamento fora dos limites da aristocracia tradicional. Essa união simboliza não apenas um vínculo pessoal, mas também uma possível revitalização do grão-ducado, que representa a Europa decadente da época.

Mann utiliza a sátira para fazer uma crítica cuidadosa da sociedade europeia em declínio, mostrando como as velhas tradições aristocráticas estavam se tornando cada vez mais insustentáveis diante das novas forças econômicas e sociais emergentes. A figura de Samuel Spoelmann, com sua riqueza e pragmatismo, e sua filha Imma, com sua independência e vigor, representam o dinamismo e a inovação do Novo Mundo, que oferecem uma possibilidade de rejuvenescimento para a velha Europa.

A narrativa é enriquecida pelo estilo característico de Mann, que combina uma prosa elegante com uma análise profunda dos personagens e das situações. A evolução de Klaus Heinrich de um príncipe conformado com seu destino a um homem que vislumbra novas possibilidades para seu futuro e para seu país é desenhada com sutileza e precisão.

Em “Sua Alteza Real”, Thomas Mann oferece uma obra que, embora tenha um tom leve e fabulesco, carrega uma crítica incisiva e uma reflexão sobre as transformações sociais e políticas da Europa no início do século XX. É uma leitura que, além de entreter, convida à reflexão sobre a passagem do tempo, a mudança de valores e a necessidade de adaptação e renovação.

Conclusão

“Sua Alteza Real” é uma joia menos conhecida na obra de Thomas Mann, que merece ser redescoberta. Com sua combinação de humor, crítica social e narrativa envolvente, o livro oferece uma visão perspicaz e, ao mesmo tempo, encantadora da Europa em um momento de transição histórica. Através da história de Klaus Heinrich, Mann nos lembra da importância de abraçar o novo e de buscar a renovação, mesmo em face das tradições mais arraigadas.


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